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Dessal: impasse sobre cabos de fibra óptica não vai atrapalhar prazos
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Dessal: impasse sobre cabos de fibra óptica não vai atrapalhar prazos

| Debate na Fiec | Novo grupo de trabalho foi criado, após representantes do setores privado e público combinarem acertos sobre o desentendimento
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Fiec reuniu setor público e privado em seminário (Foto: George Lucas/Fiec/Divulgação)
Foto: George Lucas/Fiec/Divulgação Fiec reuniu setor público e privado em seminário

O debate sobre a localização da Dessal, a usina de dessalinização de Fortaleza, devido à proximidade dos cabos submarinos de fibra óptica não deve atrasar ainda mais o projeto, segundo afirmaram os envolvidos na questão que estiveram reunidos ontem, 4, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Mediados por Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec, empresários e representantes do poder público acertaram a criação de mais um grupo de trabalho para estudar as questões técnicas que envolvem a instalação da usina a 500 metros da chegada dos cabos.

"Nós tivemos mais convergência do que divergência aqui. Nossa ideia é manter os investimentos, os empregos e gerar mais", declarou Cavalcante, acompanhado de Neuri Freitas, presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), e de Wanderson Brito, superintendentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no Ceará.

Anatel

Sem a presença de nenhuma empresa de telecomunicações, a Anatel foi alvo das críticas por ter postura contrária à Dessal, inicialmente. O conselheiro Vicente Aquino, da Anatel, ponderou que a formação de um grupo de trabalho capitaneado pela Fiec vai ajudar a solucionar os problemas apontados.

Ele afirmou também que a formação de mais um espaço para o debate dessa questão não deve atrapalhar as ações da Anatel no relatório técnico que a Agência prometeu para os próximos 30 dias.

Os empecilhos apontados pelas empresas de telecomunicações ainda foram classificados pelo professor Wally Menezes, do Instituto Federal do Ceará (IFCE), como triviais. Ele participava como um nome técnico e representativo dentro do setor de tecnologia do Estado.

Cagece

O presidente da Cagece, por sua vez, rebateu falas da plateia que sugeriram à Companhia a se concentrar em reduzir as perdas de água - hoje, estimadas em torno de 40% do montante que circula nas tubulações - ao invés de aplicar novos recursos em dessalinização.

"Nós já temos muitos projetos em andamento, alguns já próximos de concluir, dentro do nosso plano de investimento até 2026. Nós temos aí R$ 600 milhões para investir em medição e controle, que é a setorização das redes de água em um menor quantitativo de pessoas, para a gente ter o controle de pressão, vazão, controlar fraudes... Então, tudo dentro dessa grande política de diversificação da matriz e eficiência do uso da água, está sendo feito", afirmou.

Freitas considerou que "a questão de cabos submarinos foi superada" e que a discussão vai agora para o continente. Segundo ele, os técnicos de cada parte vão debater sobre os pontos para desenvolver as soluções. No entanto, ele destacou que há vários locais com cabos de fibra óptica instalados onde a Cagece atua.

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Autorização para obras sai até 60 dias após entrega de documentos

Órgão responsável pela autorização de construção no litoral e mar, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) vai liberar a construção ou não das obras de captação de água do mar para a usina de dessalinização em, no máximo, 60 dias após a entrega dos relatório técnicos e ambientais. O prazo foi dado por Fábio Galvão, superintendente da SPU no Ceará, que compareceu ao debate na Fiec.

Ao O POVO, ele contou que foi a SPU que mediou o primeiro desentendimento entre as empresas de telecom e o consórcio Águas de Fortaleza, responsável pela Dessal. Informados, em 2021, que os 40 metros entre os cabos submarinos e a captação da água traziam um risco ao equipamento de telecom, os técnicos da SPU solicitaram uma mudança no projeto.

Foi quando a Cagece e o consórcio afastaram a estrutura de captação da usina em 567 metros. Hoje, as novas condições serão submetidas ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema), como parte do licenciamento ambiental - independente do relatório da Anatel.

"Nós vemos um campo muito positivo para a instalação. Claro que olharemos outros aspectos também, mas os aspectos mais visíveis de possíveis problemas seriam esses", afirmou Galvão.

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