A Secretaria da Infraestrutura do Estado do Ceará (Seinfra-CE) confirmou que prevê lançar ainda em outubro uma nova tabela de custos das obras públicas, que está há pouco mais de dois anos e meio sem atualizações. A informação foi adiantada na manhã de ontem pelo colunista do O POVO, Nazareno Albuquerque, na rádio O POVO CBN.
A Pasta não confirmou, contudo, nem a data e nem o reajuste médio previsto. Porém, segundo apuração do jornalista, essa publicação da tabela atualizada deve ocorrer até o dia 25 e a revisão dos custos tende a ficar, em média, na casa dos 12%.
Em 26 de abril do ano passado, uma nova atualização chegou a ser feita e publicada, sendo despublicada dias depois, o que foi alvo de duras críticas do segmento da construção civil pesada.
“A Secretaria da Infraestrutura do Ceará informa que a Tabela de Custos está sendo atualizada. A previsão é que seja lançada ainda neste mês de outubro. Ainda em fase de estudos, a Tabela não prevê no momento estimativas de percentuais de acréscimo de custo para os diversos tipos de obras”, disse a Seinfra, em nota. A tabela de custos e insumos é dividida em cerca de 30 grupos de serviços públicos que vão de obras de drenagem a pinturas.
Por sua vez, o presidente do Sindicato da Indústria e da Construção Pesada do Estado do Ceará (Sinconpe-CE), Dinalvo Diniz, argumentou, também por meio de nota, que “a atualização da tabela de preços das obras públicas, não é a decisão simplória de arbitrar um percentual para colocar sobre os preços. Na verdade, a tabela é formatada a partir de uma tabulação entre produção e custos, sendo que os componentes desses custos, são os preços dos vários insumos inerentes aos serviços”.
Ele acrescentou no comunicado que houve nos últimos anos, “uma acentuada elevação desses preços e o desequilíbrio da tabela que, efetivamente terá que ser trazida para a realidade de mercado, e isso não se fará através de índices”.
“Importante ressaltar que a tabela de preços das obras públicas é de março de 2021”, disse o presidente do Sinconpe-CE.
A defasagem na correção desses custos, ao longo de um período em que se sucederam três governadores (Camilo Santana, Izolda Cela e Elmano de Freitas) seria uma das razões para atrasos em obras como o Anel Viário de Fortaleza, conforme representantes do segmento.