O comércio exterior cearense teve retração de 31,7% nos nove primeiros meses do ano, conforme dados do Comex Stat/Comex Vis, plataforma do governo federal que compila dados sobre produtos vendidos para outros países ou comprados de nações estrangeiras.
Entre janeiro e setembro, foram movimentados cerca de US$ 3,9 bilhões na comercialização de produtos do Ceará para o Exterior, notadamente via portos e aeroportos.
A queda no montante total, refletiu reduções verificadas tanto em termos de exportações, que caíram 18%, quanto de importações, que tiveram recuo ainda mais expressivo, de 38,2%.
As exportações nos três primeiros trimestres de 2023 somaram US$ 1,5 bilhão, enquanto as importações totalizaram US$ 3,4 bilhões.
Já na comparação entre os meses de setembro de 2023 e setembro de 2022, os principais produtos vendidos pelo Ceará foram os produtos semimanufaturados de ferro e aço não ligado (US$ 42,7 bilhões), seguidos pelos produtos semimanufaturados de ligas de aço (US$ 35,2 milhões ), e dos melões frescos (US$ 8,5 milhões).
Contudo, justamente, o principal item da pauta exportadora do Estado apresentou queda de 31,6% no mês passado. Para a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Karina Frota, “o setor de ferro fundido ferro e aço tendo uma diminuição na série histórica impacta diretamente o resultado geral, porque engloba produtos que respondem por mais de 50% das exportações do Estado".
"Outros produtos que tiveram diminuição nas vendas para o Exterior foram os de calçados e os de pescados”, disse. Karina, que é também colunista de O POVO, citou por outro lado o segmento de fruticultura, entre outros vinculados direta ou indiretamente ao agronegócio como tendo sido os principais destaques do mês de setembro e do ano de 2023, de um modo geral.
“Analisando somente a exportação, o setor de frutas em 2023, já tem resultado superior ao ano de 2022, por exemplo, em quase 18%”, ressaltou a gerente do CIN.
Nesse sentido, o diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, “o que mais ajudou no pós-pandemia é que os fretes já voltaram a preços mais competitivos. Na pandemia, a alta do custo do frete marítimo encareceu demais o produto para o mercado europeu. Então, agora o preço voltou a baixar”.
“Outro ponto é que está muito calor na Europa e o consumo de melão e melancia cresceu lá, aumentando a nossa janela de exportação”, acrescentou Barcelos.