A Grande Fortaleza apresentou a quinta maior inflação do Brasil em 2023, com uma alta de 4,88%. Porém, este é o menor patamar do índice desde 2018, quando estava a 2,90%. O resultado do fechamento do ano passado foi puxado pelo grupo de transportes e habitação. Levando em consideração apenas os números de dezembro, a alta foi de 0,83%.
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a inflação oficial, por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O índice superou a média nacional tanto no acumulado do ano quanto no mensal, que ficou em 4,62% e 0,56%, respectivamente. Em dezembro, o que mais encareceu na Grande Fortaleza foi o gasto com transportes, com alta de 2,44%, puxado pelos combustíveis (7,22%). Logo em seguida aparece o grupo alimentação (1,2%).
Dentre todos os itens analisados, as maiores altas de preços na Grande Fortaleza ficaram com passagem aérea (53,66%), cenoura (31,73%) e manga (29,06%). Veja lista:
Por outro lado, a maiores baixas foram registradas nos seguintes produtos pesquisados pelo IBGE:
Já o índice geral do IPCA de 2023 foi o mais baixo em cinco anos em Fortaleza. Veja:
Na análise dos grupos onde os itens estão inseridos, transportes (10,63%) puxou a alta de 2023 em Fortaleza, sobretudo devido à passagem área.
Logo depois veio o grupo educação (9,37%), influenciado principalmente pelas elevações no setor de papelaria (17,04%).
Porém, com maior peso regional, alimentação e bebidas também teve inflação na RMF no ano, de 1,11%. O IPCA mostra que a maior vilã foi a cenoura (31,73%), seguida pela manga (29,06%)
Vale lembrar que o IPCA é referente a famílias residentes nas áreas urbanas, com rendimentos um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (INPC) na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) também teve alta (0,55%) em dezembro de 2023, acima da variação registrada no mês anterior (0,1%).
No ano, o INPC acumula alta de 4,87%, sendo que os produtos alimentícios tiveram variação de 1,11% em dezembro de 2023.
Neste índice, consideram-se famílias residentes nas áreas urbanas das regiões, com rendimentos de um a cinco salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada.
O IPCA de dezembro no Brasil foi de 0,56% e ficou 0,28 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de novembro (0,28%). Assim, fecha o ano com alta acumulada de 4,62%.
Para André Meirelles, diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP, o resultado surpreende negativamente o mercado, frente ao que era esperado no resultado mensal (0,48%).
"A maior alta do mês foi do grupo alimentação e bebidas, que variou 1,1%. O aumento nos preços desse grupo pode ser explicado por fatores climáticos, que impactaram na produção de tubérculos, hortaliças e frutas. Lembrando que o preço dos alimentos in natura tende a ser mais volátil", explica.
A segunda maior contribuição veio de Artigos de Residência, com alta de 0,76% e, em seguida, o de vestuário (0,7%).
No acumulado do ano, o resultado de 2023 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes (7,14%). Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (6,58%) e Habitação (5,06%). Alimentação e bebidas, grupo de maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano.
Em relação ao INPC nacional, este teve alta de 0,55% em dezembro. Os produtos alimentícios passaram de 0,57% de variação em novembro para 1,20% em dezembro. A variação dos não alimentícios também foi maior: 0,35% em dezembro frente à queda de 0,05% no mês anterior.
Já a alta acumulada do INPC em 2023 foi de 3,71%, abaixo dos 5,93% registrados em 2022. Os alimentícios tiveram alta de 0,33%, enquanto os não alimentícios variaram 4,83%.
Em 2022, o grupo Alimentação e bebidas havia subido 11,91%, enquanto os não alimentícios subiam 4,08%. A tabela a seguir apresenta os resultados por grupo de produtos e serviços.