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Busca por crédito no Ceará cai 13,1% em 2023, diz Serasa
Economia

Busca por crédito no Ceará cai 13,1% em 2023, diz Serasa

| Acumulado do ano | No Brasil, o resultado negativo foi de 9,1%. Contador explica que um dos motivos é o alto nível de inadimplência e as taxas pouco atrativas
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Este já é o segundo ano de recuo, já que em 2022 houve uma variação negativa de 3,1% (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Foto: José Cruz/Agência Brasil Este já é o segundo ano de recuo, já que em 2022 houve uma variação negativa de 3,1%

O Ceará registrou uma queda de 13,1% na busca por crédito no acumulado de 2023, sendo a 6ª capital do país com um dos piores índices. Em 2022, o recuo foi de apenas 1,7%.

O levantamento foi realizado pelo Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian.

Apesar do crescimento na área de sustentabilidade e indústria cearense, ainda há problemas econômicos a serem resolvidos, o que atinge a procura por crédito, explica Samuel Lima, contador e professor da universidade Estácio.

“Isso causa um maior endividamento das famílias e, consequentemente, uma diminuição na procura por crédito”, afirma em entrevista ao O POVO.

Para o desempenho do Ceará em 2024, o contador destaca que é necessário esperar os índices para identificar o impacto dos programas de renegociação de dívidas, promovidos pelo governo.

Já no Brasil, a queda apontada foi de 9,1% em 2023, sendo o menor nível registrado desde 2013, início da série histórica.

Este já é o segundo ano de recuo, já que em 2022 apresentou uma variação negativa de 3,1%.

Um dos motivos que pode explicar a queda registrada, segundo Samuel Dias, é o alto nível de inadimplência e as taxas pouco atrativas, impactadas pela alta na taxa básica Selic.

O contador também ressalta que há um baixo índice de recuperação de crédito no Brasil, o que acaba tornando mais caro.

“Na prática, é como se o bom pagador acabasse pagando pelo mal pagador, para que as instituições tenham como oferecer o crédito”.

Sobre a taxa de juros, em um ambiente de inflação controlada, a tendência é que haja novos ajustes para baixo. Naturalmente, a queda deverá impactar nos produtos financeiros e, consequentemente, na busca por crédito e investimento privado, de acordo com Samuel.

“Uma taxa de juros mais baixa faz com que a demanda por créditos e investimentos aumente. A expectativa é a de que, com a inflação controlada, esse remédio amargo, que é a taxa de juros mais alta, seja reduzido aos poucos”, disse.

A faixa de brasileiros com renda de até R$ 500 registrou a maior queda na procura por crédito, (-11,4%).

Segundo os dados, conforme a renda vai aumentando, o valor do recuo vai reduzindo. Por exemplo, a menor queda ocorre no grupo com os maiores ganhos, acima de R$ 10 mil (-7,1%).

Serasa: levantamento da busca por crédito nos estados

Todos os estados registraram uma queda no índice em 2023. A de maior impacto foi no Distrito Federal, que apontou um resultado negativo de 17,7%.

Outra diminuição expressiva foi no Amapá, com 17,5%. No Rio de Janeiro o saldo negativo foi de 17%.

Em seguida, a pesquisa Serasa mostrou que a negativação no Rio Grande do Norte foi de 13,7%. No Pará, a queda foi de 13,4%.

Em sexto lugar, o Ceará aparece com um índice negativo de 13,1%.

Nos menores recuos, a busca por crédito em Santa Catarina no ano passado caiu 1,7%. No Rio Grande do Sul, o registro negativo foi de 3,8%. O recuo registrado no Espírito Santo foi de 4,5%.

Veja a queda na busca por crédito:

  • Distrito Federal: -17,7%;
  • Amapá: -17,5%;
  • Rio de Janeiro: -17%;
  • Rio Grande do Norte: -13,7%;
  • Pará: -13,4%;
  • Ceará: -13,1%;
  • Pernambuco: -12,8%;
  • Mato Grosso: -11,5%;
  • Bahia: -11,5%;
  • Acre: -11,5%;
  • Alagoas: -11,4%;
  • Piauí: -11,3%;
  • Paraíba: -11%;
  • Mato Grosso do Sul: -10,9%;
  • Roraima: -10,2%;
  • Maranhão: -10,1%;
  • Goiás: -9,3%;
  • Sergipe: -9,3%;
  • Amazonas: -7,4%;
  • Minas Gerais: -7,3%;
  • São Paulo: -7,3%;
  • Tocantins: -7,1%;
  • Rondônia: -5,1%;
  • Paraná: -4,9%;
  • Espírito Santo: -4,5%;
  • Rio Grande do Sul: -3,8%;
  • Santa Catarina: -1,7%.

Pesquisa Serasa: "organização" é meta dos brasileiros para vida financeira

A maioria dos brasileiros afirma que "organização" é a grande meta para suas finanças em 2024. Levantamento da Serasa revela que 84% dos consumidores com nome limpo e 57% dos inadimplentes esperam conseguir pagar suas contas neste ano.

Seja para manter o nome limpo ou regularizar sua situação no mercado, os consumidores se mostram otimistas com as perspectivas no novo ano.

O levantamento da Serasa foi feito com parceria técnica do Instituto Opinion Box e contou com 4.471 participantes. Quando questionados sobre como foi o ano de 2023 na vida financeira, a maioria destaca "organização" (26%) como a palavra para quem conseguiu limpar o nome.

Outras palavras citadas foram "superação" (22%), tranquilidade e desafio (17%). Já quem ficou com o nome sujo a resposta com maior frequência foi a palavra "dificuldade" (31%), "preocupação" (23%) e "desafio" (18%).

A Serasa destaca que o ano de 2023 serviu como propulsor de um novo momento para a vida financeira, com ampla veiculação de conteúdos de combate ao endividamento, com recordes de negociações estimuladas pelo programa Desenrola Brasil do Governo Federal e outras iniciativas, o debate sobre educação financeira atingiu um estágio mais amplo.

“A pesquisa acompanha o movimento de aumento de renegociações e a preocupação com o planejamento financeiro que se intensificou em 2023”, explica Patricia Camillo, gerente da Serasa e especialista em finanças pessoais.

“Ao se livrar das pendências, o consumidor se sente mais animado e confiante para os próximos passos que estimulam a melhoria da saúde financeira”, pontua.

Pesquisa Serasa: planos financeiros para 2024

84% dos consumidores entrevistados com nome limpo acreditam que vão conseguir pagar as contas em dia ao longo de 2024.

Dos entrevistados que quitaram as dívidas, 28% projetam investir, 28% tem como objetivo cuidar da saúde e 25% planejam continuar pagando as contas em dias.

23% buscam empreender em 2024 e 21% analisam viajar.

Os consumidores que apresentaram dificuldade para quitar as dívidas em 2023 também demonstram otimismo para este ano.

Pelo menos 57% do público inadimplente acredita que conseguirá pagar as dívidas pendentes.

Entre os demais planos, 29% projetam cuidados com a saúde, 19% sonham em investir, 18% desejam empreender e 16% deles fazem, inclusive, planos de viagem.

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