O Ceará fechou o ano de 2023 com saldo de aproximadamente 54 mil novos postos formais de empregos, sendo o 7º melhor resultado do País, em números absolutos, e o 2º melhor da região Nordeste, perdendo apenas para a Bahia, que teve saldo de 71,9 mil novos empregos.
As 53.954 vagas de emprego foram o resultado da diferença de 560.214 admissões e 506.260 desligamentos.
O resultado aponta para uma desaceleração no processo de recuperação do mercado de trabalho, uma vez que o saldo de 2023, ficou 18,1% inferior à registrada em 2022. Os dados são do Novo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
Entre os municípios, o maior número de empregos gerados se concentrou em Fortaleza, 28.221, ou cerca de 52,3% do total registrado no Estado. Já quando considerados os cinco macro setores pesquisados pelo Novo Caged, a maior concentração de novos postos de trabalho gerados em 2023 se deu no setor de serviços, com nada menos que 30.993 vagas formais criadas, ou cerca de 57,4% do total. Na sequência, aparecem os setores do comércio, com 12.661, e da construção, com 6.885.
De acordo com o secretário do Trabalho do Ceará, Vladyson Viana, “em 2023, o mercado de trabalho cearense registrou seu comportamento sazonal, após as oscilações promovidas pela pandemia do coronavírus. Em 2024, esperamos um crescimento ainda mais significativo”. Já o presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Raimundo Ângelo, destacou que no período, “as vagas foram preenchidas principalmente pelos profissionais com idade entre 18 e 39 anos (44.931), com ensino médio completo (49.348)”.
Apesar do saldo positivo registrado em 2023, o Ceará teve números negativos quando considerado o recorte de dezembro, quando foram fechados pouco mais de 3,7 mil postos de trabalho. No último mês do ano, foram efetuadas 35.081 admissões no Estado e 38.806 desligamentos. O saldo verificado no mês passado, de 3.765 foi, contudo, 56,6% menos negativo que o registrado em dezembro de 2022, quando foram fechadas 8.601 vagas formais.
O saldo de empregos na Capital em dezembro também foi negativo, com o fechamento de 1.575 postos formais de empregos, o que representa cerca de 42% do total no Estado, com resultados negativos nos setores de serviços (-1.074), construção civil (-1.030) e indústria (-354).
Por sua vez, o salário médio real de admissão dos empregados no Ceará em dezembro de 2023 foi de R$ 1.770,52. O valor é -1,04% que o verificado em dezembro do ano anterior, quando o salário médio real de admissão no Ceará era de R$ 1,789,07.
Quando considerado o salário médio de admissão no acumulado de 2023, o Ceará aparece como o maior do Nordeste: R$ 1.838,40, seguido por Bahia, com média de R$ 1.796,37, e Maranhão, com média de R$ 1.781,89.
Para o analista de mercado de trabalho, Erle Mesquita, também do IDT, a questão do baixo salário médio de admissão no Nordeste, que é de R$ 1760,31, reflete “velhos problemas estruturais”, que atingem também o Ceará.
“A metade das contratações é feita com o salário mínimo como remuneração de admissão e se não fosse ele, essa renda seria ainda mais baixa. Daí, a importância constitucional de se ter essa garantia mínima”, pontuou.
Ele também citou o fato de os meses de dezembro e janeiro apresentarem historicamente números negativos e comentou os resultados registrados em agosto e setembro, com mais de 10 mil postos de sendo gerados.
“Alguns setores contratam antes para atender essa demanda do fim de ano, inclusive a indústria, que contrata muito fortemente nesse período para poder atender a demanda do comércio”, concluiu.
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Estados
Em 2023, as 27 unidades federativas registraram saldos positivos de emprego. Destaque para São Paulo (390.719 postos, 3%), Rio de Janeiro (160.570 postos, 4,7%) e Minas Gerais (140.836 postos, 3,2%)