Com inúmeras culturas, a região central de São Paulo ganha um destaque: o Fortal Cuscuz. O restaurante, gerenciado por Priscila de Souza e por sua mãe, Maria de Lourdes de Souza, oferece um cardápio variado do prato nordestino.
Fundado em 2020, no bairro Cambuci, a ideia inicial era ser apenas uma cafeteria. Com o objetivo de ampliar o cardápio, Priscila e Lourdes decidiram incluir o cuscuz nordestino, o que levou a transformação no Fortal Cuscuz.
Com mais de 20 opções ofertadas, os pratos levam os nomes de municípios cearenses em homenagem à dona Lourdes, que nasceu no pequeno distrito de Cajueirinho do Zé Batista, localizada no município de Bela Cruz, no interior do Ceará.
Além da diversidade de combinações, a casa apresenta o forró como trilha sonora prioritária, formada também pelas melodias de Luiz Gonzaga. A combinação do som e a gastronomia despertam, em muitos clientes, a memória afetiva causada pelo ambiente.
Já aqueles que não conhecem a iguaria nordestina, se encantam pelo delicioso cuscuz nordestino.
O carro-chefe da casa é o cuscuz Bela Cruz, acompanhado de carne seca, queijo coalho, banana da terra, tomatinho, cebolinha e pimenta biquinho.
Além de cuscuz, o restaurante também oferta o famoso refrigerante cearense São Geraldo, farinha de milho e rapadura.
Com mais de 55 mil seguidores nas redes sociais, o estabelecimento vai ganhando bastante notoriedade dentro da cidade paulista.
Além do estabelecimento físico, o Fortal Cuscuz possui uma unidade delivery no bairro do Tatuapé.
O POVO - Como surgiu a ideia de levar o cuscuz nordestino para São Paulo?
Priscila de Souza - Tudo começou durante a pandemia, quando eu (Priscila) e minha mãe (Lourdes), enfrentamos momentos difíceis.
Eu havia acabado de entrar em falência de um outro negócio e minha mãe estava desempregada quando resolvemos trabalhar juntas com vendas de máscaras.
Após um ano de desafios, usamos o dinheiro que conseguimos guardar com a venda de máscaras para abrir o Fortal Café, em 2020, que inicialmente era uma cafeteria.
Buscando inovar, decidimos introduzir o cuscuz nordestino no cardápio e, para nossa surpresa, foi um verdadeiro sucesso.
Com o cuscuz sendo cada vez mais protagonista, em 2022 tomamos a decisão de mudar o nome para Fortal Cuscuz.
Hoje contamos com mais de 20 opções do prato em nosso cardápio, desde o tradicional cuscuz com leite ou manteiga, ao mais incrementado. Também temos as opções mais gourmetizadas.
O POVO - Como foi decidido a escolha do nome?
Priscila de Souza - Minha mãe veio para São Paulo a trabalho com 16 anos, morou na casa da irmã por um período até ir morar junto com o meu pai, que também é do Ceará.
Ela trabalhou em restaurante e também com limpeza. Com o nascimento dos meus irmãos, ela passou uns 12 anos sem trabalhar, e quando retornou foi como ajudante de van escolar, que durou 5 anos.
Aí veio a pandemia e ela estava desempregada, como eu disse, surgiu a ideia do negócio.
Por ela ter nascido numa cidadezinha chamada Cajueirinho do Zé Batista, localizada no município de Bela Cruz, no Ceará, nós decidimos colocar o nome de Fortal e cada prato é batizado com o nome de uma cidade cearense.
O POVO - Muitas avaliações da internet citam a memória afetiva como um sentimento presente dentro do estabelecimento. Qual a importância de repassar essa sensação aos clientes?
Priscila de Souza - A gente preza pelo despertar dessa memória afetiva. Aqui no estabelecimento nós temos uma playlist com músicas nordestinas, como o forró e muitas canções de Luiz Gonzaga.
Isso já mexe com as sensações, né? Tanto eu, minha mãe e até minha tia, que trabalha com a gente, sempre conversamos com eles (clientes) sobre essa identificação encontrada no Fortal Cuscuz.
Acaba sempre sendo uma troca de experiências. Então nós tentamos ao máximo despertar o sentimento de pertencimento e trazer memórias à tona, também.
Já teve gente aqui que chorou falando que, ao comer o cuscuz, relembrou o cuscuz feito pela avó que faleceu.
O POVO - Além da tia, há outros integrantes da família que trabalham no Fortal Cuscuz?
Priscila de Souza - No dia a dia, sou eu, minha mãe e minha tia, no caso ela é uma das nossas funcionárias contratadas CLT.
O meu irmão ajuda a gente nos dias mais movimentados, como sexta, sábado e feriados.
Já minha irmã tá trabalhando na unidade do Tatuapé que é só delivery.
Como ela já ajudou aqui na cozinha aos sábados e também com extras, ela sabe muito bem a qualidade dos produtos e como fazer também, então ela fica todos os dias lá.
O POVO - O Fortal Cuscuz recebe muitos clientes que nunca experimentaram o prato?
Priscila de Souza - Sim, a gente recebe muitas pessoas que têm curiosidade ou que nunca comeram cuscuz.
Também recebemos clientes que só comeram o cuscuz paulista e tem vontade de experimentar o cuscuz nordestino.
Aqui a gente tá próximo à Liberdade e tem um público bastante oriental, então eles vêm, comem e acabam gostando muito.
Como eu falei a gente deu uma gourmetizada para atender todos os outros públicos.
O POVO - Qual o prato mais pedido da casa?
Priscila de Souza - O cuscuz Bela Cruz. É o cuscuz tradicional, acompanha carne seca, queijo coalho, banana da terra, tomatinho, cebolinha e pimenta biquinho.
O POVO - Quais os planos do Fortal Cuscuz para o futuro?
Priscila de Souza - Hoje, há uma unidade de atendimento no Cambuci e uma unidade de delivery no Tatuapé.
Pretendemos, em um momento do futuro, ir para um espaço um pouco maior e melhor localizado em São Paulo.
Futuramente, temos o sonho de abrir uma unidade de Jericoacoara.