O que os consumidores brasileiros vão encontrar nas lojas de decoração e utilidades domésticas este ano passa, em larga medida, pela ABCasa Fair, feira de negócios B2B (business-to-business, de empresa para empresas) de decoração, aberta ontem.
E a considerar a estimativa de público da 12a edição, 50 mil visitantes até a próxima quarta-feira, 7, esta será a maior dos últimos anos.
 O setor está animado com a queda na taxa de juros e as inerentes expectativas do mercado imobiliário. O evento também reflete cenário pós-pandemia, como novos hábitos, ainda que a pandemia ainda persista.
A Associação Brasileira de Artigos para a Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas, Flores e Têxtil (ABCasa) identifica uma tendência: o segmento de papelaria e presentes criativos vem ganhando notoriedade dentro do setor de decoração.
Seria decorrência de mudança de comportamento do consumidor causado pela Covid-19. Mais pessoas passaram a ter um espaço dedicado ao 'home office', integrando-o à decoração da casa.
E, quando se trata de decoração, as plantas e flores permanentes estão cada vez mais presentes nas casas e apartamentos como um item decorativo.
Entre 2017 e 2022, quase todas as linhas da indústria de artigos para casa apresentaram crescimento, segundo o "Estudo do Mercado de artigos para casa, decoração, presentes, utilidades domésticas e celebrações - 2023", realizado pela ABCasa em parceria com Inteligência de Mercado (IEMI).
Em geral, a produção em valores cresceu 61,9%.
O presidente da ABCasa, Eduardo Cincinato, define o momento como animado. Ele cita os bons sinais da economia como senha para a avaliação.
"Estamos acompanhando esse momento e o clima de otimismo está instalado". Ele destacou a quantidade de lojistas pelos corredores do dia de abertura. "É uma feira de negócios, não é de passear num domingo. Ou seja, quem veio o fez para comprar". A entidade tem mais de 650 associados.
Os consumidores mais curiosos costumam olhar a procedência dos artigos. E, sim, é asiática. Foi importado US$ 1,3 bilhão em valores FOB em 2022. Já as exportações somaram US$ 897 milhões no mesmo período, também em valores FOB.
De modo geral, a produção local de artigos para casa, decoração, presentes, utilidades domésticas e celebrações em 2022 correspondeu a R$ 54 bilhões, em valores líquidos, sem impostos.
O estudo do IEMI revelou queda na quantidade de fabricantes de artigos para casa e decoração ao longo de todo o intervalo analisado. No geral, o número de empresas caiu 6,5% entre 2017 e 2022.
Por linha de produto, o segmento de artigos de decoração apresentou aumento de 5,1% em unidades. Já artigos de uso doméstico e pessoal, linha com maior concentração de empresas, registrou queda de 9,5%.
Em artigos de presente, papelaria, tabacaria, suvenires, bijuteria e artesanato apresentou recuo de 14,9%.
O setor de artigos de uso doméstico e pessoal atingiu a maior participação no geral, 43,1%. De todas as indústrias, as microempresas eram 83,7% em 2022. Em 2017, eram 84,9%.
*O jornalista viajou a São Paulo a convite da ABCasa.
Negócio
O evento conta ainda com a 2ª edição da Rodada de Negócios Nacional, que recebe apoio das principais entidades
do setor