As maiores economias do mundo se reunirão para as discussões do G20 ao longo de 2024 no Brasil, responsável pela presidência rotativa do grupo de dezembro do ano passado a dezembro deste ano. Apesar de o foco dos encontros ser voltado a aspectos macroeconômicos, o Ceará pode se beneficiar com a visibilidade do evento, já que Fortaleza será uma das cidades-sede.
De acordo com a secretária das Relações Internacionais do Estado, Roseane Medeiros, o fato de as reuniões acontecerem no Estado é de suma importância de fato, movimentando áreas como o Turismo e Cultura em sua visão. “As pessoas que vão estar aqui são representantes de alto nível dos países do G20, mais União Europeia e União Africana”.
As atividades do G20 no Estado serão desenvolvidas de forma alinhada com o Governo Federal – coordenador do evento – por meio da Secretaria de Comunicação e do Ministério das Relações Exteriores, disse a secretária em entrevista ao O POVO. “Já tivemos reuniões com esses órgãos, procurando exatamente entender qual será a participação de cada secretaria a nível estadual”.
As áreas que terão algum tipo de envolvimento com as reuniões no Ceará são: Casa Civil, Procuradoria Geral do Estado (PGE-CE) e secretarias das Relações Internacionais, da Fazenda, da Cultura, do Turismo, da Segurança Pública, do Desenvolvimento Econômico, do Trabalho, bem como a Chefia de Gabinete e representantes da Casa Militar.
O Ceará montou, neste sentido, um grupo de trabalho para desenvolver as articulações necessárias do evento, cujo os eixos prioritários das reuniões, de modo amplo, englobam o combate às desigualdades, à fome e à pobreza; o desenvolvimento sustentável e a transição energética; e a governança global.
O Prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), já havia comentado, em dezembro do ano passado, que era “um orgulho e uma grande responsabilidade” a capital sediar os debates do G20. “Queremos fortalecer ainda mais nosso potencial para desenvolvimento e inclusão, projetando Fortaleza como cidade global.”, destacou nas redes sociais.
Tendo em vista a participação cearense no âmbito ambiental, como o desenvolvimento do hidrogênio verde (H2V), as questões discutidas no G20 poderão aumentar a visibilidade da matriz energética limpa, demonstrando o potencial do Estado na produção de energias renováveis, segundo o mestre em economia, Ricardo Coimbra.
“(O H2V) está muito próximo às discussões do G20, à pauta climática e ao desenvolvimento de novas matrizes limpas”, informou Coimbra. “Pode haver interesse em conhecer um pouco sobre a economia do Estado e potencializar no futuro alguns investimentos. É dessa forma que, de repente, você pode atrair ou gerar algum fato de forma econômica positiva.”
As ações voltadas à mudança climática e à preservação ambiental, no entanto, vão depender do esforço nacional em cuidar bem da Natureza. “Pode ser que algum recurso financeiro venha (do G20), mas eu não acho que vai ser uma mudança tão gritante”, complementou o economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Alberto Ajzental.
Ajzental tem uma visão crítica que contrapõe o otimismo do encontro no País. “O Brasil econômica e politicamente não tem representatividade no mundo. Tem muita competição no mundo e o Brasil é um pária, está fora desse universo. Ele não resolve os seus problemas e não é respeitado no mundo. Há uma diferença de percepção muito grande entre o público externo e o interno”.
Reunião
A primeira reunião ministerial do G20 sob a presidência brasileira acontecerá hoje no Rio de Janeiro. Esse é um dos encontros mais importantes antes da Cúpula em novembro. O Ceará recepcionará reuniões entre junho e outubro deste ano no Centro de Eventos, em Fortaleza