As exportações cearenses movimentaram US$ 110,62 milhões em janeiro deste ano. O número representa queda de 46,3% em comparação com janeiro de 2023. Já as importações avançaram 0,7% na mesma base de comparação e chegaram a US$ 265,66 milhões. Neste contexto, Fortaleza desponta como principal município exportador do Estado, ultrapassando São Gonçalo do Amarante.
 De acordo com análise do Ceará em Comex, estudo elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), a queda nas exportações cearenses sinaliza mudanças nas condições de mercado e possíveis revisões nas abordagens comerciais do estado.
"Analisando o mês de janeiro, observa-se que o Ceará enfrentou uma retração nas exportações e uma estabilidade nas importações. Consequentemente, o saldo comercial do Estado apresentou um déficit de US$ 155 milhões, marcando um aumento considerável no déficit de 169% em comparação com o mesmo período de 2023", aponta o relatório.
Em janeiro, Fortaleza ascendeu como o principal município exportador do Estado, movimentando US$ 54,22 milhões em cargas. Salto de 293%. Com isso, a participação da capital cearense na pauta exportadora subiu de 6,8%, em 2023, para 37,8% neste ano.
"Este crescimento notável foi impulsionado principalmente pelo setor de cereais, que encontrou mercados ávidos no Irã, Vietnã e China, destacando a capacidade da capital em diversificar seus destinos exportadores e aproveitar novas oportunidades de mercado."
Por outro lado, São Gonçalo do Amarante, onde está instalado o Complexo do Pecém, registrou em janeiro uma queda drástica de 75,4% no comparativo anual, totalizando US$ 27,39 milhões. O peso do município na pauta exportadora recuou de 55,3% para 19,1% no comparativo janeiro-janeiro.
Esta queda, segundo o Ceará em Comex, reflete as mudanças no setor de ferro e aço, com uma reorientação significativa dos mercados exportadores, destacando-se a Coreia do Sul como um novo e único destino das exportações que antes se dividiam entre diversos países, incluindo EUA e México.
Para se ter uma ideia, as exportações do setor de Ferro e Aço recuaram 75,8%. Em janeiro deste ano, este tipo de carga movimentou apenas US$ 26,71 milhões, ante os R$ 110,3 bilhões de janeiro de 2023.
Maracanaú, outro tradicional polo exportador, registrou queda de 23%, totalizando US$ 7,17 milhões. O principal recuo foi observado no setor de metais comuns, contrastando com ganhos modestos em peles e couros, e um crescimento notável no segmento de produtos cerâmicos.
O levantamento observou ainda um crescimento sólido no comércio de frutas em Icapuí, com alta de 9% nas exportações, atingindo a marca de US$ 11,22 milhões, dentro de um contexto de relações comerciais fortalecidas com a Holanda e o Reino Unido.
De modo geral, o setor de frutas no Estado registrou leve redução de 6%, movimentando em janeiro US$ 15,5 bilhões. Porém, os melões se destacaram com um aumento de 13,6%, evidenciando a robustez do setor agrícola.
Itapipoca também registrou um crescimento de 89% nas exportações, alcançando US$ 3,98 milhões. "Este sucesso é liderado pelo setor de calçados e preparações de produtos hortícolas, frutas e outras partes de plantas, com destaque para os mercados dos EUA e Argentina."
Ao todo, a atividade exportadora foi registrada em 43 municípios cearenses. Um município a menos em relação ao cenário de igual mês do ano anterior. A quantidade de tipos de itens exportados, 643, por outro lado, subiu 4% em janeiro deste ano, ante igual período do ano anterior.
O que na avaliação do estudo demonstra a capacidade do estado de se adaptar e responder às exigências do mercado global. "Este crescimento evidencia a resposta proativa do estado às demandas do mercado global, através da ampliação de seu portfólio de produtos, uma abordagem essencial para mitigar retrações em alguns setores e capitalizar em novas oportunidades de crescimento”.
Considerando o desempenho dos estados nordestinos, o Ceará contribuiu com 6,6% do total das exportações e com 13% do total das importações da região, figurando na 4º posição mais relevante na dinâmica comercial do Nordeste.
Nacionalmente, o estado ocupou a 16ª posição nas exportações, com uma participação de 0,4% no total brasileiro, e a 13ª posição nas importações, representando 1,3% do total do Brasil.
Balança Comercial do Ceará
Exportações - US$ 110.621.356
Variação anual: -46,3%
Importações - US$ 265.662.785 (0,7%)
Variação anual: 0,7%
Saldo da Balança Comercial:
US$ -155.041.429
Variação anual: -169%
Participação do Ceará na pauta de exportação do Nordeste: 4º mais relevante
Participação do Ceará na pauta de exportação do Brasil: 16º mais relevante
Principais setores exportadores:
Ferro fundido, ferro e aço - US$ 26.715.081 (-75,8%)
Calçados, polainas e artefatos semelhantes - US$ 21.053.630 (-39,5%)
Frutas; cascas de frutos cítricos e de melões - US$ 15.503.915 (-5,9%)
Principais setores importadores:
Combustíveis minerais - US$ 75.033.724 (34,6%)
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos - US$ 74.446.336 (21,5%)
Cereais - US$ 19.779.224 (-8,8%)
Fonte: Ceará em Comex / Fiec