O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil atingiu a marca de 2,9% em 2023, acumulando R$ 10,9 trilhões, impulsionado pelo agronegócio, com destaque para a super safra de grãos de 2023. informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem, 1º.
O resultado fez com que o país voltasse ao grupo das dez maiores economias do mundo - em 9º colocado -, segundo os cálculos da agência de classificação de risco Austin Rating. Entre os 54 países que já divulgaram os resultados do último ano, O Brasil alcançou a 14ª colocação no ranking de melhor desempenho do crescimento do PIB no ano de 2023 ante 2022.
A expectativa da taxa para o Ceará também é de crescimento em 2023, no valor de 2,10%, conforme o coordenador de contas regionais do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Nicolino Trompieri Neto. “Em 2023, as atividades de serviços ligadas ao turismo, como alojamento, alimentação e transportes, registraram bom desempenho para o PIB do Ceará, bem como atividade do comércio cearense”, detalhou.
A agropecuária apresentou o maior crescimento nacional no quarto trimestre de 2023, de 15,1%. De acordo com o IBGE, a alta foi apoiada pelo crescimento da produção e ganho de produtividade da atividade agrícola. “Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), várias culturas registraram crescimento de produção no ano de 2023, tendo como destaque a soja (27,1%) e o milho (19,0%)”, indica, referindo-se à super safra registrada no ano passado.
Já a indústria nacional cresceu 1,6% no total, com destaque para as indústrias extrativas, que avançaram 8,7%. Essas últimas foram apoiadas, principalmente, pelo desempenho do minério de ferro e do petróleo, de acordo com o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala. Já as indústrias de transformação tiveram queda de 1,3%.
Os segmentos de serviços e comércio cresceram 2,4% e 0,6% no período, respectivamente. Por outro lado, a formação bruta de capital fixo – investimentos feitos em ativos fixos ou bens de capital – recuou 3,0% no quarto trimestre. Construção teve queda de 0,5%. As importações de bens e serviços caíram 1,2%, enquanto as exportações subiram 9,1%.
O crescimento do consumo das famílias ainda encontra-se limitado em decorrência do alto nível dos juros no Brasil, medidos pela Taxa Selic, que fechou em 2023 com 11,75% ao ano. É o que afirmou o coordenador de contas regionais do Ipece, Nicolino Trompieri Neto. Isso ocorre mesmo em meio à inflação mais baixa e ao mercado de trabalho mais aquecido.
O Itaú BBA também teve uma surpresa negativa do consumo no quarto trimestre, mas espera recuperação nos primeiros meses de 2024 a partir do aumento da renda da população. “Estimamos crescimento do PIB em 2024 de 1,8%, por ora, mas continuamos a ver um viés de alta para nossa estimativa”, informou.
Os últimos três meses do ano indicaram, ainda, a necessidade de vigilância e políticas adaptativas para sustentar o crescimento econômico na visão do economista e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Hugo Garbe. “Apesar dos resultados positivos ao longo do ano, o último trimestre apresentou sinais de desaceleração.”
No acumulado de 2023, entretanto, a atuação de pequenos negócios foi fundamental para que o país atingisse um resultado geral satisfatório no PIB, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Não há dúvidas que as pequenas empresas são o principal motor da nossa economia”, disse o presidente da entidade, Décio Lima.
“Esperamos que, em 2024, os números sejam ainda melhores, com mais reduções da taxa Selic, avanços da Reforma Tributária e ampliação do acesso a crédito para os donos de pequenos negócios. Só assim as empresas vão crescer, gerar mais riquezas e apoiar na redução das desigualdades sociais”, acrescentou Lima.
A expectativa para 2024 é vista com um pouco mais de cautela pelo economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto. “O momento é de otimismo, mas é sempre bom manter cautela, sobretudo com tantas pressões por gastos novos, que precisarão ser neutralizadas. (...) 2024 poderá até apresentar crescimento econômico um pouco menor que o do ano anterior, mas com uma composição muito boa”, disse.
Entenda o PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) calcula a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em um país, estado ou cidade durante determinado período de tempo. A medição final se dá para evitar dupla contagem e se baseia no preço que chega ao consumidor.
Haddad afirma que "PIB veio acima do que esperávamos"
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, celebrou ontem o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
"O PIB veio bem acima do que esperávamos. Esperávamos superior a 2% no começo do ano passado e quase chegamos a 3% de crescimento", disse ele a jornalistas, em São Paulo. "Fechar em 2,9% é bastante positivo para o Brasil", acrescentou.
Segundo o IBGE, o PIB cresceu 2,9% em 2023, com um valor total de R$ 10,9 trilhões. Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%.
"No ano passado, não foi o investimento que puxou o crescimento. Foi o setor agrícola, o consumo das famílias, o consumo do governo e as exportações. Mas o investimento foi a variável que menos acompanhou essa evolução. E agora nós queremos criar um ambiente necessário para que o empresário invista, porque é esse investimento que melhora as condições da economia", argumentou o ministro.
Segundo Haddad, a expectativa do governo é que, em 2024, o crescimento fique em 2,2%. "Estamos sendo comedidos nas nossas projeções", observou. "Se a inflação continuar comportada, a política monetária for se ajustando e, com mais o esforço que [o Ministério] da Fazenda tem feito com o Congresso, eu acredito que - a partir do segundo ou terceiro trimestre deste ano - as coisas comecem a melhorar bem. E de maneira estrutural", especificou.
Na entrevista, o ministro disse ainda que o governo projeta que a indústria também possa crescer este ano. "Há sinais consistentes de que haverá melhora e penso que também puxado pelo investimento. Acredito que vamos ter um bom ano para indústria. E acredito muito na construção civil, que tem tudo para deslanchar este ano." (Agência Brasil)
CNA estima queda de 0,5% a 1% no PIB da agropecuária em 2024
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê queda de 0,5% a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária neste ano, ante crescimento de 15,1% em 2023.
A estimativa da entidade é preliminar e deve ser revisada após os resultados anuais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O recuo será muito em virtude da produção menor de grãos, além do impacto do aumento no consumo intermediário, que pressiona os custos de produção", disse o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon.
Os grãos representam a maior fatia do desempenho da agropecuária e, portanto, variações na produção afetam o resultado geral do setor. Para o PIB nacional, a CNA projeta, em estimativa preliminar, crescimento de 1,7% neste ano, número que também será revisado posteriormente.
A CNA avalia que o crescimento de 15,1% do PIB da agropecuária no ano passado foi "bom". Segundo os cálculos da confederação, a agropecuária respondeu por 44% do crescimento do PIB Brasil. "Se não fosse o PIB da agropecuária, o Brasil teria crescido apenas 1,6% ante 2,9% do resultado obtido", avaliou Conchon.
O crescimento do PIB do agro deve-se sobretudo à maior produção de soja e milho, com avanço de 27,1% da soja, 22% do milho segunda safra e 16,3% do café arábica. "O resultado foi bastante positivo, sobretudo pelo aumento da produtividade", apontou. (Agência Estado)
Bolsa
O Ibovespa iniciou março pouco acima da estabilidade, em leve alta de 0,12%, aos 129.180,37 pontos, em sessão na qual o destaque foi o PIB brasileiro de 2023
PIB
Com o desempenho do PIB Agro muito acima do crescimento nacional, a agropecuária aumentou sua participação no resultado do País de 6,8% em 2022 para 7,2% no último ano