O volume de serviços no Ceará recuou 0,3% na passagem de junho para julho de 2024, após três meses seguidos de alta. O resultado vai na contramão do registrado nacionalmente, com avanço de 1,2%.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada nesta quarta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por outro lado, quando comparado a julho de 2023, houve um avanço de 0,9%. No acumulado do ano, o setor cresceu 0,6%, assim como nos últimos 12 meses, em que houve um aumento de 1,3%, ambos frente a igual período do ano anterior.
Sobre o índice de receita nominal, foi registrada alta de 1,3% em relação ao mês imediatamente anterior, ou seja, junho. Na mesma linha, levando em consideração julho do ano passado, a ampliação foi de 7,2%.
De acordo com as cinco atividades de divulgação pesquisadas, três obtiveram um resultado positivo no acumulado do ano: serviços de informação e comunicação (9,5%), outros serviços (6,9%) e serviços prestados às famílias (5,3%).
Serviços profissionais, administrativos e complementares (-5,6%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,8%) ficaram com as taxas negativas.
Além disso, a pesquisa avalia o Indicador de Atividades Turísticas (Iatur). No Ceará, foi apontado um recuo de 2,7%. Já no Brasil houve queda de 0,9%. Nos últimos 12 meses, o resultado cearense também foi negativo (-4,7%)
Em contrapartida, na comparação com julho de 2023, o crescimento foi de 4,2%, enquanto no acumulado deste ano a alta foi de 0,3%. Na receita das atividades turísticas de julho, o aumento foi de 2,1%.
O volume de serviços prestados no Brasil seguiu em trajetória de crescimento em julho, apresentando expansão de 1,2% na comparação com junho.
Este é o segundo resultado positivo seguido, período em que acumulou um ganho de 2,9% (junho-julho).
Na comparação contra julho de 2023, o setor teve expansão de 4,3% no mês.
No acumulado do ano, o volume de serviços cresceu 1,8% frente a igual período de 2023.
Já no indicador dos últimos 12 meses, houve ganho de dinamismo, passando de 0,8% em junho para 0,9% em julho.
"Para o entendimento do resultado, é importante notar a ligeira disseminação das altas, registradas em três dos cinco setores avaliados na pesquisa, mas com destaque para as atividades de profissionais, administrativos e complementares e de informação e comunicação, que emplacaram, em ambos os casos, o segundo resultado positivo em sequência", analisa Rodrigo Lobo, gerente da PMS.
A alta de profissionais, administrativos e complementares foi de 4,2%, com um crescimento de 6,5% no período junho-julho. Dentro do setor, os destaques foram as atividades de: agenciamento de espaços de publicidade; e a intermediação de negócios em geral.
Já o setor de informação e comunicação teve expansão de 2,2% na passagem de junho para julho, com ganho acumulado de 3,8% nos últimos dois meses.
Em julho, houve aumento de receita nas atividades de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet, além das de telecomunicações e de exibição cinematográfica.
"Como é um mês de recesso escolar, é comum que muitas famílias tirem férias e as salas de cinema acabam tendo um bom desempenho nesse período", registra Lobo.
O terceiro setor com crescimento em julho foi o de outros serviços, que variou 0,2%, recuperando uma pequena parcela da perda acumulada no mês anterior, quando apresentou queda de 0,8%.
Entre os setores que tiveram recuo de volume de serviços no país em julho, o principal impacto negativo foi o do setor de transportes, com queda de 1,5%, influenciado, principalmente, pelos recuos observados em transporte dutoviário e no rodoviário de cargas.
Com menor influência no resultado global, os serviços prestados às famílias mostraram uma ligeira variação negativa (-0,2%).
Na análise regional da PMS, na passagem de junho para julho, 14 das 27 unidades da federação (UFs) tiveram aumento na receita real de serviços, acompanhando o crescimento observado no resultado nacional.
Entre os locais com taxas positivas, o impacto mais importante veio de São Paulo (2,4%), seguido por Distrito Federal (14,8%), Rio de Janeiro (0,6%), Minas Gerais (0,9%) e Rio Grande do Sul (1,5%).
Na outra ponta, Espírito Santo (-2,3%), Mato Grosso (-1,7%) e Paraná (-0,2%) foram as principais influências negativas do mês.
Sobre o Indicador de Atividades Turísticas (Iatur), foi evidenciada uma retração de 0,9% na passagem de junho para julho.
"Dois itens importantes no turismo nacional tiveram aumento de preços e acabaram impactando nesse resultado", explica Lobo, apontando para passagem aérea, que cresceu 19,39% em julho, e aluguel de veículos, com aumento médio de 6,93%.
"Além disso, a base de comparação mais elevada, dada a alta de 3,4% no mês anterior, também impediu um melhor resultado para o turismo neste mês", complementa o pesquisador.
O segmento de turismo ficou 6,8% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,0% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
Na análise regional, entretanto, apenas 6 dos 17 locais pesquisados acompanharam este movimento de queda nacional, com as influências negativas mais relevantes ficando com Rio de Janeiro (-3,5%) e Bahia (-5,8%), ao passo que Rio Grande do Sul (12,2%), Minas Gerais (2,1%) e São Paulo (0,3%) apontaram os principais avanços.