O Banco do Nordeste (BNB) planeja dobrar os financiamentos de comércio exterior no Ceará em 2025, alcançando R$ 200 milhões. Atualmente, são aplicados cerca de R$ 100 milhões.
Conforme explicou Eliane Brasil, superintendente estadual da instituição financeira, ao O POVO, a meta é bastante flexível, por depender do mercado, mas a expectativa é que esse número aumente.
"Hoje em dia estamos em um patamar infinitamente inferior ao que pretendemos alcançar aqui no Ceará, considerando o potencial do Estado, o nível de exportação e a franca expansão do nosso porto (do Pecém)."
Nesse sentido, reforça a importância do Seminário Estadual de Comércio Exterior do Banco do Nordeste, realizado na última terça-feira, 17, com empresários do setor.
"Este evento tem como objetivo exatamente estimular que nossos clientes façam o comércio exterior conosco, pois é sempre melhor fazer negócios com quem conhecemos. Portanto, o relacionamento entre os clientes e o banco precisa e deve ser ampliado."
Além disso, afirmou que os setores que mais se destacam para a exportação continuam sendo a castanha e as frutas. No que diz respeito à importação, é observado um volume muito grande de placas solares devido ao crescimento do número de usinas, com demanda para máquinas e equipamentos.
Nas linhas de crédito, a importação é por meio do capital de giro, sendo que são realizadas sob a modalidade de pagamento à vista e, depois, refinanciadas sob a modalidade de pagamento a prazo.
Para a exportação, existem dois caminhos: Nota de Crédito à Exportação (NCE) e Cédula de Crédito à Exportação (CCE).
Neste caso, o banco custeia, também por capital de giro, a aquisição de insumos, matérias-primas e outros recursos destinados à produção da mercadoria para exportação, bem como a comercialização dos produtos com os compradores no exterior.
Durante o evento, a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e colunista do O POVO+, Karina Frota, também comentou sobre as tendências e desafios do setor.
Para ela, o mercado muda em uma velocidade muito grande e é preciso estar cada vez mais à frente, preparado para essas mudanças.
"Nosso desafio é mostrar para o empresário que ele deve deixar a timidez de lado e parar de olhar apenas para dentro da sua empresa. Hoje, o mercado é global, e não há como ser diferente. Nosso mercado é do tamanho do mundo."
Ademais, destacou que, há 25 anos, o grande tema era a globalização, e as trocas comerciais internacionais estavam apenas começando. Hoje, isso acontece de forma quase instantânea, com mercadorias circulando pelo mundo.
"E muitas vezes, ouvimos empresários dizendo que não têm interesse em exportar ou buscar fornecedores internacionais, preferindo comprar localmente. A internacionalização é uma decisão estratégica empresarial e temos observado que as empresas pelo mundo estão cada vez mais próximas."