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Preço comparado: itens consumidos por veganos sobem até 141%
Economia

Preço comparado: itens consumidos por veganos sobem até 141%

| PROCON | Dos produtos da cesta tradicionalmente incluídos na pesquisa do Procon, O POVO selecionou 20 itens que fazem parte da dieta da população que não consome alimentos de origem animal
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As frutas são opções leves e nutritivas. (Imagem: CHALERMCHAI99 | Shutterstock) (Foto: CHALERMCHAI99 | Shutterstock)
Foto: CHALERMCHAI99 | Shutterstock As frutas são opções leves e nutritivas. (Imagem: CHALERMCHAI99 | Shutterstock)

 

 

O mês de novembro iniciou com o Dia Mundial Vegano, 1º, responsável por consolidar o avanço do consumo de produtos não derivados de origem animal. Em alusão à data, a edição deste mês do Preço Comparado, de 14 a 24 de outubro, focou em itens que podem ser consumidos pelo público vegano nos supermercados de Fortaleza.

Em parceria com o Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon Fortaleza), o projeto conta com uma lista de 100 produtos avaliados mensalmente em 36 supermercados da Capital. Destes, O POVO selecionou 20 que integram a alimentação vegana e comparou a variação de preços. 

 

Compare os preços de cada produto ou categoria

 

A discrepância nos valores foi equilibrada. Dos 20 itens, dez subiram de preço ao longo de 2024 e dez baixaram. No ano, a maior variação desses produtos se deu no quilograma (kg) do abacate, cujo valor médio subiu 141%, indo de R$ 5,63 em janeiro para R$ 13,57 em outubro.

 

Evolução dos preços dos produtos em destaque

 

Já a cenoura contou com a menor queda no preço médio, saindo de R$ 12,38/kg para R$ 3,96/kg (-68%). O restante dos 20 insumos que podem ser consumidos por veganos variou com alta no valor médio de até 35,7% e baixa de até 55,9% no ano.

O abacate contou, ainda, com a maior variação na passagem de setembro para outubro, isto é, 36,4% – de R$ 9,95 para R$ 13,57; ao passo que o quilo da manga tommy registrou a menor discrepância mensal, em -54,5%, saindo de um preço médio de R$ 8,76 para R$ 3,99.

 

 

Supermercados mais caros e mais baratos para cada produto de destaque

Especificamente em outubro, o destaque ocorreu no quilo da cebola pêra, com variação de 313,6% e preço médio de R$ 3,30. O Super do Povo Supermercados – no Henrique Jorge – registrou o menor valor, a R$ 1,69, enquanto o Super Lagoa, no Centro, o mais caro, a R$ 6,99.

Em contrapartida, o arroz branco tipo 1 da marca Camil, de 1 kg, contou com a menor variação em outubro dentre os 20 produtos (16,9%). O valor mais em conta foi encontrado a R$ 6,49 no Mercado Extra, no Bairro de Fátima, e o mais caro, a R$ 7,59 no GBarbosa do Edson Queiroz.

 

Selecione um produto e compare os preços nos 13 supermercados analisados pelo O POVO e Procon

 

 

A presidente do Procon Fortaleza, Eneylandia Rabelo, pontuou que o mercado tem liberdade para definir os preços, mas orientou aos consumidores pesquisarem antes de comprar, pois o intuito da pesquisa é propiciar margem de comparação.

“É importante o consumidor ter essa noção do que realmente vale a pena adquirir hoje. Se um produto pode ser substituído por outro quando o preço está acima do mercado, ou se realmente está valendo a pena comprar agora, ele pode decidir com mais consciência.”

 

Escolha um produto e compare a evolução dos preços em até 5 supermercados ao mesmo tempo

 

Em outubro, a maior variação de preços encontrada nos itens que podem ser consumidos por veganos foi da cebola pêra, com 313,6% e um preço médio de R$ 3,30/kg.

A uma diferença de R$ 5,30, o Super do Povo Supermercados – no bairro Henrique Jorge – registrou o menor valor da cebola, a R$ 1,69/kg, enquanto o Super Lagoa, no Centro, o mais caro, a R$ 6,99/kg.

 

 

Menor variação de preço

Em contrapartida, o arroz branco tipo 1 da marca Camil, de 1 kg, contou com a menor variação de preços nos supermercados da capital (16,9%).

O preço mais em conta era de R$ 6,49 no Mercado Extra, no Bairro de Fátima, e o mais caro, R$ 7,59 no GBarbosa do Edson Queiroz. Apenas R$ 1,10 separavam os dois.

A diferença de preço no quilo da manga tommy foi a segunda maior da pesquisa(Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves A diferença de preço no quilo da manga tommy foi a segunda maior da pesquisa

Manga tommy

Ao passo que a diferença de preço no quilo da manga tommy foi a segunda maior da pesquisa, a 262,5% e um preço médio de R$ 4,43.

O Cometa Supermercados, na Cidade dos Funcionários, e o Supermercado Pinheiro, na Messejana, ficaram com os menores preços da manga, ambos a R$ 2,48.

Já o Pão de Açúcar, na Aldeota, estava com o maior preço: R$ 8,99. A diferença de valor foi de R$ 6,51 em relação aos menores custos da manga.

Batatas

A versatilidade nos preços das batatas também foi significativa. No caso da batata doce, o quilo mais barato ficou em R$ 2,99 e o mais caro, R$ 8,99.

Os preços foram encontrados no Super do Povo Supermercados e no GBarbosa respectivamente, com uma variação de 200,7%, equivalente a um custo de R$ 6.

A batata inglesa, apesar de não ter uma diferença (146,1%) tão acentuada quanto a doce, contou com um preço médio de R$ 8,98 por kg.

O valor de R$ 4,79 foi o mais barato, visto no Frangolândia Supermercados, da Varjota, e R$ 11,79 o mais caro, no GBarbosa.

A cenoura estava com o preço mais barato no Centerbox Supermercados(Foto: TATIANA FORTES, em 17/10/2012)
Foto: TATIANA FORTES, em 17/10/2012 A cenoura estava com o preço mais barato no Centerbox Supermercados

Abacaxi pérola e cenoura

A unidade do abacaxi pérola custava R$ 4,89 no Mercado Extra e R$ 11,49 no Guará Supermercados, na Praia de Iracema, com diferença de 135% entre o menor e o maior preço.

O Guará Supermercados também contou com o maior valor do quilo do mamão formosa, a R$ 6,99. O menor foi no Centerbox Supermercados, no Jangurussu, a R$ 2,99. A diferença era de 133,8%.

A cenoura também estava com o preço mais barato no Centerbox Supermercados, a R$ 2,79/kg. Com variação de 114,7%, o valor mais caro foi visto no GBarbosa e no Super Lagoa, a R$ 5,99.

Goiaba, banana e tomate

Uma diferença de 100,7% deu-se no quilo da goiaba, de R$ 4,48 no Cometa Supermercados e no Supermercado Pinheiro, na Messejana, a R$ 8,99 no GBarbosa.

A um preço médio de R$ 6,37/kg, a banana prata mais barata estava no Super do Povo (R$ 3,99), enquanto a mais cara, no Guará Supermercado (R$ 7,99), variando 100,3%.

No caso do tomate, o quilo variou de R$ 3,49 a R$ 6,99 entre o GBarbosa e o Pão de Açúcar, respectivamente. Houve uma diferença de preço de R$ 3,50 entre os dois e percentual de 100,3%.

 

Supermercados mais caros e mais baratos para cada produto de destaque

 

Alho

O quilograma do alho a granel variou 92,3%, de R$ 26 a R$ 49,99. Assim como o tomate, o preço mais barato foi visto no GBarbosa e o mais caro, no Pão de Açúcar, a uma média de R$ 37,25.

A maçã nacional, por outro lado, foi de R$ 10,99 a R$ 19,99 em Fortaleza, variando 81,9%. O GBarbosa registrou o valor mais em conta e tanto o Guará quanto o Super Mercadinhos São Luiz, na Aldeota, o mais caro.

Beterraba e tangerina

A diferença do preço da beterraba foi de R$ 75,2% e o preço médio, R$ 5,33(Foto: TATIANA FORTES)
Foto: TATIANA FORTES A diferença do preço da beterraba foi de R$ 75,2% e o preço médio, R$ 5,33

A beterraba também estava com o preço do quilo mais caro no Guará Supermercado, a R$ 6,99, e o mais barato, no Super do Povo, a R$ 3,99. A diferença foi de R$ 75,2% e o preço médio, R$ 5,33.

Uma variação de 66,7% foi vista na tangerina morgote, com o preço mais barato de R$ 8,99/kg no Frangolândia Supermercados e o mais caro, R$ 14,99/kg, no Guará Supermercado.

Macaxeira e abacate

A macaxeira contou com diferença parecida, de 62,7%, entre o menor (R$ 4,29) e o maior preço (R$ 6,98). O preço médio do alimento foi de R$ 5,21.

O mais em conta foi visto no Carnaúba Supermercados, no Jangurussu, e no Super Lagoa. Já o mais caro estava no Cometa Supermercados e no Supermercado Pinheiro.

Saindo dos tubérculos e voltando às frutas, o quilo do abacate mais barato foi de R$ 10,99 e o mais elevado, R$ 16,99. O primeiro, no Centerbox e o segundo, no Guará Supermercado.

Azeite de oliva

O azeite de oliva extra virgem da marca Andorinha Tradicional, de 500 mL, registrou uma diferença de preços de R$ 14,69 e percentual de 34,2% em Fortaleza.

O GBarbosa deteve o azeite mais barato durante o período da pesquisa, a R$ 42,9, e o Frangolândia Supermercados, o mais caro, com R$ 57,59. A média ficou em R$ 50,2.

Feijão carioca e mandioca

No caso do feijão carioca da Kicaldo, de 1 kg, o menor preço foi de R$ 6,45 no Supermercado Pinheiro e o maior, R$ 8,49, no Pão de Açúcar. A variação foi de 31,6% e o preço médio, R$ 7,05.

O quilo da fécula de mandioca, da marca Amafil, teve pouca diferença de preços nos supermercados, totalizando o valor de R$ 1,70 e o percentual de 28,4%.

O mais em conta foi de R$ 5,99 no Carnaúba Supermercados, Centerbox Supermercados e Nidobox Supermercado, enquanto o mais caro ficou em R$ 7,69 no Frangolândia e no Super Mercadinhos São Luiz.

 

 

Produtos que ficaram mais caros entre setembro e outubro

 

O abacate também foi o produto que contou com a maior variação mensal no preço médio entre setembro e outubro, com alta de 36,4%.

O quilo do tomate veio logo após, com 31,6%; depois a tangerina morgote, 15,4%; beterraba, 6,9%; macaxeira, 6%; alho a granel, 5,1%; entre outros.

Entre as menores diferenças de preços, estavam a manga tommy (-54,5%), cebola pêra (-37,1%), cenoura (-12,4%), abacaxi pérola (-9,9%), entre outros.

 

 

Supermercados mais caros e mais baratos

O Centerbox Supermercados, no Jangurussu; o Super do Povo Supermercados, no Henrique Jorge; e o GBarbosa, no Edson Queiroz, estão entre os estabelecimentos que contaram com os itens mais baratos do levantamento. Dos 20 produtos, cada um conta com quatro em conta.

Todavia, o GBarbosa também integra a lista dos supermercados com itens mais caros junto ao Guará Supermercado, na Praia de Iracema. Ambos têm seis produtos mais caros, dos 20 consumidos por veganos.

Segundo Eneylandia Rabelo, do Procon Fortaleza, a seleção dos supermercados analisados na pesquisa inclui comparativo entre diferentes regionais da Capital. "Pegamos desde bairros como a Aldeota e o Meireles até bairros de periferia. Após essa coleta de dados, fazemos o comparativo de preços, abrangendo todos os segmentos."

 

Produtos que ficaram proporcionalmente mais baratos entre setembro e outubro

 

 

 

Lista geral de produtos do Procon

O Procon Fortaleza faz o acompanhamento mensal de 100 produtos essenciais, nas áreas de alimentação, carnes, aves, padaria, frutas, verduras, higiene pessoal, limpeza doméstica, cuidados, higiene infantil, alimentação infantil e produtos para animais de estimação.

A coleta de preços é realizada em 36 supermercados, distribuídos por todas as regionais de Fortaleza. Em releção à variação de preço nos locais, a maior diferença foi da cebola pêra, de 369,1%. Já a menor variação ficou a cargo do refrigerante Guaraná Kuat de dois litros (2,9%).

 

 

Alguns produtos gerais da lista não contaram com análise, como o leite Nan 2 Comfor da Nestlé de 400 gramas (g), a papinha de frutas da Nestlé de 120 g e o shampoo neutro para cachorro de 700 mL.

 

 

Dicas do Procon Fortaleza

 

 

Compare os preços nos supermercados por produto ou categoria

 

 

 

Ponto de vista: a economia do veganismo popular

Por Eliziane Alencar

O crescimento mundial do veganismo tem impulsionado o surgimento de milhares de opções e marcas à base de vegetais, de carnes, leites, queijos e massas.

Uma nova economia pujante, inclusiva, ética, mais saudável, sustentável e capaz de dinamizar a geração de emprego e renda a curto prazo, com efeito cadeia em muitos outros segmentos.

Holanda e Alemanha, por exemplo, implantaram políticas públicas para acelerar o crescimento dessa economia.

Provocados, inicialmente, pelos pactos globais contra a crise climática, que trouxeram luz à consciência de que o planeta não suporta mais o custo ambiental das superpopulações de animais explorados, seja pela devastação de florestas e pegada hídrica, como também pela emissão de gases de efeito estufa.

Quando tratada como política pública, a reversão para a economia verde demanda dos governos investimentos em pesquisa, inovação e novas tecnologias, para desenvolvimento de novos produtos, transformação de plantas produtivas e promoção de uma nova cultura alimentar voltada para o consumo de alimentos à base de vegetais.

A convergência de benefícios dessa virada impacta na redução dos custos de manutenção dos sistemas de saúde pública, já que a alimentação à base de vegetais previne o surgimento de alergias, cânceres, doenças crônicas, neurológicas, cardíacas e muitas outras.

Enquanto o Brasil e o Ceará ainda engatinham nessa transformação e a produção de novos produtos à base de plantas ainda não têm os subsídios necessários para escalar e ter preços mais acessíveis, o veganismo prova que é popular numa cesta de frutas e vegetais de época e uma boa pesquisa de preços. 

Dieta Vegana e os mitos sobre o assunto | Saúde do POVO

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