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Postura neutra do Ceará deve render avanço na relação com os EUA, diz empresário
Economia

Postura neutra do Ceará deve render avanço na relação com os EUA, diz empresário

Estados Unidos são o principal parceiro comercial do Ceará em relação às exportações. Para CEO da JM Negócios Internacionais, Augusto Fernandes, Trump não deve prejudicar bom relacionamento construído entre as partes
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Exportadores cearenses atentos ao início do governo Donald Trump nos Estados Unidos, principal parceiro comercial do Ceará (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Exportadores cearenses atentos ao início do governo Donald Trump nos Estados Unidos, principal parceiro comercial do Ceará

A posse de Donald Trump para o segundo mandato não consecutivo como presidente dos Estados Unidos não deve representar risco às relações comerciais desenvolvidas pelo Ceará com os estadunidenses. O país é o principal comprador de produtos cearenses exportados.

Essa é a avaliação do CEO da JM Negócios Internacionais, Augusto Fernandes, que lembra que na época do primeiro governo de Trump, a relação comercial entre os países permaneceu sólida e até evoluiu.

De acordo com dados da balança comercial divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), os Estados Unidos compraram US$ 659 milhões em produtos cearenses em 2024, o que corresponde a 45,2% do total exportado pelo Estado.

O segundo principal parceiro comercial do Ceará é a Holanda, com US$ 64 milhões exportados, o que representa apenas 4,4% do total exportado e demonstra o peso da parceria comercial com os EUA.

Despachante aduaneiro no Porto do Pecém, o executivo destaca que já se reuniu com empresários que atuam no mercado cearense e exportam para o exterior, e a avaliação sobre o médio e longo prazo é positiva.

Na sua opinião, a postura de Trump nos discursos deve ser diferente nas mesas de negócios, e a tradicional posição neutra do Brasil deve gerar frutos positivos, de forma similar ao que houve quando ocorreu uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, na qual o Brasil acabou se aproveitando e vendendo mais para os dois mercados.

Augusto Fernandes, CEO da JM Aduaneira(Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Augusto Fernandes, CEO da JM Aduaneira

Em entrevista ao quadro Guia Econômico, da Rádio O POVO CBN, Augusto ainda destaca as vantagens competitivas do Ceará para além do produto, como a questão logística, a proximidade geográfica e os menores custos em tempos de Real desvalorizado.

“O fato é que, gostando ou não do Trump, o primeiro mandato dele foi positivo para o Ceará do ponto de vista da demanda de exportações. Por exemplo, uma fábrica localizada no Pecém conseguiu ampliar de 1 mil para 5 mil funcionários graças à política de expansão das energias renováveis”, afirma.

Além dos produtos industrializados ligados ao setor de energias renováveis, especialmente as pás eólicas, o empresário também destaca os avanços em setores como o de exportação de aço e cera de carnaúba.

“Todos os empresários que exportam para os EUA - e eu me incluo por ser um prestador de serviço - estão na expectativa. O valor do dólar para exportação está excelente, mas existe um limite, um meio termo, a busca pelo equilíbrio”, aponta.

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