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Ceará registra menor taxa de desemprego desde 2012, a 7% em 2024
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Ceará registra menor taxa de desemprego desde 2012, a 7% em 2024

| PNAD | Para manter a tendência de diminuição do desemprego, economista cita necessidade de estímulo à atividade econômica sem perder o foco no controle da inflação
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TAXA de desemprego no Brasil também é a menor da série histórica iniciada em 2012 (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS TAXA de desemprego no Brasil também é a menor da série histórica iniciada em 2012

O Ceará alcançou as menores taxas de desemprego da série histórica desde 2012, em 7% na média do ano passado e 6,5% no quarto trimestre de 2024. Antes, os menores índices foram em 2014, com 7,1%, e no terceiro trimestre do último ano, com 6,7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem.

A redução do desemprego no Estado reforça uma tendência de melhora no mercado de trabalho cearense ao longo dos últimos anos, com variações significativas na última década. No período de maior pico, estão o ano de 2021 (14%), especialmente os primeiros e segundo trimestres, ambos com 15,1%, devido aos impactos da pandemia.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), destacou que o local é uma terra de oportunidades. “São cearenses que passaram a ter trabalho e renda para seu sustento e o de suas famílias. Seguiremos firmes na missão de atrair, com uma política de incentivos consistente, mais empresas e ampliar as já instaladas em nosso Estado.”

O economista Alex Araújo atribui o resultado a uma série de fatores interligados, os quais refletem uma consolidação da recuperação econômica, como o aumento nos postos de empregos formais, com destaque para os setores de serviços e indústria. O momento, na sua visão, demonstra retomada robusta das atividades empresariais.

“Essa expansão do emprego não apenas impulsiona o consumo e a produção, mas também aumenta a confiança dos agentes econômicos, fortalecendo o ciclo de investimentos e contratações e colaborando para um ciclo virtuoso de retomada econômica”, segundo Alex.

O rendimento médio real de todos os trabalhos, efetivamente recebidos por mês, aumentou ao longo dos anos, ficando em R$ 2.222 no último trimestre de 2024. Os empregadores ficaram com os maiores rendimentos médios no trabalho principal, de R$ 5.526. E o menor salário no trabalho principal ficou a cargo dos trabalhadores domésticos, com R$ 789.

Isso pode ser visto como reflexo do poder de compra da população. O avanço indica que, mesmo considerando ajustes inflacionários, há um ganho real que beneficia os trabalhadores. Contudo, esse valor ainda é considerado baixo, refletindo o perfil econômico do Ceará, onde há uma parcela relativamente pequena de trabalhos com maior renda, conforme Alex.

Por outro lado, a disparidade nos rendimentos entre os profissionais está relacionada à natureza e às exigências de cada setor profissional. “Os empregadores, em geral, são empresários que assumem riscos e investem recursos significativos. (...) E o trabalho doméstico permanece pouco valorizado no Brasil.”

Entre as pessoas de 14 anos ou mais de idade na força de trabalho, que compõem a maioria da população economicamente ativa, houve leve recuo. Foi de 4,02 milhões no quarto trimestre de 2023 para 3,95 milhões no quarto trimestre de 2024. Todavia, a parcela da população que estava ocupada aumentou, indo de 3,67 milhões para 3,69 milhões em igual período.

Os desocupados também caíram de 351 mil para 256 mil no comparativo anual dos quartos trimestres de 2023 e 2024. A taxa de participação na força de trabalho no Estado, que mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais ativamente envolvidas no mercado, caiu para 51,8% no quarto trimestre de 2024. No quarto trimestre de 2023, o índice era de 53,5%.

A diminuição de 1,7 ponto percentual (p.p.) reflete uma redução no número de pessoas ativamente buscando ou ocupadas no mercado de trabalho no Estado, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Apesar de oscilar, segue relativamente estável. Quando se observa o terceiro trimestre de 2024, a taxa de participação foi de 52,5%.

Em outros 13 estados do Brasil, a taxa de desocupação média anual foi a menor na série histórica, com destaque para o Mato Grosso (2,6%). No País, o percentual foi ainda mais positivo do que no Ceará no quarto trimestre do último ano, a 6,2%, ante 7,4% em igual período de 2023. Já a taxa média anual brasileira saiu de 7,8% em 2023 para 6,6% em 2024.

Para manter a tendência de diminuição do desemprego, Alex vê a necessidade de adotar medidas que estimulem a atividade econômica sem perder o foco no controle da inflação, como a diversificação da matriz econômica e o fomento do desenvolvimento de novos postos de trabalho. “Investimentos em educação e qualificação profissional são cruciais.”

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Fortaleza,CE,BR 03-12-24: Setor de serviços é destaque na alta do PIB brasileiro para o segundo semestre de 2024. Na foto, Barraca Zen na beira-mar. (Foto: Lorena Louise/Especial para O POVO)
Fortaleza,CE,BR 03-12-24: Setor de serviços é destaque na alta do PIB brasileiro para o segundo semestre de 2024. Na foto, Barraca Zen na beira-mar. (Foto: Lorena Louise/Especial para O POVO)

8 em cada 10 brasileiros veem importância do turismo para a geração de empregos

Em um país tropical como o Brasil, 84% das pessoas consideram o setor do turismo como importante para a geração de empregos, já que é responsável pela criação de 405 mil postos de trabalho em diversos estados desde 2023, incluindo o Ceará.

A pesquisa Tendências de Turismo Verão 2025 foi elaborada pela Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados e pelo Ministério do Turismo (MTur), a pedido da Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Após 5.542 entrevistas domiciliares, entre os dias 14 a 28 de outubro de 2024, com pessoas a partir de 16 anos em todas as unidades federativas, a margem de erro é de dois pontos percentuais, com um intervalo de confiança de 95%.

Cerca de 43% dos brasileiros veem crescimento no turismo nacional nos últimos dois anos. O MTur avalia o cenário indo de encontro à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), com recorde na taxa de desemprego, em 6,2%.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou que a percepção do brasileiro é ligada ao tamanho do "impacto econômico do turismo" no País, bem como dos resultados dos primeiros anos da nova gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A atividade turística é uma forma eficaz de promover desenvolvimento regional e reduzir a desigualdade no País”, afirmou.

O MTur ainda vê espaço para crescimento, pois 51% dos participantes da pesquisa acreditam que o Brasil tem "muito potencial" para exploração do turismo como atividade econômica.

"Ao serem questionados sobre o quanto o País aproveita esse potencial, os entrevistados se dividem: 43% acreditam que ele é aproveitado, sendo 19% muito aproveitado e outros 43% responderam que é pouco aproveitado", acrescentou.

O principal benefício do turismo brasileiro, segundo o levantamento, é a atração de investimentos. O MTur divulgou que o País recebeu US$ 360 milhões em investimentos diretos no setor em 2024, com alta de 40% em relação a 2023.

O combate à pobreza e à desigualdade social são tópicos da política pública com maior capacidade de impactar positivamente a atividade turística no Brasil. Para 33% dos brasileiros, essas ações são fundamentais e estratégicas.

Logo após, estão atividades de incentivo para baratear custos em viagens a lazer (21%), segurança pública (13%), investimento em infraestrutura nos destinos mais procurados (12%) e políticas de qualificação profissional para o setor (6%).

Oportunidades de emprego e renda

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FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 26-01-2024: Movimentações de foliões no Pré-Carnaval Pra Quem Gosta é Bom com uma apresentação de Reinado e o bloco de música na Praça Waldemar Falcão . (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 26-01-2024: Movimentações de foliões no Pré-Carnaval Pra Quem Gosta é Bom com uma apresentação de Reinado e o bloco de música na Praça Waldemar Falcão . (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

Fatia de jovens que nem estudam e nem trabalham cai 6,6% no Ceará

Conhecidos como "nem nem", a quantidade de jovens que nem estudam e nem trabalham caiu 6,6%, no comparativo anual, no Ceará. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) na manhã desta sexta-feira, 14 de fevereiro.

O Boletim Trimestral da Juventude acompanha a população entre 15 a 29 anos, explorando dados da Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A proporção dos jovens "nem nem" segue uma tendência de queda no Estado tanto no curto quanto no longo prazo, exposta também pela comparação do terceiro trimestre de 2019 com o terceiro trimestre de 2024, com recuo de 8,1%.

Do total de jovens cearenses no terceiro trimestre de 2024, 26,26% encontravam-se na situação "nem nem" — equivalente a 547.583 pessoas. No Nordeste, o número ficou praticamente similar, com 26,29%. Todavia, está distante do patamar brasileiro de 19,70%.

"Uma vez que o aumento da população de jovens sem estudar ou trabalhar é resultante da combinação das dinâmicas observadas tanto no âmbito escolar quanto no mercado de trabalho, cabe um olhar mais atento para estes setores, a fim de descobrir onde se encontra o gargalo maior que permite estas proporções expressivas e que distanciam o Ceará do nível nacional", no estudo.

Faixa etária

Em 2023, o indicador cearense estava em 28,11% e, em 2019, 28,57%. Há uma diferença, também, a depender das faixas etárias, conforme o autor do estudo e analista de políticas públicas do Ipece, Vitor Hugo de Oliveira Silva.

"Entre 15 e 17 anos de idade, observamos uma redução de 33,3%, ou seja, na comparação do terceiro trimestre de 2024 (3,26%) com igual período de 2023 (4,89%). Em relação a 2019 (7,75%), o índice é ainda maior, uma queda de 57,9%", explicou.

Isso é reflexo de um cenário educacional positivo, uma vez que esta faixa etária corresponde à faixa etária escolar, na visão do Ipece.

Já a parcela de jovens "nem nem" entre 18 a 24 anos foram de 35,56% em 2019 para 33,76% em 2024. No caso dos 25 a 29 anos, a redução foi de 30,59% em 2019 para 29,42% em 2024. Ambas caíram no curto e longo prazo.

"De maneira contrastante, as elevadas proporções desta população específica entre jovens de 18 a 28 anos é um forte indicativo da necessidade de maiores ações direcionadas para a transição destes para o mercado de trabalho", acrescentou.

Gênero

Além disso, a proporção de jovens mulheres cearenses que não estudam e não trabalham ficou em 33,21%, enquanto os jovens homens somam 19,76%. "Tal diferença entre os gêneros vem aumentando desde o início de 2023", de acordo com o levantamento.

"A diferença entre os gêneros segue expressiva (68% no 3º tri/24). O que parte pode ser explicada pela diferença de variações no curto prazo (...). Assim, as mulheres seguem sendo mais afetadas com tal fenômeno em comparação ao homens", pontuou.

Recorte geográfico

Fortaleza é, ainda, o local cearense com menor proporção de jovens "nem nem", de 22,34% no terceiro trimestre de 2024. A Região Metropolitana (RMF), exceto a Capital, e o interior do Estado ficaram com 25% e 28,47%, respectivamente.

"No longo prazo, todas as regiões apresentaram reduções: RMF com -9,6%, o interior do Estado apresentou -8,34% de redução e a Capital com -6,89%, entre o terceiro trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2024", detalhou.

Há a necessidade de direcionar ações que priorizem atenuar as condições, no intuito de reduzir as disparidades que colocam estes jovens com maior exposição ao risco, de acordo com Vitor Hugo de Oliveira Silva.

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Região

Fortaleza tem a menor proporção de jovens "nem-nem" no Estado (22,34%), segundo o Ipece. A Região Metropolitana (RMF), exceto a Capital, e o interior do Estado ficaram com 25% e 28,47%, respectivamente

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