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Grandes cidades do Ceará fecham mais de 3 mil vagas em março
Economia

Grandes cidades do Ceará fecham mais de 3 mil vagas em março

| TRABALHO FORMAL | Demissões em Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral contribuíram para desaquecimento na empregabilidade . Por outro lado, indústria gera vagas no Interior
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FORTALEZA-CE, BRASIL, 31-12-2024: Movimentação no Centro de Fortaleza, na véspera de Ano Novo. Na foto, a pouca movimentação das lojas na Praça do Ferreira. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo)
 (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS FORTALEZA-CE, BRASIL, 31-12-2024: Movimentação no Centro de Fortaleza, na véspera de Ano Novo. Na foto, a pouca movimentação das lojas na Praça do Ferreira. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo)

Impactado pelo desaquecimento econômico das grandes cidades, a geração de empregos formais desacelerou no Ceará em março. Dados do Cadastro Geral de Empregos (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram que os saldos negativos de municípios como Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral somam mais de 3 mil vagas fechadas no mês.

Principal motor do mercado de trabalho com carteira assinada no Estado, a capital cearense perdeu 2.972 postos. O número foi impulsionado pelo saldo negativo superior a 2,3 mil no setor de serviços, além de outras 529 no comércio.

 

E vai na contramão do cenário que vinha sendo observado nos meses anteriores, quando Fortaleza figurou entre os municípios brasileiros que mais geraram oportunidades no mercado formal. Em fevereiro deste ano, com saldo positivo em 4,2 mil vagas, a Capital foi a 9ª que mais empregou no País.

Mas, em março, houve uma queda brusca nos números. Isso ocorre também quando o comparativo é feito com igual mês de 2024, quando foram criadas 3,4 mil novas vagas.

Fortaleza, no entanto, não está sozinha. Das 184 cidades cearenses, 97 tiveram mais demissões do que admissões ou terminaram o mês com saldo zerado. Destaque para municípios importantes do Estado, como Juazeiro do Norte (-147), Russas (-131), Aquiraz (-105) e Sobral (-100).

Esses números pesaram para que o Ceará fechasse o mês de março com um saldo negativo de 2,6 mil postos de trabalho. A pior marca para o mês desde 2021, quando o Estado enfrentou o pico da segunda onda da pandemia de covid-19 e foram fechados 4,7 mil empregos.

Vale ressaltar que o resultado de março foi amenizado pelo bom desempenho de cidades como Horizonte, com abertura de 231 novas vagas, seguido de Quixeramobim (156), Pacatuba (137) e Maracanaú (108).

Com isso, no primeiro trimestre, a diferença entre admissões e demissões ficou positiva em 3.411 empregos. Neste parâmetro, Fortaleza segue puxando os resultados com saldo de 2,8 mil vagas, seguida de Horizonte (942).

Em comum entre os municípios com dados positivos neste recorte está o desempenho da indústria na geração de trabalho, especialmente em relação aos segmentos de alimentícia, têxtil e de saneamento. Além do papel dos serviços prestados ao setor público, que em sua grande parte foram gerados em Fortaleza.

Em Horizonte, o dado trimestral é puxado pela performance da indústria, que abriu 904 postos de emprego formal no município. Do total de contratações do setor, a maior parte das admissões foi para indústria de fabricação de calçados, que gerou saldo positivo de 827 contratações.

Para o economista Ricardo Coimbra, do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), o resultado de março indica uma desaceleração do mercado de trabalho, ainda que alguns setores tenham sofrido influência sazonal, como o fim da alta estação e a passagem do Carnaval.

Para ele, o avanço da indústria, especialmente na produção de bens a serem encaminhados ao comércio nos próximos meses, sinaliza uma perspectiva positiva para abril e maio na geração de oportunidades neste setor.

Mas, a perspectiva é de que tenhamos um mercado formal mais desaquecido em relação aos dois últimos anos. "Tivemos um ciclo bem positivo da economia, mas o que se espera para este ano é que o ritmo de crescimento seja menor. Não só ao nível nacional, como também estadual".

"Tivemos queda no cenário de desemprego. Mas como o ritmo da atividade econômica deve ser menor - por conta do aumento da inflação e taxa de juros -, deve haver reflexo no mercado de trabalho", destaca.

Mais notícias de Economia

O DESEMPENHO DOS MUNICÍPIOS CEARENSES NO MERCADO DE TRABALHO

Saldo de empregos formais - 1º trimestre

Os que mais geraram vagas

Fortaleza: 2.888
Horizonte: 942
Juazeiro do Norte: 410
Pacatuba: 263
Quixeramobim: 247

Os que mais perderam vagas

Sobral: -523
Eusebio: -433
Caucaia: -418
Limoeiro do Norte: -310
São Gonçalo do Amarante: -276

Desempenho em março

  • Os que mais geraram vagas
    Horizonte: 231
    Quixeramobim: 156
    Pacatuba: 137
    Maracanaú: 108
    Cascavel: 73
    Jaguaribe: 70
  • Os que mais fecharam vagas
    Fortaleza: -2.972
    Juazeiro do Norte: -147
    Russas: -131
    Icapuí: -130
    Aquiraz: -105
    Sobral: -100
  • O desempenho do Ceará no mercado formal no mês de março - série histórica
    2025: -2621
    2024: 6438
    2023: 4585
    2022: 2591
    2021: -4710 (período pico da segunda onda da Covid no Ceará)
    Fonte: Caged

Brasil

O Brasil também registrou desaceleração na geração de empregos. O saldo positivo de 71.576 vagas em março deste ano é 70,8% inferior a de igual período de 2024

Sobe e desce no saldo de empregos

Saldo de empregos formais

>1º trimestre

Os que mais geraram vagas

Fortaleza: 2.888
Horizonte: 942
Juazeiro do Norte: 410
Pacatuba: 263
Quixeramobim: 247

Os que mais perderam vagas
Sobral: -523
Eusebio: -433
Caucaia: -418
Limoeiro do Norte: -310
São Gonçalo do Amarante: -276

> Março

Os que mais geraram vagas

Horizonte: 231
Quixeramobim: 156
Pacatuba: 137
Maracanaú: 108
Cascavel: 73
Jaguaribe: 70

Os que mais fecharam vagas

Fortaleza: -2.972
Juazeiro do Norte: -147
Russas: -131
Icapuí: -130
Aquiraz: -105
Sobral: -100

Fonte: Caged

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