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Imóveis econômicos representam 60% das unidades vendidas na Grande Fortaleza
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Imóveis econômicos representam 60% das unidades vendidas na Grande Fortaleza

Os dados são do Sindicato da Construção no Ceará (Sinduscon-CE) e foram divulgados nesta quarta-feira, 30
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Em Fortaleza e na região metropolitana a venda de moradias econômicas, como as do MCMV se destacam (Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva)
Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva Em Fortaleza e na região metropolitana a venda de moradias econômicas, como as do MCMV se destacam

O imoveis econômicos verticais (edifícios), cujo teto de valores se baseiam no do Minha Casa Minha Vida (MCMV), ou seja, R$ 350 mil, representaram 60% das unidades de moradia vendidas em Fortaleza e na sua Região Metropolitana (RMF) no primeiro trimestre de 2025.

No período, apenas nesta categoria foram comercializadas 2.380 unidades habitacionais verticais, o montante foi 57,8% maior do que o registrado nos primeiros três meses do ano passado.

Os dados são do Sindicato da Construção no Ceará (Sinduscon-CE), levantados por meio da Comissão de Pesquisas (CPES), e foram divulgados nesta quarta-feira, 30.

Considerando a venda total de moradias verticais, também foi observada uma alta, com 14,3%. Entretanto, esse crescimento só foi acompanhado por Fortaleza (24%). Na RM houve uma queda de 6%.

Essa alta, segundo a especialista em inteligência de mercado da Brain, Gisele Pereira, se deve aos novos lançamentos do MCMV e a maior atenção do governo com o programa.

 

“A gente vive hoje a realidade de um governo que no primeiro ciclo de gestão ele conseguiu puxar o mercado pelo Minha Casa Minha Vida. E a gente percebe que a tendência é que a intenção dele seja fazer a mesma coisa, puxando o mercado imobiliário pelo MCMV”, explicou a especialista.

Inclusive, Gisele cita o novo teto do programa, que passou de R$ 350 mil para R$ 500 mil. De acordo com ela, essa ampliação deve aumentar às vendas, já que os compradores nessa faixa de renda, que passou para R$ 12 mil, poderão ser beneficiados pelos subsídios.

“Claro que isso impacta positivamente no setor econômico, em certa medida também, porque muitos incorporadores que atualmente não são do econômico passam a migrar para o econômico e acabam inflando a oferta”, afirma.

Essa expectativa positiva também é compartilhada pelo presidente do Conselho Regional l de corretores de imóveis do Ceará (Creci-CE), Tibério Benevides.

“Então, Fortaleza é uma cidade surpreendente, o seu crescimento em vendas imobiliárias constante vem se dando desde a pandemia. Sem falar que tem muitos investidores do Brasil todo, não só em Fortaleza, mas também em todo o litoral de leste a oeste”.

Porém, Gisele ressalta que isso pode influenciar negativamente na venda de moradias na categoria standard, que vai até R$ 700 mil, já que a margem ficará mais apertada.

Entretanto, reforça que esses impactos só devem começar a aparecer no próximo semestre, já que é quando os produtos nessa nova faixa do programa passarão a ser lançados.

Mesmo com aumento nas unidades vendidas, lançamentos de empreendimentos na Grande Fortaleza diminuíram

O valor geral de vendas (VGV) dos empreendimentos imobiliários lançados no Ceará no ano passado diminuiu e atingiu um montante estimado em R$ 1,075 bilhão. O número representa uma baixa de aproximadamente 34% em comparação com os primeiros três meses de 2024.

Nesse sentido, Fortaleza se destaca, com a maior fatia do VGV (R$ 977,7 milhões). Por outro lado, a Região Metropolitana detém R$ 98,2 milhões. As outras localidades avaliadas são Aquiraz, Caucaia, Eusébio, Maracanaú.

No total, foram 16 lançamentos no período, entre condomínios verticais (edifícios) e horizontais (casas), ou seja, uma queda de 33% ante o trimestre no ano passado.

Entretanto, mesmo com a desaceleração dos empreendimentos lançados, foi observada uma alta nas vendas, cenário, que para Gisele, demonstra um bom desempenho do setor, já que o estoque está sendo comercializado.

Por exemplo, a oferta final de imóveis, ou seja, o estoque residencial de Fortaleza e da sua RM, diminuiu 14% em relação ao primeiro trimestre de 2024.

Desaceleração também foi observada no VGV da Grande Fortaleza

O mercado imobiliário cearense obteve R$ 1,71 bilhão em VGV no primeiro trimestre de 2025. O montante foi 17% menor do que os R$ 2 bilhões observados em igual período de 2024.

Fortaleza foi o município mais aquecido entre os cinco com dados levantados e registrou a marca de R$ 1,2 bilhão em VGV. Já a Região Metropolitana movimentou R$ 421,9 milhões. 

Para a especialista da Brain, Gisele Pereira, a retração se deve ao fato de que no ano passado foram alcançados recordes nos valores vendidos. Assim, ela explica que mesmo com a diminuição, o desempenho do trimestre se mantém acima do registrado em 2022 e 2023, por exemplo.

Já, em relação aos valores cobrados por metro quadrado, em Fortaleza ele foi de R$ 11.195. Confira os dez bairros mais caros da Capital:

  • Meireles: R$ 18.405
  • Praia de Iracema: R$ 17.012
  • Mucuripe: R$ 16.844
  • Aldeota: R$ 15.092
  • Centro: R$ 13.378
  • Cocó: R$ 12.746
  • Fátima: R$ 12.415
  • Dionísio Torre: R$ 12.339
  • Jose Bonifácio: R$ 12.279
  • Edson Queiroz: R$ 11.783

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