Puxada por alimentos e remédios, a Região Metropolitana de Fortaleza registrou a segunda maior alta na inflação do Brasil em abril, juntamente com Campo Grande. A alta de 0,6% só foi menor que a de Porto Alegre, com 0,95%.
Veja mais abaixo a lista de produtos que ficaram mais caros e mais baratos no mês.
Além disso, o percentual da capital cearense é acima do observado nacionalmente (0,43%). No acumulado do ano, o aumento é de 2,08%. Já nos últimos 12 meses, o número chega a 5,35%.
Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 9.
No mês, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram crescimento da inflação, com destaque para saúde e cuidados pessoais (1,35%), vestuário (0,7%) e transportes (0,68%).
Contudo, levando em consideração os dez itens que mais encareceram na passagem de março para abril, a lista é dominada por alimentos e medicamentos. Este último, vale ressaltar, foi influenciado pelo reajuste de mais de 5% no preço dos remédios em abril.
O cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) se refere a famílias que recebem de um a cinco salários mínimos.
Na Grande Fortaleza, o indicador, em março, foi de 0,64%. O resultado também é o segundo maior do País e foi maior do que o registrado nacionalmente (0,48%).
A inflação no período foi puxada, principalmente, pelo vestuário (3,26%), artigos de residência (1,75%) e habitação (0,93%).
Os produtos que mais registraram acréscimos nos preços foram:
Por outro lado, as maiores baixas ocorreram nos valores da alimentação no domicílio (-10,5%), cereais, leguminosas e oleaginosas (-7,59%), arroz (-4,25%) e feijão-mulatinho (-3,81%).
A inflação do Brasil ficou em 0,43% em abril, após registrar 0,56% no mês anterior. O grupo alimentação e bebidas (0,82%) exerceu o maior impacto no índice, seguido por saúde e cuidados pessoais (1,18%). Já transportes (-0,38%) foi o único a registrar queda.
Além disso, o acumulado dos últimos 12 meses subiu de 5,48% em março para 5,53% em abril. No ano, o IPCA registra alta de 2,48%.
Contribuíram para esse resultado as altas da batata-inglesa (18,29%), do tomate (14,32%), do café moído (4,48%) e do lanche (1,38%). No lado das quedas, destaca-se o arroz (-4,19%).
“O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante. Em abril, observamos também um maior espalhamento de taxas positivas no grupo, com índice de difusão passando de 55% para 70%, porém, envolvendo subitens de menor peso”, explica Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.
Em saúde e cuidados pessoais (1,18%), o resultado foi influenciado pelos produtos farmacêuticos (2,32%). Segundo Gonçalves, “o resultado é explicado pela autorização de reajuste de até 5,09% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março”.
Por outro lado, o setor de transportes (-0,38%) foi influenciado pela queda da passagem aérea (-14,15%) e dos combustíveis (-0,45%). O gerente da pesquisa destaca que “houve redução no preço do óleo diesel nas refinarias a partir de 1º de abril. No caso do etanol, houve avanço na safra”.
No grupo vestuário (1,02%), destacam-se as altas na roupa feminina (1,45%), na roupa masculina (1,21%) e nos calçados e acessórios (0,60%). “A mudança de estação, com entrada de novas coleções, explica o resultado”, aponta Gonçalves.
Já o INPC teve alta de 0,48% em abril. No ano, o acumulado é de 2,49% e, nos últimos 12 meses, de 5,32%, acima dos 5,20% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2024, a taxa foi de 0,37%.
Os produtos alimentícios desaceleraram de março (1,08%) para abril (0,76%). A variação dos não alimentícios passou de 0,32% em março para 0,39% em abril.