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Meta 2025 da Sicredi chegar a mais de R$ 1 bi de crédito
Economia

Meta 2025 da Sicredi chegar a mais de R$ 1 bi de crédito

|Exclusivo| As informações são do novo presidente da Sicredi no Ceará, Hegel Nóbrega, que visitou O POVO na semana que passou
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HEGEL Nóbrega, presidente da Sicredi Ceará (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE HEGEL Nóbrega, presidente da Sicredi Ceará

A Sicredi Ceará, cooperativa financeira do sistema Sicredi, tem como meta da nova gestão alcançar, até o fim de 2025, mais de R$ 1 bilhão na oferta da carteira de crédito. O objetivo, na verdade, é chegar próximo de 50% acima dos atuais R$ 800 milhões disponibilizados.

Apesar de a instituição estar em processo de expansão do público-alvo. A origem tem na base a evolução de uma cooperativa exclusiva para médicos para incluir familiares, profissionais da saúde, micro e pequenos empresários.

Hoje, é aberta a qualquer pessoa física ou jurídica, porém as médias e grandes empresas são o foco. Vale frisar que o público médico ainda é forte (15% da carteira), mas o objetivo é atingir o máximo possível da sociedade.

As informações são do presidente da Sicredi no Ceará e em São Luís (MA), o médico e líder cooperativista Hegel Nóbrega, que assumiu o comando da empresa em maio deste ano e concedeu entrevista exclusiva ao O POVO.

Segundo ele, há um foco estratégico para 2025 no segmento do agronegócio no Nordeste, uma área no qual o sistema é muito forte no Sul e Centro-Oeste do País, mas nova para a Sicredi Ceará.

Dentre os resultados, a cooperativa teve um ano de grande retorno em 2024, conforme dados do Banco Central (BC), com R$ 36 milhões de sobras, dos quais quase R$ 24 milhões foram distribuídos aos associados. Ante os números, a meta é ultrapassar R$ 42 milhões, ou algo em torno de 10% de crescimento.

Somente nos primeiros quatro meses de 2025, os resultados evidenciam mais de R$ 18 milhões atingidos, o que, para o líder, mostra que os números previstos serão batidos para o fim do ano.

Hegel frisa que a expectativa é atingir 45 mil associados em 2025, partindo de 39 mil ao fim de 2024.

Em relação à expansão física, das 24 agências existentes, há a inauguração de novas unidades, como em Barbalha, a 548,30 km de Fortaleza, nesta semana, e uma modelo na Aldeota (avenida Santos Dumont), em fase de projeto. Outra é programada para São Luís do Maranhão.

Um ponto nesta questão de avanços é a digitalização e a inovação tecnológica. Ele vê a evolução digital como inevitável, com a previsão de que o dinheiro físico diminuirá ou, até mesmo, deixará de existir.

“Operações como Pix automático e boletos bancários indicam essa tendência”, complementa, atestando que a Sicredi já está abrindo agências e pontos de atendimento sem caixas físicos, focando na circulação de dinheiro digital.

Em Fortaleza, somente três unidades ainda operam com dinheiro físico, das nove existentes, que são as já existentes da avenida Santos Dumont, do Pátio Dom Luís e do Shopping Avenida.

As restantes que não atuam com espécie são os pontos do Hospital Regional da Unimed (HRU), Hospital Unimed Sul e a da avenida Washington Soares, além das duas na Região Metropolitana (RM), em Caucaia e Eusébio. No Interior, Juazeiro do Norte e Sobral ainda têm o papel moeda.

“A movimentação de dinheiro é praticamente toda digital, e contratos são assinados digitalmente, com operações realizadas via celular.”

Segundo o gestor, há um investimento significativo em tecnologias como inteligência artificial (IA) e robôs. A IA está sendo implantada no dia a dia de trabalho para diminuir o esforço e aumentar a velocidade das tarefas, com um foco em capacitar os colaboradores para utilizá-la seguramente.

“Existe uma IA própria do sistema e outra em desenvolvimento pela Central Nordeste”, complementa. Em suma, robôs estão sendo criados para automatizar operações, tornando-as mais rápidas, seguras e menos trabalhosas.

Um exemplo é a análise de crédito, que hoje é quase toda automatizada (80% a 90%), com o gerente e a avaliação focando em apenas uma pequena porcentagem das operações. 

Atualmente, Hegel detalha que a segurança de dados é uma prioridade constante, concentrando os comandos no setor central em Porto Alegre. “Apesar do avanço digital, o crescimento da Sicredi Ceará não é focado em um crescimento exponencial pelo digital, mas sim no relacionamento”, disse.

Neste cenário, o presidente diz que o retorno da instituição para com a sociedade vai além dos ganhos distribuídos para os associados. Ele diz que a cooperativa devolveu em impacto na economia R$ 111 milhões. Vale frisar que o financiamento da Sicredi é realizado com o dinheiro do associado para com eles mesmos.

“Esse dinheiro estaria nas mãos de banqueiros, muito dele iria para fora do País. Não ficaria circulando na sociedade. No cooperativismo a gente tem uma diferença muito grande. Tem o meu core, que é trabalhar com finanças, mas, além de lidar com a parte financeira e dar esse retorno à sociedade de recursos que ficam nela mesma, a gente trabalha educação, educação cooperativista, financeira e dá qualificação de trabalho para as pessoas”, acrescenta.

Outra frente é o trabalho que tem com educação cooperativa e financeira, não apenas para associados, mas para a comunidade em geral, incluindo crianças, adolescentes, empresas e colégios.

”A educação cooperativista transmite os benefícios da cooperação, como ganhos sociais e melhoria nas condições de trabalho. A educação financeira é uma obrigação institucional, oferecida a diversos públicos, com o objetivo de formar uma sociedade que gere mais economia.”

A Sicredi Ceará ainda possui um instituto próprio que oferece cursos de qualificação profissional (como bolos e doces, manicure, cuidador de idosos) para capacitar pessoas e inseri-las no ciclo econômico.

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Cota

A cota de integralização (R$ 20) não exige mais aporte mensal, o que facilitou a entrada de novos associados, mas muitos continuam a integralizar mensalmente por segurança e retorno.

 

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