O Produto Interno Bruto do Ceará (PIB) cresceu 4,18% nos três primeiros meses de 2025 ante igual período do ano passado, acima da média nacional de 2,9% neste mesmo trimestre. O destaque foi para a agropecuária, com alta de 18,43%. Setores de serviços (3,41%) e indústria (2,87%) também avançaram.
Para o fechamento do ano, a nova previsão de crescimento da economia cearense é de 2,78%, superando a estimativa para o Brasil, de 2,20%. Em dezembro de 2024 e em março deste ano, esperava-se que o Estado fosse encerrar 2025 com alta de 2,51%
Os dados preliminares foram adiantados pelo governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), em suas redes sociais. “Esse resultado é fruto de muito trabalho e parcerias com o setor produtivo, para garantir desenvolvimento que gera empregos e oportunidades para os cearenses. Seguimos firmes rumo a um Ceará cada vez mais forte!”, complementou.
Detalhamento da economia cearense foi realizado às 14 horas desta quarta-feira, 25 de junho, pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Conforme o apresentado no acumulado dos últimos quatro trimestres ante igual período do ano anterior, o salto no Estado de 6,33% também ficou acima da média brasileira, de 3,5%. Agropecuária se repetiu com o maior crescimento (25,47%), seguido do setor de industrial (8,69%) e o de serviços (4,37%).
Na passagem do 4º trimestre de 2024 para o 1º de 2025, a economia cearense ficou estável em 0,92%, com o País apresentando média superior (1,4%). Aqui os índices foram de 5,41% na agropecuária, queda de 1,08% na indústria e alta de 0,38% em serviços.
Sobre os números, o secretário do Trabalho, Vladyson Viana, analisa que a união entre o público e o privado têm contribuído na geração de empregos e oportunidades no Estado.
Vale lembrar que, no acumulado do primeiro trimestre de 2025, ocorreu um saldo positivo de 3.608 vagas, resultante da criação nos setores da indústria (+2.579 vagas) e serviços (+1.445 vagas) mais as perdas na agropecuária (-416 vagas).
Porém, o Ipece evidencia que o mercado de trabalho local desacelerou no ritmo de geração do trabalho formal no primeiro trimestre de 2025, especialmente quando comparado aos trimestres dos anos anteriores.
Conforme análise do Ipece, o agro avançou no primeiro trimestre frente a igual período do ano anterior devido a chuvas, que contribuíram para obter melhor rendimento das culturas de sequeiro.
Para se ter ideia, o volume d'água encerrou o ano de 2024 com 43,2% do total da capacidade do Estado, e, em março, o percentual aumentou para 51,4%.
“A segurança hídrica favorece para os agricultores fazerem melhor o planejamento de plantio das culturas irrigadas, a exemplo da fruticultura”, destacou o Instituto estadual.
“O setor foi influenciado principalmente pelas atividades agrícolas, puxado pela boa colheita de milho, feijão e fava”, complementou em apresentação.
Outro ponto levantado é que na produção de frutas o rendimento foi maior em várias culturas, a destacar melão e melancia, além de colheita maior de tomate, alface e pimentão.
Incentivos que entram na conta são as exportações de frutas no primeiro trimestre de 2025, com alta de 53% ante o primeiro trimestre do ano anterior. Lideram as comercializações de melões, castanha de caju e melancia.
E a pecuária foi mais um auxílio no crescimento do setor, influenciada pelas atividades de galináceos, ovos e suíno.
Na análise da indústria, o trimestre inicial de 2025 foi avaliado como de retomada do bom desempenho.
“A despeito do ritmo menos intenso do que o registrado nos trimestres anteriores, algo já esperado, a atividade segue na sua evolução iniciada ainda no final do ano de 2023”, informou o Ipece.
No trimestre encerrado em março de 2025, em relação ao mesmo do ano anterior, a expansão do Valor Adicionado Bruto (VAB) da atividade industrial, em termos reais, foi de 2,87%. Neste início de ano, bem como ao longo de 2024, indústria da transformação e da construção foram as principais contribuições no Ceará.
Janeiro a março de 2025 são pontuados na atividade da transformação, em termos reais, devido ao salto de 4,28% na comparação com igual período do ano anterior.
“O desempenho materializa a continuidade e a manutenção da dinâmica de crescimento observada desde o ano anterior, além da expansão da produção em atividades relevantes para a manufatura cearense, como metalurgia, alimentos, têxteis e produtos químicos.”
Apenas na construção, o primeiro trimestre de 2025 teve variação positiva de 3,27% ante 2024, sustentada pela continuidade dos investimentos públicos e privados.
Por último, o setor de serviços cearenses (+3,41%) no primeiro trimestre comparado a igual período do ano passado tem como explicação, sobretudo, a performance das atividades de serviços prestados às famílias e associativos (+6,65%); comércio e serviços de manutenção e reparação de veículos automotores (+6,43%); transporte, armazenagem e correios (+5,92%); serviços financeiros (+3,41%); e serviços de alojamento e alimentação (+3,26%).
Com peso de 24% na economia do Estado, a administração pública apresentou um crescimento de 1,21%, respondendo por 31% da produção do setor de serviços estadual.
Além do Ceará, mais onze estados brasileiros realizam o cálculo do PIB, indicador que mostra a tendência do desempenho da economia no curto prazo, e utilizam a mesma ponderação das Contas Regionais:
Resultado é calculado com base nos indicadores dos três setores: agropecuária, indústria e serviços e desagregados por suas atividades econômicas.
O Ipece ressalta que, como evidencia somente uma tendência de crescimento ou arrefecimento da economia, as informações e resultados são preliminares e sujeitos a retificações, quando forem calculadas as Contas Regionais definitivas, em conjunto com o IBGE e as 27 Unidades da Federação.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB brasileiro teve alta de 2,9%, na décima sétima taxa positiva consecutiva. A agropecuária também foi destaque, com crescimento de 10,2%.
Esse resultado do setor se deu, principalmente, pela atuação de alguns produtos da lavoura com safra relevante no primeiro trimestre e pela produtividade,
Em mesma base de avaliação, a indústria cresceu 2,4% e o valor adicionado dos serviços 2,1%. Já, no que concerne ao acumulado de 12 meses, a economia brasileira cresceu 3,5%.
Já o PIB do País ante o quarto trimestre de 2024 avançou 1,4%. Estes dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Com Agência Brasil)