Logo O POVO+
Estatal chinesa instala parque solar no Ceará, com capacidade para 200 mil casas
Economia

Estatal chinesa instala parque solar no Ceará, com capacidade para 200 mil casas

|Energia|A planta tem capacidade instalada de 165 MW e investimento de R$ 650 milhões
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
INÍCIO da operação do Complexo Solar Lagoinha, em Russas (Foto: Carlos Gibaja/Casa Civil/Divulgação)
Foto: Carlos Gibaja/Casa Civil/Divulgação INÍCIO da operação do Complexo Solar Lagoinha, em Russas

O Grupo CGN, empresa estatal chinesa, inaugurou nesta quinta-feira, 26 de junho, o Complexo Solar Lagoinha, em Russas, a 167,91 km de Fortaleza, com investimentos de aproximadamente R$ 650 milhões.

O parque tem capacidade para abastecer 200 mil residências, com geração de emprego anunciada de mil postos de trabalhos diretos e indiretos.

Este é o primeiro empreendimento construído do zero pelo grupo chinês. A planta abrangerá uma área de 304 hectares (cerca de 281 campos de futebol), 337 mil painéis solares e terá capacidade instalada de 165 megawatts (MW).

A energização do empreendimento foi realizada na madrugada de 16 para 17 de junho. O complexo já tem contrato de longo prazo fechado, de 17 anos de suprimento. 

Foi com a Rede D’Or, que firmou o maior acordo de autoprodução de energia solar do setor de saúde no País. 

Em nota ao O POVO, a rede diz que serão 57 MW médios de energia renovável para abastecer as 79 unidades consumidoras hospitalares, numa operação do grupo hospitalar em 13 estados brasileiros, incluindo o Ceará (Hospital São Carlos, em Fortaleza), e no Distrito Federal.

Isso representa a totalidade da energia consumida nas unidades hospitalares pela Rede D’Or. 

O suprimento será realizado por meio da geração própria no Complexo Solar Fotovoltaico Lagoinha, que fornecerá 42 MW médios, complementados por 15 MW médios por contratos de energia incentivada.

“Investir em energia limpa é mais do que uma iniciativa sustentável: é uma decisão estratégica que une eficiência, segurança operacional e responsabilidade socioambiental. Para nós, isso significa não apenas reduzir o impacto ambiental, mas também melhorar a resiliência, equacionar custos e reforçar nosso pacto pelo futuro e pelas novas gerações”, afirmou Otavio Lazcano, Vice-Presidente Executivo da Rede D’Or.

O projeto casa ainda com a meta da Rede D’Or de sustentabilidade, como alcançar emissões líquidas zero de carbono até 2050, na condição de signatária da iniciativa Race to Zero, além do objetivo de redução em 36% da intensidade das emissões de GEE até 2030, em relação ao ano-base de 2020 (0,057 tCO₂e/paciente-dia).

"As ações implementadas pela Rede D’Or têm sido reconhecidas pelo mercado como os índices Carbono Eficiente (ICO2) e de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, e o Carbon Disclosure Project (CDP) – Clima", complementou em nota.

No mundo, a CGN ultrapassa 77 gigawatts (GW), sendo considerada a maior companhia de energia nuclear da China e a terceira maior do mundo.

Em 2017, fundou a CGN Energy International (CGNEI), que surgiu como a plataforma global de desenvolvimento, investimento e gestão de ativos não nucleares do da companhia.

Com isso, os projetos da CGNEI estão em 15 países e divididos em quatro: Malásia, Europa, Coréia do Sul e Brasil.

No Brasil, conta com sete complexos eólicos e três complexos solares, nos estados do Ceará, Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, que juntos somam mais de 1.400 GW de capacidade de geração.

Segundo a empresa, os projetos dela no País reduzem em mais de 4 milhões de toneladas as emissões de carbono.

Em relação ao investimento localmente, a inauguração em Russas contou com a presença do governador do Estado, Elmano de Freitas (PT). Ele se lembrou que chegou a se reunir com a estatal há pouco mais de um ano e o projeto já se concretizou.

"Nós consideramos muito importante a colaboração do Brasil com a China, a partir das negociações dos diálogos realizados por nossos líderes, presidente Xi Jinping, presidente Lula (PT), que tem aproximado e colocado o Brasil e a China num patamar de colaboração que considero muito elevado e muito positivo para os nossos povos, em especial aqui no estado do Ceará", frisou o gestor cearense.

Ele destacou ainda a oportunidade da mudança da matriz energética do País, passando a ter energia limpa, eólica e solar, e a importância de projetos como este para o desenvolvimento da produção de hidrogênio verde localmente.

"O importante é que hoje nós estamos fazendo a inauguração de um parque solar da empresa como mais um exemplo concreto de investimento chinês no estado do Ceará, que só aqui gerou mais de mil empregos, gerando economia e desenvolvimento para a região, e é isso que nós queremos cada vez mais aprofundar, inclusive com maior integração cultural, econômica, porque consideramos que isso é muito importante para os nossos povos."

Para o grupo chinês, além da importância técnica, essa conquista simboliza o fortalecimento do compromisso da empresa com a transição energética e com o desenvolvimento sustentável.

"Cada etapa superada reflete o empenho e a dedicação de todas as equipes envolvidas, que trabalharam com excelência para tornar esse projeto uma realidade. Seguimos firmes na missão de fornecer energia cada vez mais limpa, renovável e brasileira para o País", finalizou, em comunicado.

Além de representantes do município, do governo do Estado e do Grupo CGN, o início das operações do Complexo Lagoinha contou com a cônsul-geral da China em Recife, Lan Heping. 

Ela, inclusive, visitou a sede do Grupo O POVO na quarta-feira, 25 de junho. No encontro, a cônsul apresentou projetos do País, comentou sobre a relação de parceria com o Ceará e traçou perspectivas para a conjuntura socioeconômica.

Veja também: Lula diz que empresários têm de deixar interesses de lado a favor da economia 

Mais notícias de Economia

O que você achou desse conteúdo?