Do total de pessoas que residem no Ceará, mais de 476 mil não são naturais do Estado. Esse montante é composto tanto por brasileiros de outras unidades federativas (UFs) (471.533), quanto por estrangeiros (4.730).
Os dados fazem parte do Censo de 2022 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 27.
De acordo com o levantamento, as localidades nacionais que mais escolhem o estado cearense como residência são: São Paulo, com 19,1%, Pernambuco, com 10,7%, e Piauí, com 10,5%.
O órgão explicou que esse cenário indica “tanto a influência da proximidade geográfica quanto a relevância de outros fatores econômicos ou sociais”.
Em relação aos imigrantes internacionais, os resultados de 2022 mostraram um aumento de 26% no número de estrangeiros no Ceará na comparação com 2010. Destes, destaque para os venezuelanos, que ultrapassaram o número de norte-americanos, nacionalidade que estava em primeiro lugar anteriormente.
Essa forte migração na Venezuela foi percebida em todo o Brasil, a quantidade de habitantes advindos do País aumentou mais de 9.000% nos últimos 12 anos, passando de 2,9 mil, em 2010, para 271,5 mil, em 2022
Agora, considerando a quantidade de cearenses que residem em outros locais do País, esse número é de 1.498.667. O estado que se destacou foi São Paulo, o destino foi escolhido como moradia por mais de um terço (35,3%) dessa parcela da população do Ceará.
Esse protagonismo do estado sudestino nos dados migratórios e imigratórios do Estado, reflete, segundo o IBGE, os fluxos históricos entre o Nordeste e São Paulo, e a volta dos naturais da Região acompanhados por familiares nascidos no estado paulista.
Outro dado apresentado no levantamento foi o saldo de pessoas entre os que saíram e entraram nos últimos cinco anos, que, no Ceará, foi basicamente nulo, com uma taxa de -0,01%, com uma diferença de apenas 697 entre o número de emigrações (136.488) e imigrações (135.791).
O Estado foi o terceiro com a maior taxa migratória do Brasil, ficando atrás apenas dos dois únicos que tiveram variações positivas: Paraíba (0,77%) e Tocantins (0,4%).
Fortaleza como polo de atração econômica e social
A obra se insere em um contexto mais amplo de requalificação urbana e crescimento da capital cearense, que tem se destacado como destino de investimentos e receptor de fluxos migratórios. Para o economista João Mário de França, professor da Caen/UFC e pesquisador da FGV Ibre, esse movimento tem múltiplas causas — e está ligado diretamente ao esforço de atração de oportunidades econômicas e melhoria da infraestrutura.
“Esse movimento pode ocorrer por diversos fatores, como custo de vida menor e ritmo menos intenso que em grandes centros como São Paulo. O investimento que o Estado vem realizando em energias renováveis, por exemplo, pode atrair profissionais interessados em oportunidades nessa área”, afirma.
Ele também destaca o impacto da imigração internacional, especialmente da Venezuela. “A vinda para o Brasil e para o Ceará está relacionada à busca por melhores oportunidades de emprego, acesso à saúde e à educação, e em alguns casos até por insegurança alimentar. O Governo do Estado tem desenvolvido políticas específicas de acolhimento desse imigrante, o que pode ter contribuído para esse aumento”, pontuou ele.
No Brasil, cerca de 9,2 milhões de pessoas residem em uma região distinta daquela em que nasceram, sendo que 10,4 milhões, ou seja, 54% nasceram no Nordeste.
Por outro lado, as regiões Nordeste (96,6%) e Sul (91,9%) registraram os maiores percentuais de população residente em sua própria região de nascimento, enquanto o Centro-Oeste (73,4%) apresentou o menor índice de naturais residentes.
Entre os estados, 29 milhões de pessoas moravam em UFs distintas de seus locais de nascimento. São Paulo tinha o maior volume de não naturais em seu território: 8,6 milhões de indivíduos. Por outro lado, 2,9 milhões de paulistas moravam em outros estados.
O analista da pesquisa, Marcelo Dantas, comenta que esse cenário se dá tanto pelos “processos históricos de redistribuição populacional” quanto pelas “dinâmicas econômicas regionais, que impulsionam a atração ou expulsão de fluxos migratórios em diferentes períodos”.
Já, no que concerne à população estrangeira no Brasil, na contramão dos resultados registrados desde o Censo de 1960, no qual houve redução no número de habitantes de outros países, entre 2010 e 2022, a quantidade de residentes com outras nacionalidades no País, passou de 592 mil para 1 milhão de pessoas, apresentando um aumento de 70,3%.
Também houve mudança em relação ao local de origem dessas pessoas. A população de estrangeiros e naturalizados brasileiros nascidos na América Latina saltou de 183 mil para 646 mil, ao passo que entre os europeus, houve uma redução de 263 mil para 203 mil.
Mais da metade dos migrantes é do Nordeste
No Brasil, cerca de 9,2 milhões de pessoas residem em uma região distinta daquela em que nasceram, sendo que 10,4 milhões, ou seja, 54% nasceram no Nordeste.
Por outro lado, as regiões Nordeste (96,6%) e Sul (91,9%) registraram os maiores percentuais de população residente em sua própria região de nascimento, enquanto o Centro-Oeste (73,4%) apresentou o menor índice de naturais residentes.
Entre os estados, 29 milhões de pessoas moravam em UFs distintas de seus locais de nascimento. São Paulo tinha o maior volume de não naturais em seu território: 8,6 milhões de indivíduos. Por outro lado, 2,9 milhões de paulistas moravam em outros estados.
O analista da pesquisa, Marcelo Dantas, comenta que esse cenário se dá tanto pelos "processos históricos de redistribuição populacional" quanto pelas "dinâmicas econômicas regionais, que impulsionam a atração ou expulsão de fluxos migratórios em diferentes períodos".
Já, no que concerne à população estrangeira no Brasil, na contramão dos resultados registrados desde o Censo de 1960, no qual houve redução no número de habitantes de outros países, entre 2010 e 2022, a quantidade de residentes com outras nacionalidades no País, passou de 592 mil para 1 milhão de pessoas, apresentando um aumento de 70,3%.
Latinos
Ao longo da última década observou-se crescimento intenso na proporção de imigrantes oriundos da América Latina, que passaram de 27,3% em 2010 para 72,0% em 2022