A indústria do Ceará registrou o segundo melhor desempenho de produção no Brasil, com um aumento de 3,5% na passagem de abril para maio de 2025. O índice só ficou abaixo do Espírito Santo (16,2%) e é acima do nacional, que obteve recuo de 0,5%.
Confira mais abaixo o ranking de maio.
Os dados são da série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada nesta sexta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O cenário se mantém positivo no comparativo anual de maio, no qual a produção subiu 4,3%. Além disso, considerando o acumulado nos últimos 12 meses, foi observada uma alta de 3,9%.
Por outro lado, no período de janeiro a maio deste ano, o Ceará apresentou uma queda no desempenho do setor industrial de 0,6%, em relação à igual período de 2024.
Nos primeiros cinco meses de 2025, dos 11 segmentos industriais cearenses incluídos na PIM, em cinco a produção retraiu na comparação com 2024.
As quedas mais expressivas foram observadas nos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,07%), vestuário (-1,58%) e refino e biocombustíveis (-1,29%).
Já os destaques positivos ficaram com produtos químicos (2%), metalurgia (1,39%) e alimentos (0,55%).
Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Danilo Serpa, o Governo do Ceará tem investido em políticas públicas para atrair novos empreendimentos e garantir a sustentabilidade e expansão dos já existentes.
"Isso nos mostra que políticas públicas, como a isenção de incentivos fiscais por meio do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI) e benefícios patrimoniais, como a concessão de imóveis, têm gerado resultados satisfatórios para o desempenho industrial. O Polo Químico de Guaiuba é um grande exemplo de parceria público-privada, onde o Estado contribuiu com infraestrutura e hoje colhe frutos."
O secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE), Domingos Filho, ressalta a busca por inovação para manter os índices positivos. "Estamos avançando cada vez mais em tratativas para buscar recursos, inovação, expansão e novos investimentos para o setor que muito contribui para o desenvolvimento econômico e sustentável do nosso estado", explica.
Confira a lista completa:
Em maio de 2025, o recuo de 0,5% da indústria do País frente a abril, na série com ajuste sazonal, foi acompanhado por nove das 15 locais pesquisados pelo IBGE.
Para Bernardo Almeida, analista da Pesquisa Industrial Mensal Regional, alguns fatores já conhecidos ajudam a explicar a perda de ritmo na produção industrial e o predomínio de locais em campo negativo.
"Taxa de juros em patamares elevados, reduzindo os investimentos nas linhas de produção; incertezas tanto no mercado doméstico quanto no internacional; a inflação recaindo sobre o consumo das famílias e sua renda disponível, levando a produção a se adequar a uma demanda mais arrefecida."
Por outro lado, a atividade industrial do Espírito Santo mostrou uma alta de dois dígitos (16,2%), a mais intensa do mês e a maior taxa desse estado desde janeiro de 2023 (24,2%).
“O setor extrativo, bastante atuante dentro da indústria capixaba, impulsionou e contribuiu para seu comportamento positivo em contrapartida ao movimento da indústria nacional nesse mês”, observa Almeida.
Além disso, Ceará (3,5%), Rio de Janeiro (2,0%), Paraná (1,3%), Pará (0,9%) e Rio Grande do Sul (0,2%) também assinalaram resultados positivos em maio de 2025.
Na comparação com maio de 2024, o setor industrial cresceu 3,3%, com resultados positivos em onze dos dezoito locais pesquisados. As maiores altas foram do Rio Grande do Sul (29,1%) e Espírito Santo (23,9%), ambos com taxas de dois dígitos.
A indústria gaúcha foi impulsionada, principalmente, pelos produtos químicos, produtos alimentícios, máquinas e equipamentos, produtos do fumo, artefatos do couro, artigos para viagem e calçados e veículos automotores, reboques e carrocerias.
Já no Espírito Santo o impulso veio das indústrias extrativas. Para Bernardo, “ambas as taxas podem ser explicadas pelas baixas bases de comparação em maio de 2024, salientando que, no mesmo período do ano anterior, a indústria gaúcha enfrentava paralisações em diversas unidades produtivas, devido às enchentes."
Outro ponto é que houve crescimento acumulado no ano do setor industrial, em relação ao mesmo período de 2024, chegou a 1,8%, com resultados positivos em nove dos dezoito locais pesquisados. Os líderes foram Pará (9,6%) e Paraná (5,7%). As indústrias extrativas e metalurgia tiveram protagonismo no Pará.
“O aumento na produção de minérios de manganês, de cobre e de ferro contribuiu para desempenho no campo positivo da indústria paraense para este tipo de comparação”, observa o analista.
No Paraná, o crescimento veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e produtos químicos.
“O comportamento positivo da indústria paranaense, nesse mês, demonstrou grande influência desses setores, com aumento na produção, principalmente, de automóveis e autopeças, no primeiro setor, e de óleo diesel e gasolina automotiva, no segundo.”
Ano
No ano, os segmentos industriais no Ceará que mais cresceram foram: produtos químicos (2%), metalurgia (1,39%) e alimentos (0,55%)