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Fortescue suspende projetos de H2V nos EUA e na Austrália e mantém do Ceará
Economia

Fortescue suspende projetos de H2V nos EUA e na Austrália e mantém do Ceará

Os dois já estavam na decisão final de investimento (FID). Conforme a empresa, não afeta os planos do Brasil, que "continua em andamento e permanece como parte do portfólio"
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NO Ceará, a Fortescue tem um projeto de
 R$ 18 bilhões para produção de amônia verde (Foto: Arquivo Fortescue)
Foto: Arquivo Fortescue NO Ceará, a Fortescue tem um projeto de R$ 18 bilhões para produção de amônia verde

A mineradora australiana Fortescue suspendeu dois projetos de hidrogênio verde. Um deles é localizado em Arizona, nos Estados Unidos, e outro em Gladstone, na Austrália. 

Os dois já estavam na decisão final de investimento (FID). Porém, conforme o relatório publicado pela empresa, a decisão foi tomada após uma análise detalhada. 

Vale lembrar que a Fortescue é uma das cinco companhias que possuem pré-contrato com o Ceará e podem ter a decisão final de investimento em 2026. Conheça os projetos mais abaixo.

De acordo com o documento divulgado no fim de julho, o CEO de Crescimento e Energia, Gus Pichot, explicou que houve uma reavaliação para garantir que os projetos globais sejam economicamente viáveis e tragam valor aos acionistas.

Por isso, em relação ao projeto de 80 MW nos Estados Unidos, pontuou que a alteração nas prioridades políticas, afastando-se da energia verde, alterou a situação.

Isso porque o presidente, Donald Trump, já declarou diversas vezes ser favorável ao uso de combustíveis fósseis. O investimento chegava a casa dos US$ 550 milhões e deveria ser inaugurado no próximo ano.

“A falta de certeza e o retrocesso na ambição verde interromperam o desenvolvimento dos mercados emergentes de energia verde, dificultando a continuidade de projetos que antes eram viáveis. Como resultado, não podemos prosseguir com nossos investimentos na forma atual, e exploraremos oportunidades futuras para nosso local no Arizona.”

Por outro lado, na Austrália, a planta de 50 MW passou por uma mudança estratégica, o que afastou os testes de desenvolvimento da tecnologia de H2V, e, por isso, não é mais necessária. Nesse sentido, está em andamento uma avaliação para reaproveitar os ativos e o terreno.

O POVO procurou a Fortescue para ter um posicionamento oficial e saber se a decisão afeta os planos da empresa no Brasil. Em nota, afirmou que projeto do Pecém “continua em andamento e permanece como parte do portfólio.”

Conheça os projetos que podem ter a decisão final de investimento em 2026 no Ceará

A Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV) divulgou uma carteira de projetos com decisão final de investimento (FID) para os próximos anos. 

Os empreendimentos abrangem desde a produção de hidrogênio e amônia verde até e-combustíveis e e-metanol. Além do impacto ambiental e do avanço tecnológico, os projetos preveem a geração de mais de 40 mil empregos diretos apenas na fase de construção.

O Complexo do Pecém, no Ceará, lidera em concentração de iniciativas, com destaque para cinco grandes projetos e R$ 56 bilhões previstos. São eles:

  • Casa dos Ventos, com R$ 12 bilhões de investimento para produção de amônia verde e capacidade de eletrólise de 1,2 GW
  • Fortescue, com R$ 18 bilhões para produção de amônia verde, também com capacidade de 1,2 GW
  • FRV, com R$ 6 bilhões para produção de amônia verde e 500 MW de capacidade
  • Qair, com R$ 17,7 bilhões e capacidade total de 2,52 GW, prevendo a produção combinada de 296 mil toneladas de hidrogênio verde, 1.680 mil toneladas de amônia verde
  • Voltalia, com investimento de R$ 2,7 bilhões em um projeto de amônia verde com capacidade de 280 MW

Levando em consideração o País, o valor chega a R$ 63 bilhões em investimentos. Além do Ceará, estados como Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro figuram na lista.

O Pacto pelo Pecém | Raio X

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Projeto da Fortescue no Ceará prevê R$ 18 bilhões para produção de amônia verde e tem capacidade de 1,2 GW

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