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Casa do H2V, Ceará será o 2º PIB do Norte e Nordeste com investimentos em hub
Reportagem Especial

Casa do H2V, Ceará será o 2º PIB do Norte e Nordeste com investimentos em hub

No ano decisivo para a instalação dos empreendimentos no Complexo do Pecém, estudo feito pela Fiec demonstra o peso que o projeto traz para a economia cearense

Casa do H2V, Ceará será o 2º PIB do Norte e Nordeste com investimentos em hub

No ano decisivo para a instalação dos empreendimentos no Complexo do Pecém, estudo feito pela Fiec demonstra o peso que o projeto traz para a economia cearense
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O hub de hidrogênio verde (H2V) idealizado para o Complexo do Pecém tem em 2025 o ano mais decisivo desde a criação do projeto. Após a aprovação do marco legal no fim de 2024, espera-se que, nos próximos nove meses, as empresas decidam pelos investimentos que farão do Ceará o 10º maior Produto Interno Bruto (PIB) do País e o 2º do Norte e Nordeste.

A aposta no combustível de zero emissão de carbono, visado pelas principais economias do mundo, acontece desde 2020, quando governo estadual, iniciativa privada, via Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), e academia, por meio da Universidade Federal do Ceará (UFC), aliaram-se ao projeto que tornou o Ceará a Casa do Hidrogênio Verde no Brasil.

Atualmente, o PIB cearense soma R$ 21,5 bilhões e é o 13º entre as 27 unidades da federação. Regionalmente, está em 4º, atrás de Bahia, Pará e Pernambuco, segundo o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A projeção de crescimento é de 24,2% com a injeção de R$ 39,1 bilhões a partir da construção dos empreendimentos de H2V ao longo de oito anos, segundo os cálculos feitos pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Complexo Industrial e Portuário do Pecém abrigará o hub de hidrogênio verde do Ceará(Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Complexo Industrial e Portuário do Pecém abrigará o hub de hidrogênio verde do Ceará

Os recursos reverberam em mais desenvolvimento, de acordo com o estudo, levando a uma expansão no PIB industrial cearense da ordem de 74,1%, o que representa mais R$ 21,5 bilhões em riquezas geradas.

Para os cofres públicos, a aplicação dos investimentos na construção das plantas de H2V no Pecém amplifica entre R$ 3,3 bilhões e R$ 4,2 bilhões a arrecadação, variando entre 16% e 20,7% superiores às atuais.

Já no mercado de trabalho são esperados 200,1 mil novos postos formais, o que representa uma alta de 8,7% no Estado. Atualmente, apenas a região do Complexo do Pecém soma 55.110 postos formais, divididos entre Caucaia (39.382), São Gonçalo do Amarante (13.069) e Paracuru (2.659).

Os dados inéditos sobre o impacto do hub são revelados pelo O POVO na segunda reportagem especial realizada em parceria entre o Grupo de Comunicação e a Fiec com foco em temas relevantes para a economia do Ceará e do Brasil.

 

 

Formação de um mercado consumidor amplifica o impacto do hub

No estudo, o Observatório da Indústria também mensura os impactos da operação do hub de H2V do Pecém. Neste recorte, os pesquisadores consideram um cenário de exportação da produção do combustível e os números são menores, com alta de R$ 13,4 bilhões no PIB cearense (8,2% a mais), R$ 12,1 bilhões no PIB industrial do Estado (41,7%), arrecadação entre R$ 200 milhões e R$ 1,4 bilhão (variando entre 1,1% e 6,8% maior) e 24,2 mil empregos gerados (1,1%).

Mas Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria, considera que a formação de um mercado consumidor local, seja no Ceará ou no Brasil, “representados pelas relações de consumo intermediários entre os setores e seus respectivos efeitos multiplicadores”, amplificariam os números da pesquisa.

“A absorção da produção do hidrogênio verde localmente pela indústria cearense é crucial para o aumento dos efeitos de encadeamento, multiplicando o impacto da operação do H2V sobre variáveis como PIB, Emprego e Produção. Nesse sentido, reforça-se a importância de tais iniciativas para incrementar ainda mais as perspectivas de impacto tanto no Estado como no Brasil”.

Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria(Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria

Iniciativas que são tomadas tanto pelo governo cearense quanto pela própria Fiec, como Muchale reforça, observando a necessidade de uma alteração “sobre a estrutura produtiva e as tecnologias adjacentes, como a incorporação de projetos para os possíveis off takers no Estado (siderurgia, cimento, fertilizantes etc.).”

Jurandir Picanço, consultor de Energia da Fiec, aponta a importância estratégica de ter o consumo local como premissa para a exportação de produtos verdes, cujas empresas já fabricam ou estudam fabricar no Ceará.

“Este seria o melhor dos cenários: exportar o aço verde, o cimento com baixo teor de carbono, amônia verde ou qualquer outro fertilizante. Mas esse processo está lento porque esta produção tem custo mais elevado que as atuais, com combustíveis mais poluentes”, pondera.

 

 

Cenário internacional favorável

Diretora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Hidrogênio Verde (ABIHV), Fernanda Delgado(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Diretora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Hidrogênio Verde (ABIHV), Fernanda Delgado

Todavia, há a perspectiva de um cenário internacional favorável se construindo neste ano e que pode ajudar na formação do mercado de consumo brasileiro, segundo sugere Fernanda Delgado, diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV).

Ela fala do cancelamento pelo governo de Donald Trump (Republicanos), nos Estados Unidos, do projeto idealizado na gestão de Joe Biden (Democratas) que injetava US$ 7 bilhões na economia americana via créditos fiscais pela Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) para a formação de hubs de H2V no País, os quais catalisariam US$ 40 bilhões em investimentos. 

“As pessoas ainda estão tentando entender se o Trump consegue manipular o IRA dessa forma. Mas, geopoliticamente, faz todo o sentido que, fechando uma porta lá (Estados Unidos), abra uma porta aqui (Brasil). Como abre em outros lugares também, como Chile, Austrália, Namíbia e outros países”, observa.

O potencial local que ajudaria na captação de novos investidores, ressalta Picanço, é o custo da energia renovável brasileira, com destaque para os gigawatts produzidos no Ceará e nos demais estados nordestinos.

 

 

Concorrência no Nordeste

Nesta perspectiva, alerta o consultor de Energia da Fiec, outras unidades da federação também possuem projetos de produção de hidrogênio verde, rivalizando com o Ceará e projetando crescimentos robustos também.

“Os outros estados estão desenvolvendo projetos. Não com a dimensão do nosso, mas estão desenvolvendo projetos no mesmo sentido. Isso quer dizer que nós não somos os únicos que querem e vão crescer”, observa.

Ao todo, oito estados (Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco e Piauí) e o Distrito Federal contam com projetos em curso, segundo levantamento da ABIHV.

Mas os mais próximos de se converterem em investimento confirmado são apenas seis, dos quais o Ceará é sede de três deles. A lista foi elaborada logo no início do ano, após a sanção do marco legal do hidrogênio verde, no qual é estabelecida a legislação do setor.

“Espero que esse crescimento não seja só do Ceará. Mas que seja um crescimento do Nordeste, onde o Ceará está despontando”, arremata Picanço.

 

 

Transmissão: governo precisa tomar decisão para dar segurança aos empreendimentos

Com legislação, investidores interessados e o Pecém adequado ao modelo de porto-indústria apontado como ideal para o desenvolvimento do hub de hidrogênio verde, o setor se deparou há pouco mais de um ano com um gargalo inesperado: a falta de infraestrutura de transmissão para dar suporte ao tráfego de energia entre os parques e as plantas de eletrólise (processo químico que separa a molécula de água a partir do uso de energia elétrica, gerando o hidrogênio).

"O Ceará é o estado mais atrator de investimentos até agora. Possui energias renováveis, o hub do Pecém é o mais adiantado para receber esses investimentos, mas a gente tem algumas preocupações", sinaliza Fernanda Delgado, diretora da ABIHV, referindo-se à falta de linhas de transmissão de energia no Nordeste.

Apenas no Ceará, segundo cálculos apresentados pelo governador Elmano de Freitas (PT), serão precisos investimentos de R$ 5 bilhões para viabilizar a chegada da energia necessária para a operação do hub de H2V do Pecém.

Novas linhas de transmissão precisam ser construídas para dar suporte ao hub(Foto: Agência Brasil)
Foto: Agência Brasil Novas linhas de transmissão precisam ser construídas para dar suporte ao hub

Hoje, estão em construção no Estado 1.991 quilômetros de linhas, que são insuficientes para a demanda. Um novo leilão é o alvo das tratativas de Elmano com o Governo Federal via Ministério de Minas e Energia (MME), mas não há definição alguma até agora sobre a realização do certame.

Enquanto isso, mesmo antes da confirmação dos investimentos, este gargalo já afeta o setor produtivo. Paradas programadas de geração são feitas em parques eólicos e fotovoltaicos - o chamado curtailment - pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico por ordem da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que gerou um prejuízo superior a R$ 140 milhões em 2024.

O ressarcimento dessas perdas é motivo de briga na Justiça entre os proprietários dos parques e a Aneel, em uma disputa de dois rounds até agora - um para cada lado. 

Condenada a ressarcir as empresas no fim de 2024, a Agência reverteu a decisão a seu favor no Superior Tribunal de Justiça (STJ) alegando que isso geraria um aumento de 336% no componente Encargos de Serviços do Sistema (EES), o qual causaria custos adicionais aos consumidores de R$ 1,1 bilhão.

"Essa questão das paradas realmente trouxe um ambiente muito negativo para os investidores, porque ninguém está disposto a correr riscos como o que está acontecendo, de implantar um parque eólico, um parque solar e ter que ficar parado porque não tem como transmitir. Este é um problema que tem que ser resolvido", alerta Jurandir Picanço.

Raniere Rodrigues, pesquisador do Instituto Senai de Energias Renováveis da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (ISER/Fiern), classifica o assunto como “uma questão clara de decisão governamental de investimento”.

Quilômetros de linhas em construção, hoje, não são suficientes, segundo os cálculos do governo do Estado(Foto: Agência Brasil)
Foto: Agência Brasil Quilômetros de linhas em construção, hoje, não são suficientes, segundo os cálculos do governo do Estado

Rodrigues ainda vê soluções no âmbito do investimento em hidrogênio verde sem a dependência do governo federal a partir da instalação das chamadas redes off grid, ou seja, fora do Sistema Interligado Nacional. Em locais onde não há rede de transmissão pode ser mais estratégico aos investidores que dominam as etapas de produção de energia e eletrólise construir a própria rede de transmissão.

Outra possibilidade seria a conexão entre os futuros parques eólicos offshore e as plantas de eletrólise localizadas no litoral. Neste caso, diz, é uma decisão de investimento da empresa ante a complicação de esperar a construção de uma rede de transmissão de energia pelo Governo Federal.

Na análise do pesquisador, "os desafios de transmissão sempre aconteceram no Brasil". “Mas são soluções de decisão de investimento que o governo tem que dar porque para qualquer segmento da indústria crescer, depende de energia. É basicamente isso. Não é um desafio de uma série de novas tecnologias, é uma adição de investimento", afirma.

 

 

Hub leva mais infraestrutura e peso econômico ao Pecém

Considerado o principal polo industrial que mais cresce no Ceará na atualidade, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) reúne cerca de 80 empresas, cujos investimentos somam R$ 30 bilhões e empregam 7,2 mil pessoas direta e indiretamente. Números que devem se expandir, dando mais peso econômico ao Complexo, segundo avalia a diretora executiva da Associação das Empresas do Cipp (Aecipp), Ludmilla Campos.

“A tendência é de que, realmente, o Complexo cresça e se torne o polo industrial mais importante do Estado do Ceará. Nós ainda não conseguimos mensurar a expansão. Mas disso eu não tenho dúvidas”, afirma.

Entre as potencialidades que devem ser ampliadas no Complexo, cita a diretora, está o reforço logístico. Aliam-se ao Porto do Pecém a Transnordestina e algumas rodovias estratégicas para escoar produção e receber insumos.

Ludmilla Campos reforça a importância de ações para promover a igualdade de gênero(Foto: João Filho Tavares)
Foto: João Filho Tavares Ludmilla Campos reforça a importância de ações para promover a igualdade de gênero

Com a confirmação de investimentos em transmissão, Ludmilla também considera que as empresas já instaladas no Cipp ganham com maior oferta de energia. Além disso, a produção de hidrogênio verde ao lado barateia e estimula a produção de baixo carbono pelas indústrias-âncoras do complexo, como a siderúrgica e as cimenteiras.

“Se nós do Estado do Ceará conseguirmos efetivar todos os pré-contratos, a região como um todo vai estar em um cenário extremamente promissor. Vai impactar o complexo e a comunidade, vai ser melhoria econômica e social”, ressalta.

 

 

Administradora do porto trabalha na infraestrutura

Responsável por dotar o Porto do Pecém da infraestrutura necessária para operar o hidrogênio verde para exportação, a Cipp SA põe em prática o planejamento desenhado há mais de dois anos e espera, ainda em março deste ano, definir qual empresa vai construir as obras do píer 2 do terminal.

O local vai ser alvo de R$ 675 milhões em investimentos captados com o Banco Mundial, o Climate Investimento Found e recursos próprios da Cipp SA. No píer, será movimentada a amônia verde produzida pelas empresas na Zona de Processamento de Exportação do Ceará e transportada em uma infraestrutura de dutos de transporte entre as usinas e o porto.

Max Quintino, presidente do Complexo do Pecém(Foto: 2708_AlanDom)
Foto: 2708_AlanDom Max Quintino, presidente do Complexo do Pecém

Além disso, conta Max Quintino, presidente da Cipp SA ao O POVO, toda a área será compartilhada entre as empresas, que se utilizaram de água de reúso e energia elétrica. “O grande pulo do gato é nós reforçarmos essa estratégia de atrair outras indústrias para cá, fora a de produção de hidrogênio, que vão poder utilizar esse combustível. A gente tem que fomentar muito isso porque essa é a virada de chave para nós no Ceará, para o Nordeste e para o Brasil”, afirma.

Quintino ainda contou que teve tratativas com o Porto de Roterdã em fevereiro de 2025, nas quais o terminal europeu disse estar se preparando para receber a produção do Pecém. Detentor de 30% das ações do porto cearense, Roterdã assinou contrato de compra de 25% de tudo que for produzido de amônia verde no hub cearense, que deve ser levado via o chamado Corredor Verde criado entre os terminais.

 

 

Indústrias concorrem entre si

Os preparativos para ancorar esses investimentos, como já alertou o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, também devem mexer com a mão de obra local, pois os trabalhadores do próprio Cipp podem considerar uma mudança de área ao ver os salários e as carreiras mais promissoras no hidrogênio verde.

A diretora executiva da Aecipp diz enxergar essa possibilidade como provável, mas confia na expertise das empresas para assegurar as contratações de funcionários aptos e capazes dentro das suas fábricas com as melhores condições de emprego e renda de cada setor.

"Nesse sentido, existe uma interação contínua com diversos sindicatos patronais, associações nacionais, empresários e investimentos com objetivo de capacitar fornecedores locais e atrair empresas consumidoras do Hidrogênio Verde, de forma a ampliar as oportunidades geradas no Ceará, para empresas de qualquer porte, bem como empregos com maior remuneração, gerando um ciclo positivo de expansão de renda na região", acrescenta o gerente do Observatório da Indústria, Guilherme Muchale.

 

 

Universidades asseguram que pesquisas e mão de obra não vão faltar

Parte do tripé que ancora o projeto do hub de hidrogênio verde, a academia também se mostra envolvida com os avanços dos projetos e se diz apta a desenvolver pesquisas coerentes com a produção local da mesma forma que se colocam prontas para atender a demanda por mão de obra para o novo setor.

A principal iniciativa focada no hub do Pecém e que envolveu as principais entidades de ensino superior do Ceará foi a Rede Verdes. Nela, grupos de pesquisadores de 14 instituições de Ciência e Tecnologia do Ceará atuam nas áreas de aplicações industriais, transporte e combustíveis sintéticos, energias renováveis e hidrogênio verde.

“Isso demonstra como a academia está bem inserida tanto do ponto de vista de ter laboratórios trabalhando sobre esses temas, gerando informação. Afinal, não adianta ter uma grande empresa trabalhando aqui no Ceará se o Estado não estiver preparado com pessoas e laboratórios para trabalhar na área e dar suporte”, observa Murilo Luna, professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Ceará (UFC) e secretário executivo da Rede Verdes.

No total, conta ao O POVO, existem 26 unidades de pesquisa envolvidas com hidrogênio verde ou temas correlatos no Ceará. Em um ano de atividade da Rede Verdes, 12 projetos foram desenvolvidos e serão apresentados pelos pesquisadores, segundo ele. Trabalhos acadêmicos e também patentes estão sendo desenvolvidos.

Píer 2 do Pecém terá movimentação voltada para o hub de hidrogênio verde(Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Píer 2 do Pecém terá movimentação voltada para o hub de hidrogênio verde

Para Mona Lisa Moura, professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e pesquisadora da Rede Verdes, o hub de hidrogênio verde do Pecém pode ser o ambiente propício para que universidades e empresas comunguem conhecimento.

“Os pesquisadores observam as linhas temáticas e buscam resolver problemas. O conhecimento atual, inovador, integrado e dedicado e o bem mais precioso da Universidade, as empresas precisam se interagir mais para se beneficiam desse tesouro”, exclama.

Perguntada se as universidades concorrem entre si como fazem as empresas com projetos em diferentes estados, a pesquisadora pondera, afirmando que “dificilmente se avança em desenvolvimento cientifico e tecnológico sozinho” e conta que, “no âmbito da pesquisa, o caminho é sem volta. Os ICts (Institutos de Ciência e Tecnologia) sediados no Ceara estão alinhados nesse tema e seus pesquisadores alinhados com o mundo”.

“Acredito que o hidrogênio verde é uma oportunidade de uma industrialização no nosso Estado. O Ceará já é um grande gerador de energia renovável, mas é pouco industrializado. Ou seja, nós temos ainda um potencial aqui muito favorável de geração de emprego e renda com a industrialização”, arremata o secretário executivo da Rede Verdes.

No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará (IFCE), a pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Joélia Marques de Carvalho, conta que o hidrogênio verde saiu de uma tendência para uma das mais demandadas em termos de pesquisa.

“O hidrogênio tem tornado as pesquisas mais efetivas e também ampliando o número de profissionais nesse campo. Do ponto de vista de formação de pessoas, isso tem criado uma tendência nova e o mestrado em Energias Renováveis do IFCE, que completa dez anos em 2025, teve mais pesquisas relacionadas ao hidrogênio verde”, conta.

Perguntado sobre os estudos a respeito das futuras funções e quantidade de profissionais em cada área necessários para a operação do hub de H2V, o gerente do Observatório da Indústria afirmou que “a quantificação de uma adequação da mão de obra local para atendimento à indústria de Hidrogênio Verde ainda é objeto de aprofundamento pelo Observatório da Indústria Ceará."

 

 

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