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Ceará é destaque no País com mais mulheres empreendedoras
Economia

Ceará é destaque no País com mais mulheres empreendedoras

Atlas dos Pequenos Negócios divulgado pelo Sebrae mostra que o Ceará destacou-se como um dos estados com as maiores proporções de mulheres entre os donos de negócio, com 36% do total.
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MULHERES dominam sobretudo os pequenos negócios (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS MULHERES dominam sobretudo os pequenos negócios

No quarto trimestre de 2024, o Ceará destacou-se como um dos estados com as maiores proporções de mulheres entre os donos de negócio, com 36% do total. Este percentual é igual ao de Santa Catarina e fica atrás apenas do Rio de Janeiro (39%). Os dados são do Atlas dos Pequenos Negócios, que o Sebrae lançou na última quarta-feira. 

O estudo oferece dados qualificados que retratam o universo das atividades de microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), com o objetivo de contribuir para a elaboração de políticas públicas que incentivem o desenvolvimento socioeconômico.

Em termos nacionais, o estudo mostra que São Paulo (23,4%), Minas Gerais (10,1%) e Rio de Janeiro (8,4%) lideram o ranking de distribuição dos Donos de Negócio por Unidades da Federação
(Figura 02). Juntas, estas três UFs detêm quase 42% do total dos Donos de Negócio existentes no país.

Já o perfil do empreendedorismo no Ceará revela que, além de um rosto feminino, a maioria (71%) se autodeclara negra (soma de pretos e pardos) e enfrenta desafios significativos quanto à baixa renda e à sobrevivência das empresas.

De acordo com o economista Ricardo Coimbra, os dados confirmam a vocação cearense para o empreendedorismo feminino voltado para o pequeno negócio, muitas vezes, relacionado com algum tipo de dom, com a arte, com a cultura do artesanato. “O Ceará tem muito esse potencial”, comenta.

Em relação à longevidade dos negócios, o Ceará apresenta um dos cenários mais desafiadores do país. A taxa de sobrevivência dos Pequenos Negócios (PN) após dois anos de atividade é de 71,6%, uma das menores do Brasil.

Ricardo avalia que isso decorre de uma série de fatores. Um deles seria o fato de muitas pessoas empreenderem na perspectiva de tentar buscar uma renda. “Mas às vezes falta um pouco de orientação, de planejamento, de entender um pouco também da parte financeira”, pontua.

O Atlas mostra ainda que o estado apresenta uma das maiores concentrações de empreendedores atuando na indústria. Cerca de 12% dos donos de negócio cearenses estão nesse setor, o mesmo percentual do Acre e de Santa Catarina, que são os líderes nacionais nesse quesito.

Renda e Condições Econômicas

Uma característica marcante do empreendedorismo cearense é a alta proporção de donos de negócio com baixo rendimento mensal. No final de 2024, 61% dos empreendedores no estado ganhavam até um salário mínimo (SM) por mês. Este é um dos maiores percentuais do Brasil, similar ao do Piauí (62%) e do Maranhão (61%).

O ecossistema de micro e pequenas empresas (MPEs) no Ceará também reflete um cenário de remuneração mais baixa. Em 2023, o rendimento médio dos trabalhadores empregados em MPEs no estado foi de R$ 1.987,10, um dos menores registrados no país.

Já com relação à Criação e Composição de Empresas, em 2024, foram abertos 112.930 novos CNPJs no Ceará. A maioria (71,9%) era de MEIs. No entanto, o estado se destaca por ter uma participação de microempresas superior à média nacional na abertura de novos negócios, com 24,9% do total. No mesmo ano, 72.696 CNPJs foram baixados no estado.

Para os MEIs, a situação é ainda mais crítica, com uma taxa de sobrevivência de apenas 64,7% após dois anos, também entre as mais baixas nacionalmente. O estado apresenta uma alta concentração de donos de negócio com rendimento mensal de até um salário mínimo (SM).

No ano de 2024, foram registrados 112.930 novos CNPJs no Ceará. A distribuição por porte foi a seguinte:

  • Microempreendedores Individuais (MEI): 81.237 (representando 71,9% do total).
  • Microempresas (ME): 28.159 (representando 24,9%). O Ceará está entre os estados com a maior participação de MEs na abertura de novas empresas.
  • Empresas de Pequeno Porte (EPP): 3.534 (representando 3,1%).

Baixa de Empresas em 2024: No mesmo ano, foram baixados 72.696 CNPJs no estado. A distribuição foi:

  • MEI: 53.717 (73,9% do total de baixas).
  • ME: 17.761 (24,4%).
  • EPP: 1.218 (1,7%).

Baixas taxas de sobrevivência: O Ceará apresenta taxas de sobrevivência empresarial que estão entre as mais baixas do Brasil. Após dois anos de atividade:

  • A taxa de sobrevivência para Pequenos Negócios (PN) é de 71,6%.
  • Especificamente para os MEIs, a taxa de sobrevivência é de 64,7%.

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