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Após queda de 60% do Hapvida em 12 meses, gestora de fundos se desfaz de ações
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Economia

Após queda de 60% do Hapvida em 12 meses, gestora de fundos se desfaz de ações

Gestora de fundos SPX informou da redução de sua participação acionária na companhia cearense em comunicado ao mercado
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Hapvida enfrenta queda de valor de mercado (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Hapvida enfrenta queda de valor de mercado

Após balanço abaixo das expectativas do mercado no 3º trimestre de 2025 fazer as ações desabarem quase 50% em dois dias, o Hapvida (HAPV3) sofreu mais um baque: a gestora de fundos SPX comunicou ao mercado a venda de participação em ações ordinárias na companhia. Em 12 meses, a cearense derreteu quase 60%.

A gestora de recursos informa que, após a operação, passa a deter 18.724.664 ações ordinárias, o equivalente a 3,7% do total da companhia.

A SPX afirma ainda que mantém cerca de 5 milhões de ações ordinárias em aluguel tomado e 53 mil opções de compra, que são instrumentos comercializados no mercado de derivativos.

A gestora ainda possui 2,3 milhões de instrumentos financeiros derivativos com previsão de liquidação exclusivamente financeira em que ações ordinárias da Hapvida são referência.

No comunicado, a SPX diz que "não existe qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da Companhia pelos Fundos geridos pela SPX".

Balanço do 3º trimestre gerou queda de valor de mercado

Desde o anúncio do balanço do 3º trimestre, as ações do Hapvida estão em baixa. O valor de mercado da companhia caiu R$ 7 bilhões no pregão de quinta-feira, 13.

A mínima observada fez com que a empresa perdesse o piso de R$ 10 bilhões pela primeira vez desde a estreia na bolsa de valores, em 2018. Na época, antes da fusão com o Grupo NotreDame, a Hapvida foi estimada em R$ 19 bilhões.

Com isso, a Hapvida passou a um valor de R$ 9,40 bilhões e liderou as negociações do pregão, com a marca de 70 mil negócios.

Conforme O POVO publicou no último dia 15, o derretimento de 40% em perdas na B3 ligou o alerta da empresa, que ainda na noite da quinta-feira disparou um fato relevante informando da aprovação de um novo programa de compra de ações.

"A administração da Companhia, por meio de sua diretoria estatutária, definirá o momento e a quantidade de Ações a serem adquiridas, podendo chegar a até 70.000.000 de Ações pelo período de 18 meses, contados de 13 de novembro de 2025", detalhou.

Um programa de recompra de ações, também conhecido como buyback, é quando uma empresa decide comprar de volta suas próprias ações que estão sendo negociadas no mercado. Com isso, ela reduz o número total de papéis em circulação (o free float), o que pode aumentar o valor das ações restantes.

O motivo do desempenho na bolsa de valores, segundo indicam os especialistas, está nos resultados financeiros apresentados pela Hapvida no 3º trimestre.

A operadora de planos de saúde Hapvida registrou lucro líquido de R$ 148,9 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 64,2% em relação ao igual período do ano passado. Com ajustes, o lucro somou R$ 299,3 milhões no período.

No acumulado do ano, até junho, a companhia obteve lucro líquido de R$ 565,3 milhões, queda de 42,6% em base anual de comparação.

O Ebitda ajustado do semestre foi de R$ 1,909 bilhão, queda de 12,8% em relação ao apurado em igual exercício do ano passado. (Com Armando de Oliveira Lima)

Goldman Sachs corta preço-alvo de HAPV3, mas mantém recomendação de compra

Na última terça, dia 18, a Goldman Sachs anunciou em recomendação ao mercado o corte do preço-alvo das ações do Hapvida (HAPV3) em 46%, mas manteve a recomendação de compra com potencial de ganho futuro de 66%.

Segundo os analistas, os riscos dos papéis foram precificados, em contexto de fraco desempenho operacional, especialmente no 3º trimestre do ano.

A partir da teleconferência de resultados, o Goldman Sachs aponta que uma série de fatores contribuíram para elevação da sinistralidade médica (MLR) e que a normalização não deve ocorrer em breve, e que a operação no Sudeste não deve evoluir brevemente em rentabilidade.

Mas, reitera, que a queda de 45% de HAPV3 do preço-alvo reflete "incerteza das perspectivas operacionais da empresa", o que deixaria o potencial de queda limitado, por isso, fixa um preço-alvo de R$ 30 ante o valor de fechamento de R$ 18 da véspera. O que notabiliza um potencial de ganho de 66,7%, caso as previsões se confirmem.

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