
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
- Pois é, quem diria! Enderson Moreira pegou Rogério Ceni no contrapé e levou o Ceará a uma vitória (2 a 1) que podia ter sido maior se as chances desperdiçadas por Galhardo e Leandro Carvalho não contassem com um goleiro atento e a falta de ajuda da sorte. Sorte e azar sempre foram aliadas numa partida. Em clássico, então, com especialidade. Menor vacilo pode ser fatal.
- De uma coisa tenham certeza. Ceará preparou-se melhor, em seus treinos secretos, do que o Fortaleza, que fez o mesmo durante a semana. Acontece que o figurino do Ceni é batidíssimo. Atávico e inflexível naquela de jogar com quatro atacantes. Funciona, sim, às vezes nem tanto.
- Tanto é verdade que, em 17 minutos do jogo, o Ceará já tinha liquidado o clássico com dois gols relâmpagos, através de Galhardo e Felippe Cardoso. Dois minutos depois o Galhardo perdeu outra chance que, se entra, o estrago estaria feito. Desta vez Felipe Alves estava mais atento pra salvar o que poderia ser uma goleada histórica, num clássico idem.
- O que de tão fulminante o Enderson Moreira preparou pra fazer o rival ir às cordas em tão pouco tempo de jogo? Usou o artifício da blitz pra pegar o Fortaleza de surpresa. Traduzindo pra melhor entendimento. Ao invés de ficar esperando pelo adversário, naquela de estudá-lo, tomou a iniciativa de atacá-lo em massa, sem sequer deixá-lo respirar.
- Simplesmente resolveu ousar, jogando dentro do campo do rival, sem tempo de fazê-lo se mexer. Uma blitz fulminante, pra não dizer fatal. Por essa o Ceni não esperava. Precisamente aí onde caiu do cavalo. Ou acha que só ele é esperto e os outros tolos? A diferença dos que se acham espertos é achar que todos os outros são tolos.
Pulo do gato
- Esqueceu Ceni de outro detalhe. Qual? Que o técnico alvinegro está nessa estrada há mais tempo do que ele. Como seu currículo revela, passagem por clubes de expressão. Não se chega a tal estágio via apostas ou coincidências.
- A blitz fatal foi o pulo do gato que Enderson preparou pro Ceni. E pulo do gato não se ensina, aplica-se. O ataque do Ceará, nem sempre esses balaios, parecia uma máquina azeitada diante de uma defesa em polvorosa e catatônica. Os zagueiros que tratassem de conter a avalanche.
Apito pelos pés
- Quando se anunciou que seria o veterano Heber Roberto Lopes pra apitar o clássico histórico, choveram críticas. Não contra sua honestidade, claro, sim contra sua condição técnica. Heber meteu os pés — quer dizer, o apito — pelas mãos. Gota d'água — marcação de um pênalti maroto que não houve.
- Lance foi antes da grande área. Até ameaçou não marcar e ninguém reclamaria. Assaltou-lhe a dúvida, movida pela pressão dos tricolores. Resolveu consultar o VAR. Aí virou gororoba. Árbitro frouxo sempre transfere culpas. Muito cômodo.
Arma letal
- Pênalti deu novo ânimo ao Fortaleza, atrofiou a pressão do Ceará. Convertido em gol, era buscar o empate de qualquer jeito. Atacar com quatro não quer dizer domínio de jogo. Pra evitar dissabores o Ceará tratou de resguardar-se, garantir os 2 a 1. A dupla Valdo e Luiz Otávio, uma muralha. Fabinho na cabeça da área, por ali não passa nem sombra de chuteiras.
- Porém, a arma letal de Enderson foi promover a estreia de Lima, aberto pela ponta-esquerda. Lima sempre foi bom no drible curto. Encontrou em Tinga um prato cheio. Foi a arma secreta preparada por Enderson. Outra pela qual, Ceni jamais imaginou. Vitória justa, líquida, insofismável. De quem, como o Ceará, foi ao Castelão disposto sair vitorioso. E venceu com todos os méritos.
Novos ares?
- Hoje à noite tem jogo no Castelão, valendo pela Série C. Ferroviário volta a campo, dez dias depois, sob novo comando. Chegou a vez do Marcelo Veiga, que entrou no lugar de Leandro Campos, aquele que enterrou o Ferrão. Nele repousam as esperanças de uma reabilitação. Adversário o ABC, nem ruim, nem bom. Cabe ao Ferrão tratar de reabilitar-se e ao Veiga estrear com vitória. É o mínimo que se espera nesta mudança. Se não acontecer o Ferrão estará frito e mal pago...
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