O primeiro Clássico-Rei na Série A de pontos corridos, que aconteceu no último sábado, só não foi tão marcante na presença de público. Com 38.421 torcedores presentes, o duelo nem mesmo conseguiu superar o primeiro encontro entre as duas equipes na temporada 2019, que aconteceu na segunda fase do Campeonato Cearense.
Naquele 10 de março, 38.831 pessoas foram ao Castelão e apenas sócios do Fortaleza entraram gratuitamente — o inverso de sábado, quando apenas torcedores oficiais do Ceará tiveram entrada liberada. No encontro do Brasileirão, a presença de público também não foi a pior do ano. O primeiro clássico da final do Estadual (32.982) e o da Copa do Nordeste (35.878) ficaram abaixo. Vale ressaltar que todas as cifras estão entre os maiores públicos em estádios brasileiros no ano.
Diferente dos outros quatro dérbis da temporada, porém, o último duelo entre Vovô e Leão teve distribuição de torcidas modificada. Ao invés do tradicional meio a meio, a diretoria do Ceará — prerrogativa da distribuição de público é do mandante do jogo, no caso, o Alvinegro —, decidiu dividir a carga de ingressos em 70% e 30%, sob a justificativa de que isso aumentaria a carga total de ingressos em cerca de seis mil bilhetes.
O ganho de espaço, entretanto, não teve reflexo no público total, que ficou bem abaixo dos 50 mil projetados. Em porcentagem, significa que 77% dos lugares disponíveis foram ocupados. No jogo decisivo da final do Estadual — em que pese ter uma taça em jogo —, o último com divisão 50%/50% na arquibancada, a ocupação no universo de 47 mil cadeiras foi de 91%.
A torcida do Fortaleza foi a maior responsável pelo público abaixo do esperado no Clássico-Rei da Série A. Dos 14.200 bilhetes reservados para os tricolores, apenas 8.123 foram adquiridos. Fazendo as contas, 6.077 ingressos foram devolvidos, frente a 828 lugares destinados aos alvinegros que ficaram vagos.
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Para o representante do Fortaleza na Federação Cearense de Futebol (FCF), Tahim Fontenele, que esteve na reunião de providências para o jogo, vários fatores contribuíram para uma procura menor da torcida do Leão — um deles a mudança na divisão da arquibancada. "Tem uma parcela disso (fim do meio a meio), mas também da renda ficar só para o Ceará e daquele princípio de negação da realização dos mosaicos e depois a volta atrás", acredita o dirigente.
O Tricolor já informou que vai manter a mesma política de 70% e 30% para jogo da volta, na 32ª rodada, mas Tahim adianta que o modelo deverá ser repensado para o ano que vem. "Nos outros jogos faremos formato diferente para apresentar, com apenas um bolsão (de divisão), para não perder tantos espaços", disse.