Se a demora em divulgar novas contratações tem tirado o sono de alguns torcedores mais afoitos, o Fortaleza apresentou ontem, no CT Ribamar Bezerra, em Maracanaú, um jogador que vale logo por três. Explico: volante de origem, Michel tem como trunfo a versatilidade. No Grêmio - time que detém os direitos financeiros e paga cerca de 30% do salário (70% serão custeados pelo Leão) -, chegou a atuar, por opção do técnico Renato Gaúcho, como zagueiro. No Atlético-GO, fez às vezes de lateral esquerdo.
Disputando posição, principalmente, com Felipe, a flexibilidade pode fazer com que caia nas graças do técnico Rogério Ceni. Passando de um Tricolor para outro, Michel vem ainda com uma vantagem. É campeão da Libertadores em 2017 e da Recopa em 2018. Chega com experiência (e glória) em campeonatos internacionais no ano em que o Leão do Pici disputa sua primeira Sul-Americana.
Confirmando a polivalência em campo, ainda que prefira atuar de volante, Michel evita o oba-oba da crença que já chegaria com vaga garantida na titularidade. "Vim com a certeza de trabalhar e de buscar o meu espaço. Rogério foi bem claro comigo. Todos sabemos que ele é bem honesto, então vai jogar quem tá melhor. Não tem essa de jogou em tal lugar, vestiu tal camisa", conta, sem esconder a admiração pelo técnico tricolor.
A estima pelo comandante foi também o que plantou a confiança em Michel. Foi numa ligação de Ceni que o volante polivalente, àquela altura com destino incerto, decidiu trocar as baixas temperaturas gaúchas ou uma possível ida a São Januário, pela quentura do sol de(o) Fortaleza.
"Muita coisa pesa e a escolha pelo Fortaleza pesou, sim, a ligação do Rogério Ceni. A gente sabe a pessoa que ele é, o profissional que ele é, o trabalho que ele realiza. Então, eu confiei, eu depositei essa confiança. Eu creio que, pra mim, vai ser muito bom, tá evoluindo como profissional, como homem, e tá aprendendo com o mito", enalteceu.
Das primeiras impressões sobre o clube, o elenco, técnico, afora o calor, Michel disse ter se sentido bem recebido, vê semelhanças com o antigo técnico, Renato Gaúcho - de "cobrar quando tem de cobrar e serem parceiros fora de campo" -, e já tem percebido, de dentro, o que é possível denotar de fora. "Ele (Rogério) tem o grupo nas mãos e o grupo vai correr por ele. Isso faz muita diferença", analisou.
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Ainda que não entre na conta das contratações de 2020, já que acerto é de 2019, o elenco do Leão ainda é acrescido do atacante Edson Cariús