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Fortaleza vence o Ceará por 2 a 1, avança no Cearense em 1º e quebra invencibilidade do rival
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Fortaleza vence o Ceará por 2 a 1, avança no Cearense em 1º e quebra invencibilidade do rival

Com mais posse de bola, buscando mais o gol e melhor no segundo tempo, Tricolor bate Alvinegro por 2 a 1 no Castelão e está a três empates do bicampeonato estadual
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Wellington Paulista é titular diante do Goiás  (Foto: Pedro Chaves/FCF)
Foto: Pedro Chaves/FCF Wellington Paulista é titular diante do Goiás

O trabalho de longo prazo fez a diferença no Clássico-Rei de ontem à noite no Castelão. Após um primeiro tempo equilibrado, com as duas equipes se arriscando pouco, o Fortaleza, que já havia saído na frente, teve mais organização e ofensividade que o Ceará na etapa final e construiu a vitória por 2 a 1.

É justo dizer que venceu a equipe que teve mais posse de bola e buscou mais o gol adversário. Como consequência, o Leão também teve as chances mais claras e, se não fosse uma defesa plástica de Prass numa cabeçada de Romarinho, aos 21 do segundo tempo, o placar poderia ter sido elástico.

Mesmo assim, se o jogo terminasse empatado também não seria estranho. Isso porque no primeiro tempo, o Vovô chegou a marcar um tento, com Charles, pegando rebote após chute forte de Lima — chegando a driblar Felipe Alves —, mas o assistente 2, Eleutério Marques, anulou. O lance foi difícil, já que o calcanhar de Paulão poderia ter dado condição, mas, aparentemente, o joelho do volante alvinegro estava pouco à frente na hora do primeiro chute. Apesar de o lance ter dividido opiniões, a partida não contava com arbitragem de vídeo (VAR).

O certo é que o resultado deixa o Fortaleza a três empates do bicampeonato cearense, já que o Tricolor chegou a 18 pontos e não perde mais a liderança geral da competição. Do outro lado, o Ceará perdeu invencibilidade que ostentava desde a última partida da Série A do ano passado.

Falando especificamente do jogo sem público da quarta à noite, o início da partida mostrava duas equipe cautelosas e preocupadas em não dar espaço ao adversário. A marcação do Ceará se sobressaía porque o Fortaleza ia mais ao campo de ataque, mas as infiltrações não aconteciam bem de ambos os lados. As melhores chances, portanto, vinham da bola parada. A cabeçada de Tiago Pagnussat, logo no começo, e o chute de Quintero, por cima da trave, foram originados em cobranças de escanteio.

Para além disso, para o Ceará, Charles conseguiu entrar na grande área do Leão como elemento surpresa em jogada individual, mas rolou fraco para os dois companheiros que aguardavam, dando chance a Felipe Alves de se antecipar. Para o Fortaleza Tinga, aproveitando uma pisada na bola do zagueiro Brock bateu colocado, mandando por cima da trave do Alvinegro.

O lateral-direito do Leão já tinha arrancado aplausos das poucas pessoas presentes no Castelão — jogadores reservas, comissões técnicas e dirigentes — em duas roubadas de bola no campo de defesa e vinha se destacando nas construções ofensivas. A atuação, porém, culminou no primeiro gol. Aos 28 minutos, Juninho cobrou escanteio, Tinga se antecipou e desviou primeiro de cabeça, arrumando para Wellington Paulista testar levemente a bola, mandando para o gol.

O tento deixava o Fortaleza numa posição que o clube gosta, de esperar o adversário partir para cima e apostar nos contra-ataques. O desenvolvimento do jogo, entretanto, foi outro. Com Lima e Vina abaixo do que jogaram na goleada sobre o Barbalha, Sobis acabou isolado e o Alvinegro teve poucas investidas.

Para o segundo tempo, além de Guto Ferreira demorar a mexer, o Fortaleza ampliou o placar cedo. Com sete minutos, Yuri César, que já havia arriscado duas de fora da área, pegou sobra de bola de frente ao gol após cobrança de escanteio. O chute forte estufou a rede de Fernando Prass.

Atrás no placar e indo pouco ao ataque, o Ceará se desorganizou e precisava de uma estratégia de readaptação. Guto Ferreira demorou a fazer trocas e viu o Fortaleza rondar a grande área alvinegra por alguns minutos, com muito mais consciência de jogo. O comandante alvinegro decidiu, enfim, lançar Rick, Bergson e Leandro Carvalho ao ataque. O efeito demorou um pouco, mas aconteceu, especialmente com a cria da base Alvinegra.

Rick tentou algumas jogadas pelo lado esquerdo, indo à linha de fundo e tentando entrar na área, com alguns dribles, mas ajudou o time mesmo quando acertou lançamento de trivela, na medida, para Bergson, nas costas de Paulão, marcar. Já era madrugada e o cronômetro marcava 49 minutos.

A euforia por um empate no final deu um novo ar aos dois minutos seguintes. O Ceará teve duas bolas paradas e obrigou o Fortaleza a descer o time todo para a defesa. Não houve reviravolta e o Vovô conheceu a primeira derrota sob o comando de Guto Ferreira. Já Rogério Ceni venceu o Clássico-Rei pela quarta vez.

Nas semifinais, o Leão enfrenta Guarany de Sobral ou Atlético-CE, a depender dos resultados de confrontos desta quinta-feira, 16. Já o Ceará encara o Ferroviário. As partidas serão realizadas no fim de semana. 

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Ficha técnica

Ceará

4-4-2: Prass; Samuel Xavier, Pagnussat (Luiz Otávio), Brock e B. Pacheco (Alisson); Charles, Ricardinho, Vina e Felipe Baxola (L. Carvalho); Lima (Rick) e Sobis (Bergson). Téc: Guto Ferreira

Fortaleza

4-2-4: Felipe Alves; Tinga (Gabriel Dias), Quintero, Paulão, Carlinhos; Felipe, Juninho; David, Romarinho (Vazquez), W. Paulista (Ederson), Yuri (T. Orobó). Téc: Rogério Ceni

Gols: 28min/1T - Juninho cobra escanteio, Tinga dá primeira cabeçada e W. Paulista desvia levemente de cabeça para o gol; 7min/2T - Juninho cobra escanteio, Felipe disputa bola de cabeça e ela sobra na entrada da área para Yuri César, que chuta forte; 49min/2T - Rick dá assistência de trivela e Bergson desvia para o gol

Local: Castelão, em Fortaleza-CE

Data: 15/7/2020

Árbitro: Junior Rodrigues

Assistentes: Nailton Oliveira e Eleutério Marques

Cartões amarelos: Quintero, Yuri (FOR) Luiz Otávio, leandro Carvalho (CEA)

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