Logo O POVO+
Em lição de montagem do sistema defensivo, Guto Ferreira supera Rogério Ceni
Esportes

Em lição de montagem do sistema defensivo, Guto Ferreira supera Rogério Ceni

Sem cerimônia de jogar atrás, Ceará supera novamente a "sede por bola" do Fortaleza. Vitorioso teve 27% de posse e foi melhor que o rival, que teve 73% inócuos com a bola
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NUMEROS (Foto: luciana pimenta)
Foto: luciana pimenta NUMEROS

No futebol moderno, os técnicos de futebol têm ao lado uma equipe de analistas de desempenho para ajudar no estudo do adversário e, assim, montar estratégias para os duelos que vão encarar.

Diante dos dados colhidos, o que vale é anular os pontos fortes do time que se enfrenta e trazer para casa os três pontos em jogo, mesmo que isso implique em não encher os olhos do torcedor.

Ontem, no Castelão, Guto Ferreira mostrou que fez o dever de casa mais uma vez. Contra um Fortaleza de pontas velozes, com um goleiro que faz lançamentos longos e um centroavante em bom momento, o comandante alvinegro optou novamente por um jogo sem a bola, com linhas baixas e apostando nos contra-ataques.

A estratégia não era novidade, pois já tinha sido usada no último Clássico-Rei, mas dessa vez foi ainda mais eficaz. Por vários motivos.

Primeiro porque o Fortaleza não chutou nenhuma bola no gol em 90 minutos. O goleiro Fernando Prass apenas tirava de soco as inúmeras bolas cruzadas nos escanteios ou cobranças de falta. Além disso, o Vovô teve chances de um placar mais elástico, diferentemente do que ocorreu naquele outro 1 a 0, válido pela Copa do Nordeste. Vina e Samuel Xavier obrigaram Felipe Alves a fazer pelo menos duas defesas difíceis.

Guto não fez qualquer cerimônia em se defender. Com menos de 30% de posse de bola, mas correndo pouco perigo, no segundo tempo colocou um volante de marcação e um zagueiro descansados, além de lançar Sobis e Mateus Gonçalves, ambos, especialmente o segundo, focados em puxar novos contra-ataques.

Do outro lado, Ceni aumentou o poder de fogo lançando quatro peças ofensivas (Osvaldo, Orobó, Vázquez e Fragapane), mas não conseguiu mais que uma blitz estéril. O treinador até mexeu no posicionamento dos atacantes — Yuri, que jogava por dentro, foi para o lado de fora; David inverteu o lado por um momento; Fragapane e Osvaldo se alternavam —, mas faltava variação na maneira de atacar. As jogadas individuais, recurso quase sempre eficaz para quebra de linhas, também não apareceram.

No três duelos entre Guto e Ceni , o primeiro agora tem duas vitórias contra uma do ex-goleiro. Na única derrota que teve, o "Gordiola" lançou o Ceará com outra postura. A derrota por 2 a 1 lhe deu uma lição. Posto à prova novamente ontem, mostrou, mais uma vez, que aprendeu.


| REPERCUSSÃO DO CLÁSSICO-REI |

> "Hoje conseguimos dar o nosso melhor", exalta Luiz Otávio após vitória do Ceará no Clássico-Rei

> Paulão cita suposta falta não marcada para o Fortaleza e reclama da arbitragem do Clássico-Rei

> Guto Ferreira salienta superação do Ceará ao vencer o Clássico-Rei: "tivemos um dia para trabalhar"

> "Não tivemos um dia tão inspirado na frente", avalia Rogério Ceni após derrota em Clássico-Rei

> Vina diz que bom momento no Ceará é fruto de maturidade adquirida na carreira: "me sinto mais atleta"

O que você achou desse conteúdo?