A dois jogos do encerramento do Campeonato Brasileiro de 2020, o Ceará já garantiu mais um ano de disputa na elite nacional e uma vaga em um torneio internacional — só uma hecatombe muda isso —, que provavelmente será a Copa Sul-Americana.
Diante disso e de uma temporada 2021 que começará já no fim deste mês, sem qualquer intervalo de transição, o Alvinegro começou a planejar o calendário seguinte sem arrancar o anterior da parede. No clichê do futebol, é mais que trocar os pneus com o carro andando; na verdade, é fazer uma revisão completa na mesma situação.
Ciente de que sem bola parada o mercado não teria aquele tradicional momento de aquecimento, a diretoria alvinegra se antecipou em ir às compras e ainda no ano passado fez a primeira contratação para 2021, ao fechar com o volante Marlon, ex-Fortaleza. De janeiro até aqui, mais atletas foram acertando com o Alvinegro, como o do goleiro João Ricardo, do meia Yony González e do atacante Jael. Oficialmente, porém, o clube não anunciou nenhum — mas dois deles, Marlon e Jael — já treinam em Porangabuçu.
Uma das grande incógnitas para o torcedor do Ceará era, no entanto, a permanência de Vina. Artilheiro absoluto do time na temporada, com 23 gols, e considerada a principal peça do elenco alvinegro em 2020, o meia tinha muitos olhares do mercado voltados para si, apesar de ter contrato com o Vovô até o fim de 2021.
Depois de muita especulação, ontem, Ceará e Vina parecem ter chegado a um acordo. Uma renovação por dois anos, com um generoso salário — informações divergem entre R$ 350 mil e R$ 500 mil. O contrato está nas mãos do jogador, que pode assinar e devolver ao clube a qualquer momento. Procurado, o presidente do Alvinegro, Robinson de Castro, diz que só se manifesta com documento em mãos.
Enquanto vive a expectativa da renovação bem encaminhada de Vina, o Vovô já comunicou que estendeu os vínculos de Fabinho e Fernando Sobral. Os dois volantes são constantes em campo com Guto Ferreira — que também assinou novo contrato com o clube — e seguem no elenco. O primeiro tem contrato agora até o fim de 2021, enquanto o cearense pertence ao Alvinegro até 2023.
Os dois, no entanto, não jogam mais até o fim da atual Série A. Eles ganharam férias antecipadas (do fim do ano, já que as de 2020 foram concedidas em abril do ano passado) até 1º de março, junto com o zagueiro Luiz Otávio. Outros devem ganhar folga nos próximos dias. No conselho técnico que definiu a fórmula do Campeonato Cearense 2021, em novembro, Robinson de Castro já havia antecipado que a estratégia de dar folga a parte do elenco e começar 2021 com uma mescla junto ao time sub-23, que foi campeão brasileiro de aspirantes.
Também não jogam mais a Série A pelo Alvinegro o goleiro Diogo Silva, o zagueiro Eduardo Brock e o lateral-direito Samuel Xavier. Para eles, porém, nada de folga. O trio foi desligado de forma antecipada. Enquanto os dois primeiros estão acertados com novas equipes (Cruzeiro-MG e Fluminense-RJ, respectivamente), o arqueiro ainda não tem destino definido.
Deles, Samuel Xavier é quem mais fará falta. O atleta é titular do clube há pelo menos três temporadas. O pré-contrato assinado por ele com o Tricolor Carioca não agradou a diretoria alvinegra, mas fadiga muscular que o impediu de encarar o Fluminense, nessa segunda-feira, 15.
Como o Ceará não comenta as novas contratações, ainda não é possível saber quantas peças o clube pretende trazer. Os anúncios tendem a ocorrer logo após o fim do Brasileirão, em uma semana e meia.