Pela primeira vez desde o início da temporada 2021, o Fortaleza não irá a campo duas vezes na mesma semana. Com uma rara brecha no apertado calendário do futebol brasileiro, o técnico Enderson Moreira terá tempo para tentar formar o time ideal, fortalecer ideias e conceitos nos treinos e conseguir evolução da equipe a partir do próximo compromisso, diante do Bahia, no próximo sábado, 3.
Com o Campeonato Cearense ainda paralisado em razão do decreto de lockdown no Estado, válido até 4 de abril, o Tricolor segue na disputa das Copas do Nordeste e do Brasil. Pelo torneio nacional, o desafio em jogo único na segunda fase será contra o Ypiranga-RS, no próximo dia 6, às 21h30min, na Arena Castelão.
O Nordestão, portanto, tem sido responsável por movimentar a maior parte da temporada do Leão. Até agora, foram três vitórias, dois empates e uma derrota em seis partidas, com 11 pontos conquistados e a liderança provisória do Grupo B. O rendimento, no entanto, ainda não convenceu e obriga o treinador a encarar sabatinas nas entrevistas coletivas e a insatisfação da torcida.
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Em meio à reformulação do grupo de jogadores, Enderson Moreira adotou rodízio de atletas entre um confronto e outro para amenizar o desgaste físico. A arrancada com 100% de aproveitamento nos três primeiros duelos parecia dar perspectiva positiva, mas o desempenho passou a ser questionado a partir do empate em 1 a 1 com o Treze-PB, dentro de casa.
Desde então, o time do Pici sofreu apenas um revés — em casa para o Santa Cruz-PE, que ainda não havia pontuado no certame regional —, mas teve momentos de dificuldade de todos os adversários: Caxias-RS, Ceará e 4 de Julho-PI, além da equipe coral. A rodagem nas peças levanta críticas em razão da ausência de alguns nomes, em especial do volante Ronald. Por outro lado, alguns reforços agradaram, como Éderson, Matheus Vargas e Robson.
"Quando você não tem uma pré-temporada, como nós não tivemos, e não tem semanas abertas, não tem condição de poder preparar bem essa equipe. A gente está em um revezamento não porque eu quero, é porque o único atleta que jogou uma sequência maior foi o Tinga e teve uma lesão no jogo. A gente conseguiu segurar em um jogo, mas era o jogador que estava se repetindo mais", explica o treinador.
Para ele, alguns jogadores precisam de atenção especial. "Tem muito atleta que estava nos clubes de origem com muito tempo de inatividade, nós estávamos com atletas, dentro do Fortaleza, que jogaram muito pouco também. Então, a gente está tentando fazer com que tenha sempre uma equipe bem competitiva, que corra menos riscos em termos de lesão", apontou.
Apesar das constantes mudanças, Enderson já dá sinais da formação preferida. Quintero e Wanderson formam a dupla de zaga, com Tinga — agora lesionado — e Carlinhos nas laterais. Matheus Jussa e Éderson são os volantes, com Luiz Henrique na armação. No ataque, David e Robson veem disputa entre Igor Torres e Wellington Paulista pela outra vaga.
"A gente tem ideia do time ideal, mas até chegar no time ideal tem um bom caminho a ser percorrido ainda. Por que eu falo isso? Porque nós tivemos problemas do final da temporada passada para esse início: muitas saídas, muitas chegadas. Então, é um período de adaptação", resume Enderson. Para ele, o período sem jogos pode ajudar os reforços a se apoderarem do esquema do time. "A gente está buscando essas semanas abertas. O primeiro aspecto importante é que a gente possa recuperar mesmo, porque está em uma sequência de jogar praticamente duas vezes por semana. Tentar ajustar cada detalhezinho, ver realmente quais atletas vão estar à disposição e tentar sempre fazer um trabalho de evolução da equipe. Esse é o nosso pensamento", completou.
Goleiros
Laterais
Zagueiros
Volantes
Meias
Atacantes
*podem desempenhar mais de uma função
Levantamento feito por Thiago Minhoca