O mistério que cerca as escalações de Juan Pablo Vojvoda a cada jogo do Fortaleza é acompanhado da possibilidade de mudanças de peças e esquema tático. Com improvisações e adaptações de jogadores em novas funções, o treinador argentino mostra apreço pela formação com três zagueiros, mas não se furta de fazer variações e nem abre mão do estilo ofensivo.
O ex-zagueiro de 46 anos está à frente do Tricolor há sete jogos, com cinco vitórias e dois empates (81% de aproveitamento). Entre a necessidade de alteração pelo calendário cheio, a vontade de observar atletas e a adaptação diante de cada oponente, o técnico usou escalações diferentes em todas as partidas e mostrou repertório de esquemas táticos — em alguns momentos, com variação dentro do mesmo duelo.
O comandante do Leão deixou clara a preferência pelo esquema com três zagueiros, seja 3-5-2 ou 3-4-3, sobretudo nos dois últimos compromissos — a vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-MG pela Série A, e o empate em 1 a 1 com o Ceará, pela Copa do Brasil. O sistema era utilizado com frequência no Unión La Calera, do Chile, equipe pela qual foi vice-campeão nacional na última temporada. No Pici, Vojvoda também já testou o 4-1-4-1 e o 4-3-3, por exemplo.
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A partir das inovações táticas, os jogadores também tiveram de se moldar e mostrar versatilidade para conquistar espaço entre os 11 titulares. Os laterais Tinga e Bruno Melo, por exemplo, atuam com frequência na zaga. Yago Pikachu ganhou maior liberdade pela direita e aparece como extremo. Já os meias Luiz Henrique e Lucas Crispim aparecem como opções para a ala esquerda.
As opções do treinador visam dar maior intensidade e ofensividade ao time, o que atende aos anseios da torcida e da diretoria. Na virada sobre o Galo, por exemplo, Vojvoda acionou Pikachu, que marcou os dois gols, e ainda lançou os atacantes Robson e David no segundo tempo. No Clássico-Rei da última quarta-feira, 2, também fez mexidas ousadas e fez a equipe melhorar na etapa final.
"Sempre que há mudanças ofensivas, você desprotege a parte defensiva. Mas eu quero uma equipe que arrisque, que seja atrevida e que vá buscar (a vitória em) cada jogo que dispute", avisou, após o empate no Castelão.
A parte física também cobra preço em meio à sequência de jogos e leva o argentino a mudar a escalação de forma pontual, poupando algumas peças e mantendo a base titular. A única semana livre para repouso e treinos desde a chegada do técnico foi entre a conquista do tricampeonato estadual e a largada no Brasileirão.
No próximo domingo, 6, o Fortaleza já volta a campo para enfrentar o Internacional-RS, às 16 horas, no Castelão, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. O valioso duelo de volta pela Copa do Brasil está marcado para quinta-feira, 10, seguido de novo jogo no Gigante da Boa Vista, diante do Sport-PE, no dia 13. Ciente do ritmo intenso, Vojvoda admite que fará novas mudanças.
"Será questão de recuperação, nutrição e, a partir daí, eu terei que avaliar a condição física de cada jogador e escolher os que me parecerem os melhores disponíveis para domingo", pontuou.