A temporada mágica de 2020 colocou Vina na prateleira dos protagonistas do futebol brasileiro. Ele liderou o Ceará em conquistas importantes no ano passado e conquistou prêmios individuais, entre eles ter sido escolhido para a seleção da Série A, atraindo atenção no cenário nacional. Mas o que aconteceu para o principal jogador do Alvinegro, após 19 partidas em 2021, ter passado de titular absoluto para peça substituível e ser bastante questionado pela torcida? O POVO mostra números, episódios que marcaram a queda de produção e aponta mudança de posicionamento.
Vina vive o seu pior momento com a camisa do clube do Porangabuçu. O atleta não tem conseguido repetir as boas atuações de 2020 e falhou nos momentos decisivos da temporada até aqui. Ele teve atuações discretas nos jogos que culminaram nas eliminações seguidas do Vovô nas Copas Sul-Americana e do Brasil e nas perdas dos títulos da Copa do Nordeste e do Campeonato Cearense.
A fase negativa ficou ainda mais evidente neste fim de semana, quando o Alvinegro visitou a Chapecoense-SC na Arena Condá e ficou no empate sem gols. Vina, por opção do técnico Guto Ferreira, foi barrado e começou a partida no banco de reservas, enquanto Jorginho atuou entre os 11. Ele entrou aos 26 minutos do segundo tempo, no lugar de Lima, e pouco acrescentou. No fim do confronto, o meia admitiu estar em período de irregularidade.
"Ninguém é insubstituível. É a força do elenco, Jorginho entrou bem e tem procurado seu espaço. Desde que cheguei ao Ceará, respeitei muito os jogadores da minha posição. Tenho a consciência de que talvez não esteja vivendo um bom momento. Tudo que é bom passa, assim como os momentos ruins. Mas é fortalecer como ser humano, atleta, e procurar evoluir para ajudar o Ceará", afirmou o atleta de 30 anos.
Em 2020, Vina viveu a melhor fase da carreira. Até então, o jogador nunca tinha sido tão regular e decisivo por uma equipe. Pelo desempenho em campo, o meia renovou com o Ceará até o fim de 2024 e se tornou um dos atletas mais valorizados do Nordeste.
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A alta expectativa criada mesclada com o pouco tempo de preparação para 2021 podem ter atrapalhado o início de Vina. Desde os primeiros jogos da temporada, o camisa 29 apresentou rendimento abaixo do que se esperava dele. Em um primeiro momento, a torcida lhe "abraçou" nas redes sociais e o apoiou após passar em branco em seis partidas, incluindo dois pênaltis perdidos.
O jogador até reagiu, marcou gols, deu assistências e teve desempenho positivo em alguns jogos. Entretanto, as falhas nos episódios decisivos pesaram. É difícil cravar um motivo apenas para Vina ter caído de produção. Mas é possível citar a mudança de posicionamento como fator influenciador no rendimento.
Em 2021, ele passou a atuar mais distante da área, voltando até o meio de campo para iniciar a criação ofensiva. Na melhor temporada da carreira, Vina jogava como um encaixe ao centroavante e pisava na área constantemente. O próprio Guto Ferreira chegou a explicar que a função principal de armação do time não era do camisa 29, mas de Lima. Desta forma, o meia ficava livre para infiltrar na zaga adversária e ser o principal jogador da conclusão das jogadas.
O POVO comparou os primeiros 19 jogos do atleta em 2020 com 2021. Além dos números deste recorte inicial da temporada passada terem sido superiores, Vina foi fundamental nos momentos decisivos, que resultaram no título invicto da Copa do Nordeste.
Até momento, em 2021, Vina foi titular em 17 dos 19 confrontos disputados, marcando quatro gols e dando quatro assistências. Ele não movimentou nenhuma estatística nos confrontos chaves das finais do Nordestão, diante do Bahia, e do Cearense, diante do Fortaleza, nem nos duelos que valiam a classificação na Sul-Americana e Copa do Brasil, contra Jorge Wilstermann e Tricolor do Pici.
O mesmo recorte referente ao início de 2020 mostra Vina com 12 participações diretas em gols, deixando o Ceará com a mão na taça da Lampions League e a vantagem contra o Vitória-BA na Copa do Brasil. O meia foi titular em 16 embates, marcando cinco gols e dando sete assistências.
Entre as atuações decisivas no torneio regional, o meia balançou as redes no 2 a 1 aplicado em cima do CBR-AL, que valeu a classificação para o mata-mata, carimbou o avanço do Vovô ao marcar de pênalti na vitória por 1 a 0 contra o Rubro-Negro Baiano, nas quartas de final, e deu assistência para Klaus no triunfo por 1 a 0 sobre o Fortaleza, na semifinal. Ele foi o artilheiro e eleito o melhor atleta da competição.
2021
2020
Um gol na vitória por 2 a 1 contra o CRB - valeu a classificação para o mata-mata da Copa do Nordeste
Gol no 1 a 0 sobre o Vitória - carimbou a vaga para a semifinal do Nordestão
Assistência para gol de Klaus no 1 a 0 sobre o Fortaleza - garantiu a vaga para a final da Lampions League
Assistência para gol de Rafael Sobis no 1 a 0 diante do Vitória - deu a vantagem para o Ceará no jogo da volta na Copa do Brasil