Com os jogadores e comissão técnica do Fortaleza curtindo folga nesta segunda-feira, a direção do clube resolveu abrir as portas do Centro de Excelência Alcides Santos para a imprensa, para uma visita guiada. O POVO esteve presente e conferiu de perto como está a sede do Tricolor, que passa por obras desde 2017.
Apesar de ainda possuir lances de arquibancada, fica claro que o local deixou de ser um estádio, sendo agora voltado a preparação e treinos. Mais espaço de campo, complexo lateral com integração com academia, área de recuperação física, fisiologia, fisioterapia e departamento médico, interligado com um vestiário espaçoso e personalizado, além do hotel para concentrações que, inclusive, serve de casa para o técnico Juan Pablo Vojvoda.
Toda essa estruturação, que foi iniciada à pedido do então técnico Rogério Ceni, tem um investimento estimado até o momento de R$ 4,5 milhões, segundo o diretor de patrimônio do clube, Rodrigo Monteiro, que está no cargo desde que Marcelo Paz foi reeleito — Paz concluiu o mandato do ex-presidente Luís Eduardo Girão, até outubro de 2018 —, substituindo o hoje segundo vice-presidente Rolim Machado.
“A gente hoje tem em torno de 70% do Centro de Excelência concluído, pelo menos da parte de futebol, mas falta ainda uma parte da pavimentação, falta fazer a obra do hotel (Otoni Diniz), que é o nosso grande foco para esse final de gestão e início da próxima”, afirmou Rodrigo.
A obra do hotel citada pelo diretor de patrimônio é a construção de mais 11 suítes — hoje são 10 —, o que fará com que cada uma seja usada por duas pessoas. Hoje cada quarto recebe três atletas. Uma reforma recente feita na suíte em que o técnico Juan Pablo Vojvoda mora sozinho servirá de padrão para os quartos que serão construídos e a reforma dos demais.
Além disso, a parte dedicada ao futebol ainda terá construção da nova sala de imprensa, consultório odontológico e algumas outras salas que serão usadas pelo departamento de futebol. Só depois disso é que o prédio que abriga a parte administrativa do Fortaleza deverá passar por reformas, incluindo a parte superior de cadeiras cativas.
Do investimento citado anteriormente, pelo menos R$ 1 milhão ficou no gramado, entregue no fim do primeiro semestre de 2019. Não só no principal, que teve a grama toda retirada, passou por estudo topográfico, sofreu nova drenagem, ganhou sistema de irrigação automática e recebeu plantio do novo tapete; mas também no espaço retangular para treinamento físico e até no de trabalho de goleiros, feito onde ficava o antigo “tobogã” da arquibancada.
O espaço de campo vai aumentar, já que o local onde seria a academia será demolido. Por trás dele, existe um campo de dimensões menores que já tinha sido feito no início das obras.
A academia passou para a lateral do campo principal, no local onde ficava a arquibancada central, abaixo das cabines de transmissão. A mudança, mesmo com um espaço anterior construído, foi feita para integrar departamentos.
Com equipamentos modernos e amplo espaço — comporta toda a delegação de uma vez só — a academia abriga a sala de fisiologia, espaços para fisioterapia e a sala para o departamento médico. Uma porta de vidro dá acesso à área de recuperação, entregue recentemente, com piscina aquecida, duas banheiras de hidromassagem e quatro tanques para crioterapia. De lá, um caminho leva diretamente aos vestiários, sem precisar que os jogadores voltem pela academia, molhando o piso, ou passem por fora do complexo, que custou cerca de R$ 2 milhões.
Da parte de treinos até o hotel é necessário passar pelo mural com o desenho de jogadores históricos e momentos marcantes dos mais de 100 anos do Fortaleza. No fim do muro, um espaço reservado para registro de feitos futuros. Rogério Ceni, que incentivou a transformação da sede em um centro de excelência, está imortalizado nas paredes. É possível que Vojvoda também seja, na pintura vindoura.
Próximo ao hotel Otoni Diniz ficam o novo refeitório, as novas salas do treinador e o Centro de Inteligência do Fortaleza (Cifec), que são interligadas; auditório, além de salas mais antigas que servem para outros profissionais do departamento de futebol. No fim de todo esse espaço está o centro ecumênico, que é aberto à comunidade que mora ao lado da sede do clube em alguns horários específicos.
O custeio de todas essas obras vem da arrecadação líquida do projeto Leão 100, que faz movimentos e tem loja específica, além de parte dos recursos de sócios-torcedores. Com a pandemia e a queda nas receitas, a diretoria não conseguiu acelerar as obras restantes.
O clube vem, inclusive, realizando visitas ao Centro de Excelência Alcides Santos para sócios-torcedores sorteados, até mesmo como uma forma de prestação de contas para eles para além da bola rolando.
A ideia da diretoria, porém, é transformar a sede do Fortaleza Esporte Clube em um ponto turístico, assim como acontece em outras capitais do mundo, a exemplo de Buenos Aires, em que visitas às sedes de Boca Juniors e River Plate são constantes, por estrangeiros.
Os sócios-torcedores que têm visitado o Pici estão tendo a chance de tirar uma foto com as taças da Série B de 2018 e Copa do Nordeste de 2019, numa máquina que imprime a imagem instantaneamente e o souvenir é levado por cada um. Outros troféus ainda não estão à disposição. Eles estão passando por um processo de recuperação e uma sala específica para todos está sendo montada.