No final de julho, quando concedeu entrevista exclusiva ao O POVO, o técnico do Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda, à época com quatro vitórias consecutivas na Série A do Brasileiro e às vésperas de emendar o quinto triunfo consecutivo, incluindo um jogo pela Copa do Brasil — maior sequência de vitórias do time com ele — já pedia a compreensão da torcida para oscilações.
"Quando houver momentos difíceis, nós vamos necessitar do apoio dos torcedores", disse Vojvoda. Pouco mais de um mês depois, o Tricolor chega ao seu pior momento sob o comando do treinador argentino, emendando, pela primeira vez na temporada 2021, cinco jogos consecutivos sem vitória. É verdade que o hiato não causou grandes problemas ao Leão até o momento, já que o time permanece como 3º colocado da Série A e está bem vivo nas quartas de final da Copa do Brasil, mas algumas situações que culminaram a ele geram preocupação para o futuro.
A principal delas talvez seja a quantidade de gols que o Fortaleza vem sofrendo. Na sequência sem vitórias são oito tentos contra. A metade foi sofrida em jogos no qual o trio de zaga não era o considerado titular, mais especificamente sem a presença de Benevenuto. Contra o São Paulo, na ida das quartas de final da Copa do Brasil, Vojvoda optou por Jussa como substituto — deixando Titi como central — e o volante não se mostrou completamente adaptado. Contra o Cuiabá, o escolhido foi Jackson e o Dourado teve pelo menos duas boas chances pelo meio, onde o defensor atuava, mas como não saíram gols, ele se manteve para a partida contra o Bahia, onde falhou na marcação de pelo menos dois dos quatro gols do Esquadrão.
Com a quantidade de gols sofridos, o Fortaleza despencou no quesito defesa menos vazada da Série A e hoje está atrás de nove equipes. Podia ser pior, não fossem algumas boas intervenções do goleiro Marcelo Boeck, que, no entanto, ajudou nessa conta, ao falhar em dois lances de gol na partida contra o Bahia. Só nos últimos quatro jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro, segundo o Footstats, o camisa 1 fez quatro defesas difíceis. Se somar o jogo contra o São Paulo, pela Copa do Brasil, pula para sete.
Os adversários tem dificultado mais a vida do goleiro do Leão devido aos espaços cedidos, frutos de uma marcação mais frouxa. O lado direito tem sido o preferido dos times que enfrentaram o Tricolor recentemente, para atacá-lo, como mostram os mapas de movimentação dos jogos. Por lá atuam Pikachu, que volta menos e Tinga, que se transformou em um zagueiro.
A quantidade de gols marcados pelo Tricolor ainda é satisfatória. Foram seis na sequência de cinco jogos, mas as chances desperdiçadas são altas.
A oscilação é natural, mas se apresenta um um momento delicado, já que o returno costuma ser mais complicado.