Anunciado como novo treinador do Ferroviário, Anderson Batatais foi oficialmente apresentado ontem, em entrevista coletiva realizada na Vila Olímpica Elzir Cabral, na Barra do Ceará. O comandante chega ao Tubarão com a missão de classificar a equipe para a segunda fase da Série C do Campeonato Brasileiro.
O treinador assume o Ferrão pela segunda vez na carreira. A primeira foi no início de 2020, pelo Campeonato Cearense. Na última vez que comandou o Coral, Batatais deixou o comando da equipe cearense para ser auxiliar de Vagner Mancini no Atlético-GO, técnico que ele seguiu também no Corinthians-SP e no América-MG.
"Eu acho que a vida é feita de desafios. Eu preciso estar sempre me movimentando para me manter aceso a esses desafios. Eu recebi o telefonema por volta da meia-noite do sábado, pensei até domingo de noite, junto da minha esposa. Nós entendemos que agora é o momento de tentar ter o mesmo êxito como treinador, assim como tive sendo auxiliar."
Além de considerar uma oportunidade para se firmar no cargo de treinador, Anderson Batatais também aponta um conjunto de fatores que o convenceram a assumir o Tubarão.
"É um conjunto de coisas. Você conhece a direção, os atletas, a torcida. É este conjunto que pesa a favor. Quando eu saí daqui, não foi por causa do lado financeiro, se fosse eu não teria voltado agora. O Ferroviário hoje não tem condições de pagar a metade do que eu ganhava (no América-MG). Isso, para mim, é projeto."
Com três rodadas restantes para o fim da primeira fase da Terceirona, o novo comandante coral chega com a missão de classificar a equipe para a fase seguinte. Atualmente na sexta colocação, com 20 pontos, dois a menos que o Volta Redonda-RJ (4º), o Ferrão terá pela frente dois confrontos diretos, contra Paysandu-PA (2º) e Manaus-AM (1º), ambos com 24 pontos. O encerramento do Grupo A será diante do Floresta (8º). O Tubarão, no entanto, precisa superar momento conturbado na competição: são sete jogos sem vitória, sendo seis empates e uma derrota.
"Temos que viver dia a dia. Precisamos viver o Paysandu com intensidade, trabalhar em cima deste jogo. Se a competição terminasse hoje, estaríamos fora. Precisamos vencer os adversários. Hoje o adversário é o Paysandu. Sei que temos três jogos, mas precisamos planejar o Paysandu. Se não vencermos, fica quase impossível uma classificação. O futebol não dá tempo de planejar muito à frente, se não você cai em um buraco."
A sequência sem vitórias na Série C está ligada a um problema que Francisco Diá, ex-treinador do clube, não conseguiu solucionar. O sistema ofensivo do Ferroviário é o pior entre os 20 times da divisão, com apenas oito gols marcados em 15 rodadas disputadas. Edson Cariús, ídolo coral, foi contratado para elevar o nível do setor, mas ainda não marcou desde o seu retorno.
"O Cariús é a 'foto' do que está acontecendo. Ele não está bem, assim como o grupo. Por não estar vivendo um bom momento, é por isso que estou aqui. Temos que entender o que está passando na cabeça dele, porque também tem o lado de ser ídolo, de querer dar uma resposta. É preciso entender que só se pode jogar em uma posição, não adianta colocar as 10 camisas e correr, que não vai dar certo. Em uma fase final de classificatória, temos que tentar direcionar todo mundo. Temos que ser equilibrados para ajudar aqueles que podem decidir para nós."