O Ceará tem muitos motivos para fazer de tudo para vencer a Chapecoense-SC amanhã no Castelão. A começar pela possibilidade de findar a sequência de seis jogos sem vitória, que aproximou o time da zona de rebaixamento da Série A e fez a diferença de pontos para o clube que abre o Z-4, o Juventude-RS, cair para apenas dois.
Tem também o fato de o time ainda não ter vencido sob o comando de Tiago Nunes, mesmo o Vovô tendo enfrentado duas equipes que estavam abaixo dele na classificação — uma delas na zona de degola —, e não ter conseguido sequer marcar um gol. Essa história não pode se repetir contra o lanterna da Série A, com o time jogando em casa, sob o risco de uma crise se instalar de vez em Porangabuçu.
Mais uma vez, o comandante alvinegro teve uma semana toda para treinar e corrigir erros. Da primeira para a segunda partida foi possível notar mudanças na dinâmica de jogo do Vovô, mas a objetividade no ataque ainda ficou aquém do esperado. Nunes também já tinha feito modificações na formação inicial, privilegiando um time mais veloz e tirando o espaço de alguns medalhões.
Para o jogo de amanhã, pelo menos uma mudança será feita. Sem Messias, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o zagueiro Gabriel Lacerda fará dupla com Luiz Otávio pela primeira vez nesta Série A desde o começo do jogo. Há uma expectativa também por estreias, mas dificilmente elas vão acontecer “de saída”. O atacante Gabriel Santos, que já treina há duas semanas, tende a ser relacionado.
Quanto ao lateral-direito Igor, que já treina no clube, mas ainda não foi anunciado porque aguarda regularização — hoje é o último dia para os clubes da Série A registrarem reforços — pode ir até no banco se ganhar condições de jogo, uma vez que vinha trabalhando regularmente no Coritiba-PR e não deve ter nenhum problema físico.
Escalação à parte, o que o Ceará precisa mudar mesmo contra a Chapecoense é a postura ofensiva. Diante da pior defesa da Série A, o Alvinegro precisa demonstrar sede e pontaria. Das 13 derrotas que o time catarinense possui na competição, em apenas duas não sofreu dois gols ou mais.
As escolhas do time de Chapecó também podem favorecer ao Vovô. O técnico Pintado vem treinando a equipe para jogar em um 4-2-4, o que pode significar que a Chapecoense deve apostar no mal momento do Alvinegro para tentar a segunda vitória no Campeonato Brasileiro — a primeira só veio na rodada retrasada, fora de casa, contra o RB Bragantino-SP.
O meio de campo do Ceará é forte e bem preenchido. Se conseguir controlar o espaço, pode anular a Chape ofensivamente e pressionar no campo de ataque. É necessário ter cuidado, no entanto, com as bolas paradas e o jogo aéreo do Índio Condá, responsáveis por 35% dos 17 gols marcados.