Restando poucos dias para a reapresentação dos elencos, Ceará e Fortaleza ainda não concretizaram a contratação do aguardado camisa 9 para a temporada de 2022. A dupla cearense tem enfrentado dificuldades no mercado da bola e volta à estaca zero após recentes negociações frustradas para ambos os lados. Desvalorização do real, forte concorrência de clubes do exterior e salários inflacionados de atletas nacionais são alguns dos empecilhos enfrentados por Vovô e Leão.
Nos últimos dias, o nome do atacante Pablo, do São Paulo, ganhou força em Porangabuçu. O interesse foi confirmado publicamente pelo presidente Robinson de Castro e todas as condições já haviam sido definidas com o clube paulista: empréstimo até o fim de 2022 com os salários pagos de forma integral pelo Vovô. O atleta, no entanto, não sinalizou positivamente para o acerto e o negócio foi encerrado.
Situação semelhante aconteceu no Pici. De olho no mercado sul-americano, o atacante argentino Juan Martín Lucero, do Vélez Sarsfield-ARG, tornou-se um dos principais alvos da cúpula tricolor para o setor ofensivo. O Leão chegou a avançar na negociação com o estafe do jogador, mas a concorrência do Colo Colo-CHI dificultou o andamento das tratativas e a equipe chilena levou a melhor na disputa.
Além de Pablo e Lucero, Vovô e Leão também fizeram propostas pelo atacante Gilberto, ex-Bahia. No Esquadrão, o centroavante de 33 anos fez uma temporada de destaque. Em 56 jogos, marcou 26 gols — 15 deles pelo Brasileirão, onde terminou como vice-artilheiro — e deu seis assistências. Apesar do esforço financeiro dos clubes cearenses, o jogador optou por priorizar o mercado exterior, cujo pagamento é em dólar, e deve ser anunciado em breve pelo Al-Nasr, dos Emirados Árabes.
A expectativa por parte das torcidas é alta, muito em virtude das desconfianças deixadas pelos centroavantes de 2021. No ano passado, o Alvinegro iniciou a temporada com Cléber e Jael, que tiveram atuações irregulares e entregaram poucos gols no decorrer do ano. Na Série A, Jael marcou duas vezes, enquanto Cléber balançou as redes em três oportunidades, números que são inferiores ao do zagueiro Gabriel Lacerda, por exemplo, com quatro tentos na competição.
O Tricolor do Pici teve a chegada de Robson e a permanência de Wellington Paulista como os principais nomes do setor. Apesar da dupla ter figurado entre os maiores artilheiros da equipe na temporada — Robson com 15 gols e Wellington Paulista com 12 —, não é unanimidade entre os torcedores. A participação do clube vermelho-azul-e-branco na Copa Libertadores também é outro indicativo da necessidade de elevar o nível técnico da posição.
Com a escassez de opções no mercado nacional, Ceará e Fortaleza devem priorizar jogadores que tenham tido destaque no futebol sul-americano. A contratação de um camisa 9 é prioridade para ambos os clubes e, por isso, não devem poupar esforços financeiros para a chegada de um centroavante que passe confiança e resolva os problemas ofensivos dentro de campo.
Números dos centroavantes de Ceará e Fortaleza em 2021:
Ceará:
Fortaleza: