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Paz fala sobre desejo de renovação com Vojvoda e possibilidade de SAF no Fortaleza
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Paz fala sobre desejo de renovação com Vojvoda e possibilidade de SAF no Fortaleza

Em entrevista coletiva concedida ontem, o presidente do Tricolor também explicou a decisão de ceder 15 mil lugares para a torcida do Flamengo
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Mandatário tricolor se posicionou sobre vários temas (Foto: Mateus Lotif / Fortaleza EC)
Foto: Mateus Lotif / Fortaleza EC Mandatário tricolor se posicionou sobre vários temas

O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, concedeu entrevista coletiva na tarde de ontem e esclareceu alguns temas importantes. Entre os assuntos abordados, o mandatário tricolor comentou sobre o desejo de renovação com o técnico Vojvoda para a próxima temporada e falou a respeito da possibilidade do clube se tornar SAF (Sociedade Anônima do Futebol).

Com mais de 500 dias à frente do comando do Fortaleza, o ótimo trabalho de Vojvoda, marcado por títulos regionais e estaduais, além de campanhas históricas na Série A, Copa do Brasil e Libertadores, despertou o interesse de outros clubes brasileiros. Apesar das especulações, Paz enfatizou que não tem conhecimento de uma negociação entre o argentino e outro clube.

No Leão, Vojvoda possui contrato até o fim de 2022 e o interesse do clube é de que a renovação aconteça. Embora as negociações sobre a extensão do vínculo ainda não tenham sido iniciadas, o dirigente afirmou que quer conversar com o treinador para definir o seu futuro no Pici antes do término do Brasileirão.

"Reitero o desejo de permanência, que ele possa seguir com a gente. O próximo ano é um ano de desafios. Seria bom contar com ele. Depende também de ele querer ficar. Sem dúvidas vai ter procura, se já não tiver sido procurado. Para a gente, em nenhum momento, ele trouxe isso. Ele teve proposta do exterior, coisa muito grande, mas não quis pelo compromisso com o Fortaleza. [...] Ele sabe que quero que fique. Acredito que dentro de alguns dias a gente possa iniciar a conversa na possibilidade de permanência ou não", disse Paz.

Prática já conhecida no futebol exterior, a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ganhou força no Brasil e tem sido adotado por alguns times do país. Neste modelo, os clubes deixam de ser uma associação civil sem fins lucrativos para se tornar empresa, o que possibilita a venda de parte ou de todo o capital para um novo proprietário, estratégia adotada, por exemplo, por Cruzeiro (Ronaldo), Vasco (777 Partners) e Botafogo (John Textor). No Nordeste, o Bahia sinaliza positivamente para a mudança.

Sobre a questão do Fortaleza se tornar uma SAF, Paz explicou que no momento não há qualquer movimentação para a transição. O mandatário, entretanto, demonstrou bastante conhecimento sobre o assunto e disse que a diretoria está acompanhando o mercado para entender esse novo cenário.

“O Fortaleza está atento ao movimento, mas não fizemos nenhum caminho de transformação, de virar SAF ou vender ações. Aí entra todo o cuidado jurídico e estatutário em que uma assembleia geral de sócios precisa votar e aprovar. O sócio-torcedor é quem tem o direito de voto na assembleia, com 2/3 votantes, que vai aproveitar ou não uma possível venda de ativos de uma SAF. Tem muito 'se' até chegar. Estamos observando e entendendo como funciona, quais empresas estão no mercado, quais clubes viraram. Mas não demos passe efetivo”, pontuou.

 

Críticas à arbitragem brasileira

Outro assunto abordado por Paz foi em relação aos árbitros brasileiros, alvos de constantes reclamações e polêmicas. Em sua fala, o presidente tricolor relembrou a eliminação para o Fluminense-RJ na Copa do Brasil, a qual disse ter acontecido devido a erros de arbitragem, e afirmou que a melhor solução é a profissionalização dos juízes para que possam se dedicar exclusivamente à atividade de apitar.

“Eu acho que o caminho, sem dúvida alguma, é a profissionalização. Que esses caras tenham dedicação exclusiva à arbitragem. Estamos falando aqui de milhões. O prejuízo que tivemos na Copa do Brasil eu estimo em R$ 10 milhões. É dinheiro demais. Dez milhões de reais aqui no Pici faríamos tanta coisa, obras, melhoraria o clube. Por erro de arbitragem na minha avaliação e de muita gente, fomos eliminados de uma competição (Copa do Brasil)“, desabafou.

"Quem decide isso (árbitro) não pode se dedicar a duas atividades. Tem que ser profissionalizado, dedicação exclusiva. E tem que remunerar bem, justamente para ter dedicação exclusiva, porque eles decidem coisas muito grandes. Eu quero crer que os erros são por falha mesmo, por falta de preparo, algum nível de incompetência e não por outra coisa, porque se eu achar que há algo além, aí para o futebol, não dá nem para competir caso haja um direcionamento. Então vou dar o benefício da dúvida de que realmente é um despreparo. Que se tenha melhor preparo e remuneração para que esses erros diminuam. A gente vê rodada após rodada situações, critérios que são diferentes”, concluiu.

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Torcida do Flamengo no jogo Ceará x Flamengo, na Arena Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A
Torcida do Flamengo no jogo Ceará x Flamengo, na Arena Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A

Fortaleza explica espaço maior para visitantes no jogo contra o Flamengo

Em coletiva concedida ontem, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, justificou o fato da diretoria ter cedido cerca de 15 mil lugares do Castelão à torcida visitante para o jogo entre Fortaleza e Flamengo-RJ, que vai acontecer no dia 28 de setembro.

Pelo regulamento, o time visitante tem direito a reservar até 10% da carga máxima de ingressos da partida. A quantidade disponibilizada pelo Tricolor gira em torno de 25%, mas o dirigente explicou que isso se dá pelo setor escolhido (norte) e pela utilização inteligente do espaço.

"Se a torcida do Flamengo fica só na parte de cima, não pode ter ninguém embaixo e aí a gente deixa de vender 5 mil ingressos. Se a torcida do Flamengo fica embaixo, na parte de cima não pode ter ninguém, aí a gente deixa de vender aproximadamente 10 mil ingressos. Como sabemos que torcida flamenguista tem presença, vem para o estádio e paga um bom valor de ingresso, é mais inteligente utilizar os dois espaços”, esclareceu Paz, afirmando que o uso do setor norte para o time visitante é um pedido da Polícia — antes o clube alocava os visitantes no setor especial.

A questão financeira citada pelo presidente do Tricolor é um fato. O preço dos bilhetes para torcedores do Flamengo ficou em R$ 150 (com meia a R$ 75) e mais de 13 mil já foram vendidos. Com isso, o Leão já arrecadou mais de R$ 1 milhão por antecipação.

Paz trouxe ainda a média de ocupação da torcida do Fortaleza no Castelão para justificar que a cessão de um espaço maior para o Rubro-Negro não vai prejudicar a torcida tricolor. “Considerando 15 mil (ingressos) para a torcida do Flamengo, vamos ficar com mais de 45 mil lugares para a torcida do Fortaleza. Não vai faltar lugar para o nosso torcedor. A média de torcedores do Fortaleza na Série A é de 29.900”, justificou.

Para reforçar ainda mais a argumentação para a cessão dos cerca de 15 mil lugares para os flamenguistas, o dirigente também mostrou que a ocupação da torcida do Fortaleza no setor norte é baixa, sendo 1.475 pessoas, em média, na superior, e 3.101 pessoas na inferior.

Paz ainda afirmou que o Fortaleza vai sempre tratar bem os torcedores de qualquer clube que venha enfrentar o Tricolor no Castelão. “Acho que isso (tudo) justifica o porquê dessa decisão. Para algumas pessoas parece não ser simpático, mas a gente vai tratar sempre bem os visitantes. Quando vamos jogar fora, a gente quer que nossa torcida seja bem tratada. Não tem lógica nenhuma eu querer que minha torcida seja bem tratada e tratar mal o visitante”, concluiu.

Dos mais de 63 mil lugares do Castelão, apenas 61.676 vão estar disponíveis para ocupação, já que 2.228 cadeiras são utilizadas como espaço de isolamento entre as torcidas.

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