Logo O POVO+
Exclusivo: vice-presidente explica ideias do Fortaleza para se tornar SAF
Esportes

Exclusivo: vice-presidente explica ideias do Fortaleza para se tornar SAF

Em conversa exclusiva com O POVO, Geraldo Luciano falou de valores que podem ser arrecadados, prazos e demais situações que envolvem uma possível adesão à Sociedade Anônima do Futebol
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Tricolor deve virar SAF nos próximos meses (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Tricolor deve virar SAF nos próximos meses

O Fortaleza informou no relatório administrativo e de gestão econômica de 2022, divulgado na quarta-feira, 17, que estuda um modelo de SAF para utilizar como mais uma fonte de receitas. A "preparação do terreno” para que o Tricolor possa aderir à Sociedade Anônima de Futebol está sendo feita pelo 1º vice-presidente do clube, Geraldo Luciano, que conversou de maneira exclusiva com O POVO sobre o assunto.

A ideia da diretoria em aderir ao modelo se baseia em três objetivos a curto prazo: reforço de caixa para que o clube continue tendo elenco de qualidade e possa fazer boas participações no campeonatos que disputa, sobretudo na Série A; melhora da governança e aproximação do clube do mercado de capitais.

“Importante dizer que SAF é apenas um meio para que se possam realizar algumas operações, algumas melhorias na gestão. Ser SAF não quer dizer a certeza de sucesso ou insucesso [...] o que garante o sucesso de um clube é uma boa gestão, a SAF é um meio que pode ajudar”, comentou Geraldo Luciano.

O modelo que o Fortaleza pensa em adotar é o de venda minoritário, no qual uma pequena porcentagem é vendida, mas o controle do clube não passa para as mãos do investidor, segue com a diretoria executiva. O percentual que se pretende vender fica entre 10% e 15%. O valor inicial a ser arrecadado com isso, na análise do vice-presidente, deve girar em torno dos R$ 50 milhões.

“A gente acha que um número adequado para o momento seria algo em torno de R$ 40 mi a R$ 50 milhões. E aí a gente tem um objetivo de como usar isso. Tem que ser usado como garantia na qualidade do elenco profissional, para melhoria de base, para infraestrutura e para melhorar a governança do clube”, disse.

Antes mesmo do Tricolor criar a SAF, já existem investidores interessados, que procuraram o clube, até mesmo de fora do Brasil. Geraldo Luciano, porém, avisa: “Este modelo que a gente quer, de venda de participação minoritária, não é fácil de ser operacionalizado. Porque todo mundo quer comprar os clubes. As operações que saíram até agora, todas foram venda de controle e isso jamais passou pela nossa cabeça. Nossa torcida deve continuar sendo a dona do clube. A gente entende que vender uma pequena participação agora para fazer esses investimentos que já citamos é importante”, explicou o dirigente.

Apesar de ter sido colocado no relatório administrativo como perspectiva para 2023, o primeiro vice-presidente do Leão diz que não há pressa. “Não temos um prazo definido, estamos trabalhando na estrutura, em contratos, que deem a maior segurança jurídica possível para o clube e oferecer ao associado do Fortaleza uma opção para ele decidir. Essa decisão será sempre do associado do clube, mas quem está à frente da Instituição precisa apresentar alternativas dentro do que existe no futebol”, afirmou.

O estágio do processo está em fase de produção de documentos e estudos de garantias jurídicas para que o Conselho Deliberativo possa aprovar ou não a abertura da SAF. Se aprovada, cria-se uma empresa e todos os bens, direitos e obrigações do Fortaleza são transferidos da associação para a SAF. As principais características do time (nome, cor, bandeira, símbolo, sede, mascote) são preservadas por uma cláusula chamada “golden share”, independentemente da quantidade de participação comprada por qualquer investidor.

Os sócios-torcedores também serão consultados quanto às vendas. O dirigente explicou que “algumas decisões que cabem ao Conselho e algumas que cabem à assembleia (associados)”. O clube promete apresentar, em reuniões, toda a explicação necessária àqueles que o estatuto dá poderes de escolha em tempo correto.

“Pedimos que, neste momento, não considerem que é bom ou ruim. Aguardem que o clube vai fazer todos os esclarecimentos e tirar todas as dúvidas”, garantiu Luciano.

Quanto ao retorno dos investidores, o vice-presidente do Tricolor explica que a ação comprada deverá se valorizar como em qualquer empresa comum. “Vamos imaginar que o Fortaleza tenha hoje um valor de R$ 500 milhões. Se continuar fazendo boas campanhas, crescendo, melhorando o ranking [...] o valor desse clube vai aumentando. Daqui a dois ou três anos, (o clube) estará valendo R$ 1,5 bilhão. Óbvio que a participação dele vai valorizar bastante. Vai estar ligado ao crescimento do clube como um todo”, esclareceu.

A possibilidade da construção de um estádio próprio, com a entrada de um parceiro, não é objetivo para um primeiro momento. “Se estamos falando em uma venda de uma participação pequena, 10% ou 15%, estamos falando de valores em R$ 40 ou R$ 50 milhões, não podemos enganar nosso torcedor e dizer que esse dinheiro é para construir estádio. Uma arena de 30 mil ou 40 mil lugares vai custar algo em torno de R$ 300 a R$ 400 milhões. É importante que a gente esclareça isso”, disse.

Geraldo Luciano defende que as equipes que não aderirem ao mecanismo da SAF não vão conseguir competir, em algum tempo, com as que criaram e fizeram negócio. Ele acredita que no futuro, clubes de futebol vão abrir capital em bolsas, e emitir títulos que poderão ser comprados por torcedores comuns.

Ouça a entrevista completa com Geraldo Luciano:

 

Atacante Thiago Galhardo em treino do Fortaleza no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici
Atacante Thiago Galhardo em treino do Fortaleza no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici

Thiago Galhardo retorna a Fortaleza e não enfrenta o América-MG

O atacante Thiago Galhardo retornou a Fortaleza antes da delegação tricolor. Por conta de uma pubalgia, o camisa 91 do Leão desfalcou o time contra o Grêmio e diante do Palmeiras e o departamento médico concluiu que ele não terá condições de jogar amanhã, contra o América-MG, às 18h30min, em Belo Horizonte, pela Série A.

A decisão, portanto, foi antecipar a volta do atleta ao Pici, para que ele pudesse acelerar o tratamento e estar à disposição da comissão técnica o mais rápido possível. Ele embarcou para Fortaleza na última quarta-feira, 17, antes mesmo do jogo de ida pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Na coletiva após a derrota para o Palmeiras, o técnico Juan Pablo Vojvoda falou sobre o jogador: “Galhardo teve que regressar para continuar sua recuperação, acho difícil que possa jogar contra o América Mineiro. Já está fora”, disse o técnico.

O comandante do Leão também comentou sobre o lateral-esquerdo Bruno Pacheco, que apareceu no boletim médico do clube com um trauma no pé esquerdo. Ele é tratado como dúvida para o jogo contra o Coelho.

“Quanto ao Pacheco, vamos aguardar a evolução dele. Temos que recuperá-lo em dois dias e depois fazer uma avaliação dos jogadores que jogaram hoje. São oito dias fora de casa”, disse Vojvoda.

O que você achou desse conteúdo?