Com Ednaldo Rodrigues afastado da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pela Justiça, uma nova eleição irá ocorrer no próximo domingo, 25, conforme convocado pelo interventor, Fernando Sarney.
Entre os nomes cogitados para o cargo, dois despontam como favoritos, dividindo clubes e federações: os presidentes das federações de São Paulo, Reinaldo Carneiro Bastos, e de Roraima, Samir Xaud. O dirigente paulista lançou seu nome para concorrer ao pleito da entidade máxima do futebol nacional ontem, e conta com apoio de Ceará, Fortaleza e a maioria das agremiações das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Já o roraimense tem o apoio de 19 federações, incluindo a Cearense (FCF).
Em nota publicada pela Liga Forte Brasil, 32 clubes ressaltam a necessidade de um novo comandante mediante a uma falta de "liderança, decisão, transparência e respeito". A nota pontua que os clubes precisam voltar ao protagonismo dos jogos e que "não há mudança sem ação".
"Nesse momento, os clubes brasileiros, já unidos na missão da criação da sua Liga, reúnem-se em torno do apoio público à eleição de Reinaldo Carneiro Bastos à presidente da CBF para o próximo ciclo. O futuro do futebol brasileiro é inegociável para nós. E estaremos todos juntos, no mesmo campo, apoiando e exigindo um processo transparente, digno e responsável", escreve a nota.
Ela é assinada também por Atlético-MG, Bahia, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Internacional, Juventude, Mirassol, Bragantino, Santos, São Paulo, Sport, Vitória, Amazonas, América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, Coritiba, CRB, Criciúma, Cuiabá, Ferroviária, Goiás, Novorizontino, Operário-PR e Vila Nova.
Samir Xaud, presidente eleito da federação de Roraima, deve concorrer ao cargo para representar um grupo composto por 19 federações. Um manifesto assinado por elas nessa quinta-feira solicitou a "estabilidade, renovação e descentralização do futebol brasileiro".
O documento tem a aprovação das federações de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Ceará, Sergipe, Rondônia, Paraná, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Ao todo, têm direito a voto os 40 clubes das Séries A e B e as 27 federações estaduais. CEO da SAF do Fortaleza e presidente da LFU, Marcelo Paz criticou os moldes da votação, marcada rapidamente e em dia de disputa do Brasileirão.
"Em um processo dentro do futebol brasileiro, os clubes tem que participar e ser ouvidos. Mais uma vez, não fomos ouvidos. Se lançou uma nota com algumas federações sem consultar os clubes, se marcou uma eleição com extrema velocidade num dia de rodada de Campeonato Brasileiro. Talvez seja para os presidentes de clubes não votarem. Tudo isso é lamentável", criticou, durante o II Simpósio de Direito Desportivo, realizado no Rio de Janeiro (RJ).
Nessa segunda-feira, Ednaldo anunciou o italiano Carlo Ancelotti como novo técnico da seleção, movimento considerado nos bastidores como uma vitória política do presidente deposto. Três dias depois, ele foi destituído pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Entre as investigações no comitê de ética da CBF estão denúncias de assédio dentro da entidade, gestão temerária e a própria suspeita de fraude no acordo homologado pela Justiça do RJ. Além disso, o presidente afastado perdeu apoio das federações, 52 dias após a reeleição por aclamação. (Com agências)