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Decepção e esperança

Ferroviário bate na trave no campo, mas vê SAF como futuro do clube. Floresta e Maracanã fazem ano de consolidação
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Lance do jogo América-RN x Ferroviário, na Arena das Dunas, pelo Campeonato Brasileiro Série D 2025 (Foto: Gabriel Leite/América FC)
Foto: Gabriel Leite/América FC Lance do jogo América-RN x Ferroviário, na Arena das Dunas, pelo Campeonato Brasileiro Série D 2025

O Ferroviário passou por um ano histórico fora das quatro linhas e decepcionante dentro delas. O 2025 coral foi marcado por novidades, atritos e encerramento de ciclo, sendo os principais a saída do ídolo Ciel e a venda da SAF do clube.

De volta à Série D, o time da Barra do Ceará montou um elenco modesto e utilizou a base campeã da Taça Fares Lopes para iniciar a temporada. Para comandar a equipe, foi contratado o português Tiago Zorro, que teve um início promissor, principalmente na Copa do Nordeste.

O lusitano conseguiu classificar o time cearense para a fase de grupos do torneio regional e avançou à fase de mata-mata superando o CRB, time com mais orçamento, e à frente do Fortaleza na tabela.

No Estadual, o Ferrão fez uma campanha regular e terminou na quarta colocação, perdendo a disputa de terceiro lugar para o Maracanã. A equipe de Maracanaú também seria uma pedra no sapato coral na Copa do Brasil, na qual eliminou a agremiação do Elzir Cabral na primeira fase, nos pênaltis.

Na Série D, principal competição do ano, o desempenho do time também não foi satisfatório. Sob a batuta de Zorro, o grupo não venceu nenhum jogo fora de casa no certame nacional e, após uma derrota por 2 a 0 para o Horizonte, o português acabou demitido.

Em seu lugar chegou o experiente Marcelo Villar, que teve êxito em passar de fase na quarta divisão, mas foi eliminado no primeiro mata-mata do torneio. Contra o Asa-AL, o Ferroviário perdeu os jogos de ida e volta por 1 a 0 e 2 a 0, respectivamente, e deu adeus ao sonho do acesso. Após a eliminação, o atacante Ciel teve seu contrato encerrado e rumou para o CSA-AL.

Planejada desde o segundo semestre de 2024, a aprovação da criação da SAF e venda de 90% de suas ações para o grupo Makes, dirigido por Pedro Roxo, aconteceu ainda em janeiro, mas, foi concluída somente em novembro.

Os responsáveis pela compra do time já atuavam internamente no clube, inclusive em tomadas de decisões relacionadas ao futebol profissional. Com o acordo concluído, a empresa passou a gerir todo o futebol oficialmente.

Em paralelo ao processo de aprovação e venda das ações, aconteceram as eleições presidenciais da agremiação, a primeira com dois candidatos em 92 anos de Ferroviário. Anteriormente, as disputas eram decididas internamente e o candidato era acatado pelas alas do clube.

Com a divisão ocasionada pela venda da SAF, as chapas "Futuro, Orgulho e Tradição", liderada pelo ex-presidente Newton Filho, e "Amor e Lealdade", de Rodger Raniery, foram ao pleito.

O grupo de Newton utilizava como sustentação politica supostos vícios jurídicos no contrato de venda da SAF, enquanto a ala de Rodger se mostrava mais neutra em relação ao assunto e possuía um discurso de modernização do Ferrão.

As eleições chegaram a ser judicializadas, com perigo de adiamento em pedido feito peça chapa Futuro, Orgulho e Tradição, que alegava favorecimento aos adversários. Por falta de sustentação de provas, o processo foi encerrado e o pleito ocorreu normalmente no dia 1º de novembro, com vitória de Rodger Raniery.

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