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Pesquisa aponta que 33% dos brasileiros reduziram frequência com que fazem sexo
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Pesquisa aponta que 33% dos brasileiros reduziram frequência com que fazem sexo

Especialistas indicam mente receptiva e relaxada para sucesso no sexo. E não precisa ter como meta o orgasmo, com dia comemorado em 31 de julho
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Ilustracao Eden (Foto:  Getty Images)
Foto: Getty Images Ilustracao Eden

Instabilidade econômica, preocupação e até falta de vontade são algumas das razões pelas quais 33% dos brasileiros reduziram a frequência que fazem sexo durante a pandemia por Covid-19. A privação chega a afetar o humor dos entrevistados, já que 21% dos que reduziram a frequência das relações afirmaram estar muito mais mal-humorados.

Ao mesmo tempo, há quem esteja passando pela pandemia em ótima companhia, ainda que em parcela bem menor. São 13% da população aproveitando de mais sexo neste período, principalmente por terem parceiros fixos, mais tempo disponível e privacidade em casa. Desses, 20% afirmam estar mais bem-humorados. Os dados são da pesquisa Opiniões Covid-19, elaborada pela Perception, Engaje! Comunicação e Brazil Panels.

"O sexo é um momento de entrega à experiência do prazer erótico. E, para isso, uma mente receptiva para o momento e relaxada é um dos fatores mais importantes. Nesse cenário de medo e isolamento social, com preocupações das mais diversas, a receptividade e abertura para a vivência do prazer podem ser prejudicadas, sobretudo em contextos em que não há privacidade", analisa Jordana Parente, ginecologista com aperfeiçoamento em sexualidade humana.

Para além desse momento de grandes desafios com impacto também na vida sexual, pesquisa da Archives of Sexual Behaviors, publicada em novembro de 2019, apontava ainda que 60% das mulheres em relacionamentos heterrosexuais fingem o orgasmo. Dessas, 55% afirmam que a prática é frequente e por motivos variados, como cansaço, vontade de terminar logo a relação sexual, disfarçar a insegurança ou medo de não chegar a um orgasmo e aumentar a excitação dos parceiros.

Já um estudo do departamento de Transtornos Sexuais Dolorosos Femininos da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que 55% das brasileiras não têm orgasmos durante o sexo.

A razão desse comportamento está bem longe dos estigmas de que mulheres não gostam de sexo. Segundo Jordana, o fato é que tabus e mitos as impediram de se autoconhecer. Dessa forma, elas dificilmente conhecem os próprios gostos e formas de alcançar o prazer sexual.

Ao mesmo tempo, homens também têm uma concepção equivocada do que é o orgasmo e como podem atingi-lo. Como explica a educadora sexual Renata Mota, muitos acreditam que o orgasmo é o mesmo que ejacular, quando na realidade homens podem ter "orgasmos secos". "Para um homem ter múltiplos orgasmos, ele precisa aprender a ter controle de ejaculação. Não necessariamente é um problema, mas a pessoa pode melhorar muito sua performance sexual", comenta.

Por outro lado, apesar de o orgasmo ter um dia só para ele, 31 de julho, o sexo não depende dele para ser prazeroso. "Acreditar que uma relação tem que sempre terminar em orgasmo pode acabar trazendo frustrações e tornar aquela relação menos prazerosa do que deveria ser", alerta Jordana.

Voltando à análise do tempo de confinamento, Renata destaca a importância do diálogo. "Relações que acumulavam faíscas e situações limite podem ter supurado [na pandemia]. Isso impacta diretamente no sexo", afirma. Recuperar a relação sexual saudável depende da resiliência em cuidar do relacionamento. "Se esse casal tem a capacidade de dialogar, que respire e perceba que a pandemia foi o impulso para discutir o que já vinha sendo essa relação", sugere.

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Três perfis cearenses sobre sexualidade

Se Toca, Preta!, por Sâmia Martins

Criado pela jornalista Sâmia Martins em julho de 2020, o canal Se Toca, Preta! fala sobre sexualidade de maneira “aberta, descomplicada e acessível”. “A intenção é contribuir com um debate racializado sobre educação sexual, relacionamentos, prazer e afetividade, em especial, para mulheres pretas”, define o canal.

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Dra. Rayanne Pinheiro

No perfil do Instagram, a ginecologista e sexóloga Rayanne Pinheiro fala sobre sexualidade, saúde e prazer. O conteúdo vai de informações sobre saúde genital a dicas de contos eróticos.

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Se Toca!, por Renata Mota

Renata Mota é educadora sexual e fala sobre educação sexual sem tabu. Além do canal do YouTube, ela também está ativa no Instagram.

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