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O que muda com a nova padronização de tamanhos de roupas femininas no Brasil
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O que muda com a nova padronização de tamanhos de roupas femininas no Brasil

Nova norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) padroniza tamanhos de roupas femininas levando em conta as dimensões do corpo em centímetros. A ideia é valorizar os principais biotipos das brasileiras
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Nova norma da ABNT padroniza tamanhos de roupas femininas levando em conta as dimensões em centímetro (Foto: Reprodução/Pexels)
Foto: Reprodução/Pexels Nova norma da ABNT padroniza tamanhos de roupas femininas levando em conta as dimensões em centímetro

Um dos dilemas femininos na hora de comprar roupas é encontrar diferentes variações de um mesmo tamanho. Uma peça 42 que veste um corpo com medidas medianas, por exemplo, pode ser encontrada com variadas dimensões em lojas distintas por falta de padronização na confecção. No Brasil, a grande maioria das marcas utiliza um padrão próprio para catalogar as medidas das peças.

Essa prática dificulta o consumo de massa e traz insegurança ao público consumidor, segundo Fabíola Mourão, especialista em engenharia têxtil e em modelagem do vestuário. “A moda tem que atender aos consumidores de forma geral, tem que ser inclusiva e acessível a todos os corpos. Precisa-se quebrar o paradigma de que roupa é para um determinado corpo que tenha tamanho ou formato específico”, pontua.

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Por isso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) aprovou, em dezembro do ano passado, uma norma que padroniza os tamanhos e as medidas de roupas femininas como forma de facilitar a confecção das peças e o processo de compra do público consumidor. A norma ABNT NBR 16933 considera dois dos quatro principais biotipos das brasileiras, tornando menor a margem de erro dos tamanhos.

“Após um trabalho de quase dez anos, a ABNT conseguiu aprovar a ABNT NBR 16933. A sugestão do tamanho de cada peça de roupa passa a incluir as dimensões em centímetros e não apenas por letra ou número, assim como é seguido já há muito tempo em outros mercados, como o americano e o europeu”, explica a superintendente do Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário da ABNT, Maria Adelina Pereira.

SISTEMA DE MEDIDAS

A ABNT NBR 16933 apresenta um sistema de indicação de medidas para biotipos "retângulo" e "colher", que representam 80% da população feminina do País, segundo pesquisas realizadas para o estabelecimento da norma. Dessa forma, ela sugere medidas para cada biotipo, levando em conta os perímetros da cabeça e do pescoço, passando pelos ombros, busto, cintura, quadril, costas, coxa, joelho, panturrilha e tornozelo.

A mudança visa facilitar o momento de compra de roupas femininas pelas brasileiras, para que, a longo prazo, as lojas físicas possam utilizar um padrão parecido com o do e-commerce. Em geral, as lojas virtuais costumam dispor de medidas das peças em centímetros para que o público consumidor possa escolher o tamanho que melhor se encaixa com o corpo. É uma forma de todos os biotipos encontrarem roupas que realmente sirvam.

AINDA É OPCIONAL

A adesão da norma por parte das empresas, no entanto, é opcional. “A adoção irá contribuir para a normalização da cadeia têxtil, da indústria até o varejo, razão pela qual o mercado consumidor tem buscado os referenciais de medida de corpo em suas compras”, pontua Maria Adelina Pereira, a superintendente do Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário da ABNT.

Assim, as empresas interessadas poderão ter acesso a um catálogo de medidas recomendado para o corpo das brasileiras. “Ainda há um longo caminho a ser percorrido para que a prova de roupas deixe de ser um momento de provação para as mulheres. Mas o primeiro passo foi dado até para que as consumidoras passem a conhecer melhor suas medidas e tenham a liberdade de escolher a roupa que melhor veste seu corpo. Todos serão beneficiados com isso, inclusive o e-commerce.”

Estudo de biotipos femininos

Os biotipos "retângulo" e "colher", que representam 80% da população feminina do Brasil, foram designados após um levantamento antropométrico conduzido pelo Senai  CETIQT – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil por quase dez anos, entre os anos de 2006 e 2015. Ele foi realizado por meio de softwares específicos de simulação do corpo humano, servindo de embasamento para a ABNT NBR 16933.

“A partir de uma medição abrangente da população brasileira, foram utilizados um body scanner para captar as medidas antropométricas, que percorreu o País atendendo, ao todo, mais de sete mil pessoas. O estudo constatou também os quatro principais biotipos de mulheres brasileiras: ampulheta, retangular, triangular e triângulo invertido”, explica a superintendente Maria Adelina Pereira.

As mais de sete mil pessoas que passaram pelo levantamento possuiam tamanhos que variavam do 34 ao 62. A úlitma norma da ABNT referente à padronização de tamanhos de roupas femininas no País foi aprovada em 1995 e deixou de valer em 2012, por ter as medidas bastante simplificadas.

MEDIÇÃO ATUAL NO BRASIL

A forma atual de definir as dimensões de uma peça no País consiste em uma medição planificada. Maria Adelina Pereira explifica: "Para etiquetar uma calça, era preciso colocá-la sob uma superfície plana e medir o cós. Nessa lógica, uma peça de tamanho 40 seria voltada para alguém com 80 cm de cintura."

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