O Brasil é o quarto maior produtor de banana no mundo e se destaca no consumo da fruta: cada brasileiro consome em média 25 kg ao ano, de acordo com o Sebrae. O País produz bananas prata, nanica, maçã e ouro.
No entanto, o alimento pode deixar de ser visto nas mesas devido ao fungo Fusarium oxysporum da raça 4 (ou TR4), causador do mal-do-Panamá. O continente asiático e países latinos como Bolívia e Colômbia são acometidos pelo patógeno, que ainda não chegou em solo brasileiro.
Botânico e professor visitante na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Danilo Marques explica que a banana é originária da Ásia, "provavelmente do sul da China ou Indochina". Já a banana consumida no Brasil foi trazida da África pelos portugueses. "A gente já tinha algumas variedades de banana que os indígenas da América do Sul consumiam, mas que eram muito diferentes da que a gente consome hoje em dia."
Um dos motivos pela adaptação da banana ter sido positiva em solo nacional, deve-se ao fato da fruta preferir um clima quente e úmido. "Então ela se adaptou bastante na América do Sul como um todo".
"A única maneira da gente conseguir plantar essa banana é diretamente dos brotos da planta mãe. É isso que gera o problema com essas doenças, porque como vem direto da planta mãe, há pouca variabilidade genética", explica Danilo.
As primeiras aparições do fungo se deram em plantações de bananeira na África do Sul, Austrália e parte da Ásia. O botânico afirma que atualmente não existe nenhuma maneira eficaz de evitar o fungo, pois eles são seres vivos bastante resistentes. "Por mais que se consiga pulverizações com agrotóxicos, esse fungo parece estar sempre se adaptando a eles", destaca.
De acordo com o professor, as espécies de bananas mais resistentes ao fungo são os híbridos da banana prata, que estão em desenvolvimento pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Já as espécies com menor resistência são a banana nanica e a maçã.
Conforme o botânico, uma alternativa seria o consumo de bananas que passaram por melhoramento genético. "Por exemplo, existem tipos selvagens de banana que ocorrem naturalmente na natureza, né? E elas são impróprias para consumo", explica. "Apesar disso, quando cruzadas, esse cruzamento geraria um híbrido entre uma forma selvagem e uma forma comestível da banana", destaca Danilo Marques. Um novo tipo próprio de banana seria gerado. Ele teria uma diversidade genética alta devido ao parentesco com o tipo selvagem da fruta. Quanto maior a diversidade, maior a resistência ao fungo.
Nutrientes da banana
> Potássio: batata-doce, abacate, água de coco, beterraba, espinafre
> Energia rápida: tâmaras, mamão, manga, aipim cozido, melancia
> Fibras: aveia, maçã com casca, chia, linhaça, pera
> Vitamina B6:
grão-de-bico, salmão, frango, nozes, abacate
> Triptofano:
ovos, sementes de
abóbora, castanhas,
queijo, aveia
Fonte: Emanuelle Moura,
nutricionista clínica e esportiva.