Mais de 400 mil quilogramas da estrutura que compõe a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) orbitam o planeta Terra a uma altitude entre 370 e 460 quilômetros. Desde os anos 2000, esse "peso" é cumprido em operação contínua pela estação, que atua como um centro de pesquisa científica.
O laboratório, resultado de uma cooperação internacional, tem como seus principais membros as agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia, Europa, Japão e Canadá. A construção exigiu 36 voos de montagem do Ônibus Espacial e seis lançamentos de foguetes russos Proton e Soyuz.
Alcançando o tamanho de um campo de futebol, a estrutura é considerada o maior objeto desenvolvido pelo homem a orbitar a Terra. De acordo com dados da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa), o local abrigou mais de 260 pessoas de 21 países, abrangendo mais de 60 expedições.
"O suporte à vida, a segurança dos astronautas e o controle preciso dependem de sensores, atuadores, sistemas inteligentes que mantêm o funcionamento com a mínima intervenção humana. Isso ajuda a não sobrecarregar os astronautas em suas atividades", relata Heliomárzio Moreira, professor de Física e Astronomia e mestre em Ensino de Física pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Para manter a navegação e a orientação da ISS, explica Moreira, giroscópios e propulsores são controlados por algoritmos. Estes são responsáveis por auxiliar na compensação de perturbações, como os ventos solares, a atração gravitacional e o arrasto da atmosfera.
"Há ainda os braços robóticos, que são sistemas mecatrônicos avançados que capturam naves de carga, instalam novos módulos, dão apoio às caminhadas espaciais dos astronautas, controlados por meios de painéis, joysticks e comandos de voz", diz o professor, que também é Licenciado em Física pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
A Inteligência Artificial (IA) também é citada, considerando os algoritmos que podem ajudar a prever falhas, otimizar rotas de comunicação e até auxiliar em decisões médicas emergenciais.
A estação é um laboratório orbital voltado às pesquisas em biologia, física, medicina, engenharia e ciências dos materiais.
"Experimentos em microgravidade geram descobertas impossíveis de serem obtidas na Terra. Ela também serve como base para testar tecnologias para futuras missões à Lua e Marte", completa.
A expedição mais recente da estação começou em 19 de abril de 2025 e deve ser finalizada em dezembro deste ano.
Raio-X da Estação Espacial Internacional
Os painéis solares da ISS cobrem uma área de 2.247 m² e podem gerar 735 mil kWh de energia elétrica por ano;
A ISS tem um volume pressurizado de aproximadamente 900 m³;
A inclinação orbital da ISS é de 51,6°, permitindo que ela sobrevoe 90% da superfície habitada da Terra;
A estrutura da ISS mede 109 m (entre os painéis solares) por 51 m.